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Segurança Pública e Cidadania: Ampliando a Rede de Proteção à Mulher – Para Além das Soluções Policiais

No caminho na busca de uma sociedade mais justa e igualitária, é necessário um olhar crítico e uma reavaliação constante das estruturas vigentes. Um aspecto fundamental que merece atenção é a proteção às mulheres, especialmente quando lidamos com conflitos domésticos. Romper com paradigmas exige compreender que a segurança das mulheres não pode ser tratada exclusivamente nas mãos da polícia, mas sim ser amparada por uma rede de apoio robusta e abrangente.

O desafio é enxergar além dos limites da intervenção policial. Reconhecemos, agora mais do que nunca, que analisar soluções exclusivamente policiais é um entendimento incompleto. A violência doméstica é muito mais que uma violação da lei; ela é um reflexo complexo de assimetrias de poder e construções sociais que precisam ser desmanteladas.

Construir uma rede de proteção sólida exige uma abordagem multifacetada. Instituições de apoio, como abrigos, linhas de ajuda telefônica, serviços de aconselhamento psicológico e orientação jurídica, desempenham um papel central. Porém, a responsabilidade se estende para além delas. A sociedade em geral tem um papel crucial a desempenhar. Amigos, familiares, colegas e a própria comunidade devem ser agentes ativos na identificação de sinais de abuso e no oferecimento de suporte.

Uma rede de proteção eficaz também precisa se concentrar na prevenção. Não basta apenas reagir; é preciso antecipar. Isso envolve investir em programas educacionais a partir do ambiente escolar, para disseminar valores de respeito, igualdade e empatia. Essa base sólida é fundamental para construir relacionamentos saudáveis ​​e reduzir a propensão à violência no futuro.

A conclusão é clara: expandir a rede de proteção à mulher vai além das fronteiras das soluções policiais. Embora a polícia possuísse um papel crucial, o enfrentamento da violência doméstica exige uma abordagem holística e colaborativa. Somente ao unir esforços de diversos setores – desde a educação até a cultura, do apoio institucional ao envolvimento comunitário – conseguiremos vislumbrar uma sociedade onde todas as mulheres possam viver sem medo e com dignidade.

 

Carlos Roberto Souza – Delegado

 

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