Nos últimos dias, além do aumento nos casos de Dengue, o Setor de Urgência e Emergência do Hospital César Leite tem registrado aumento significativo no número de casos da Bronquiolite Viral Aguda. A doença é causada por um tipo de vírus e atinge principalmente crianças menores de 2 anos, sendo o maior responsável por internações em todo o mundo de bebês com idade de até 3 meses.
A médica pediatra doutora Mariana Silotti, uma das coordenadoras da UTI Neonatal do HCL esclarece e orienta os pais e responsáveis sobre a doença. “Estamos no período que ocorre mais casos da doença, por isso é importante tomarmos alguns cuidados”, relata.
A doença atinge a parte mais delicada do pulmão dos bebês, os bronquíolos. Essas estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões.
Os primeiros sintomas são parecidos com o de um resfriado comum, com obstrução nasal, coriza clara, tosse, febre, recusa das mamadas, e irritabilidade de intensidade variável. Em até cinco dias o quadro evolui para tosse mais intensa, dificuldade de respirar, respiração rápida e chiado de peito. Por vezes, podem haver sinais e sintomas mais graves, como sonolência, gemência, cianose, e pausas respiratórias.
“Não há um tratamento específico para a doença. O que podemos fazer é caprichar na lavagem nasal, na higiene do nariz do bebê, se necessário fazer a aspiração das vias aéreas e em alguns casos de internação o tratamento é de suporte com uso de oxigênio. Não existem remédios contra a doença, por isso o melhor tratamento é a prevenção”, alerta a pediatra Mariana Silotti.
Evitar o contato com crianças e adultos resfriados, lavar as mãos e higienizá-las com álcool 70%, principalmente antes de tocar os bebês, evitar aglomerações, promover amamentação corretamente, evitar o tabagismo passivo da criança, manter dieta do bebê equilibrada e o calendário de vacinação em dia.
Quando e onde buscar atendimento
Em caso de evolução da doença, é recomendado buscar o atendimento médico nos postos de saúde, ou com o pediatra da criança. O serviço de Urgência e Emergência deve ser procurado apenas quando os outros serviços não foram suficientes para o bebê. Segundo a pediatra, “uma busca desnecessária ao serviço, além de sobrecarregar o setor, pode expor a criança à outras com a doença. Então é uma forma também de cuidado e prevenção”, finaliza.