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Artigo – Threads uma semana depois: flopou ou não?

Por Dione Afonso*

Depois de uma semana, após o lançamento do App Threads, é hora de encarar os termos que a geração digital verbaliza. A nova Rede Social flopou ou não? A gíria flopar significa “fracasso” ou “fiasco” e vem do inglês flop. O termo se popularizou em redes sociais como Twitter, Instagram e TikTok, ao se referir a postagens com pouco alcance e baixas interações. Ainda sem o recurso de buscas, de hastaghs, e outras melhorias que podem chegar, é possível visualizar alguns seguidores – em meu próprio feed já encontrei – publicando: “isso aqui já flopou?”, referindo-se ao sucesso (ou não) do Threads.

Em outro artigo, mencionamos alguns fatores que influenciaram no lançamento da plataforma e o que motivou o dono da empresa Meta até mesmo antecipar a chegada do Threads. Mark Zucherberg, CEO da Meta e Adam Mosseri, CEO e Diretor do Instagram lançaram a plataforma há uma semana. Hoje, sete dias depois, é possível analisar alguns dados que possam responder à pergunta que levantamos na abertura deste artigo.

Popularidade, engajamento e influenciadores

Com duas horas no ar, o Threads alcançou 2 milhões de usuários. Em sete horas, a marca atingiu os 10 milhões com mais de 95 milhões de posts. Com 2 dias, ou seja, 48 horas, o Threads atingiu 30 milhões de usuários. Uma semana depois, 7 dias, a nova Rede Social atingiu a marca dos 100 milhões de usuários. O ChatGPT demorou dois meses para chegar aos 100 milhões e o TikTok – que continua sendo o “queridinho” dos influencers digitais demorou 9 meses para atingir a mesma marca.

Para alavancar a nova Rede Social o criador apostou nos grandes nomes do digital: artistas, famosos e influenciadores. Com dois dias Juliette, Anitta, Virgínia, Ronaldinho Gaúcho e Carlinhos Maia ultrapassaram os 1 milhão de seguidores, a funkeira mantém o primeiro lugar neste pódio. Querendo ou não, gostando ou não, esses rostos foram essenciais para a divulgação da nova plataforma. Neymar tem mais de 210 milhões de seguidores. Maisa chegou a 631 mil, Larissa Manoela a 459 mil, Casimiro contabilizou 335 mil, Tatá Werneck 262 mil e Fábio Porchat 248 mil, segundo a Forbes.

Os usuários da nova Rede Social, com unanimidade, exigem que a plataforma desenvolva o direct do usuário. A ausência da DM, que é marca registrada de toda Rede Social, inclusive, já era famosa desde o Orkut é o que lidera a lista de exigências do público. Depois vem a necessidade de um feed mais organizado, sobretudo cronologicamente e, aparece, também a necessidade da nova Rede Social ser mais independente, até porque, ela está atrelada até mais do que devia com o Instagram. Este é um ponto muito ruim, pois, acaba que os usuários se tornam ainda mais escravos do algoritmo. E, outro detalhe super importante é que se você é aquela pessoa que quis experimentar o Threads e sair depois, caso não gostasse, cuidado: não é possível deletar sua conta do Threads sem excluir seu perfil também no Instagram.

Mercado financeiro e disputa comercial

Todo o mundo estava acompanhando a farpas que Zuckerberg e o dono do Twitter, Elon Musk trocavam na Internet. Uma “disputa” que levou mais de ano. Desde que Musk comprou, definitivamente o Twitter, o desejo de Zuckerberg de “derrubar” a concorrência parecia se alimentar cada vez mais. Tanto é que essa não é a primeira vez que o dono da Meta usou suas plataformas para liderar o mercado da concorrência. Todos aqui devem se lembrar de quando o Instagram lançou os stories de 24 horas, sabe de onde veio? Em 2013 Zuckerberg tentou comprar, por 3 bilhões o SnapChat, oferta essa que foi recusada. O novo recurso no Instagram veio para “derrubar” a oferta da concorrência. Depois, no mesmo ano, inspirado no sucesso do Facebook Messenger, o Instagram investiu na sua DM, o serviço de mensagens diretas para cada seguidor. Lembra do IGTV? Concorrência aberta e direta com o TikTok, e, depois chegaram o Reels, o que levou a plataforma YouTube criar os Shorts.

Agora, com o Threads, seu “inimigo” direto é o Twitter. O CEO do Instagram, Mosseri, já anunciou que melhorias da plataforma estão a caminho. A receita do Threads pode chegar a 8 bilhões de dólares para a empresa Meta em dois anos. O valor de mercado da empresa Meta saltou de 755 bilhões para 900 bilhões de dólares. Só para lançar, a nova plataforma rendeu para o CEO da Meta, Mark Zucherberg, mais de 60 bilhões. A fortuna de Zuckerberg, antes do Threads, está avaliada em pouco mais de 103 bilhões, enquanto que Musk possui algo por volta de 245 bilhões de dólares. O dono da Tesla e o CEO da Meta protagonizam um dos embates mais empolgantes do Vale do Silício. Quem ganha mais com tudo isso?

Rivalizando entre si desde 2016, os executivos mantêm uma briga que está longe de ter seu fim. Dois homens que estão entre os 10 mais ricos do mundo que, a cada “farpa” que trocam na Internet, valorizam sempre mais suas ações no mercado. Diante de tudo isso, se caso, a Rede “flope”, esse quadro ainda está longe de se tornar realidade.

*Irmão Religioso na Congregação dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora. Jornalista, formado pela PUC Minas, Social Media, UX Design e trabalha com Assessoria Comunicacional. Assessor de Comunicação e Criador do Projeto Cicatriz de Jornalismo Narrativo e Jornalismo Sobre Pessoas  odionecomd@gmail.com

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