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Período de seca reforça necessidade de cuidados para prevenção à febre maculosa

Carrapato é o principal vetor de transmissão da doença, que é comum tanto em áreas rurais quanto urbanas

Com a chegada do período de seca, característico dos meses de abril a novembro, é preciso reforçar os cuidados para prevenção à febre maculosa. A doença infecciosa é transmitida através da picada de carrapatos infectados. Em 2022, até o momento, não foram confirmados casos de Febre Maculosa em Minas Gerais. Já em 2021, foram 38 casos e 12 óbitos.

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realiza a vigilância de casos suspeitos e confirmados da doença e o monitoramento de áreas de risco, por meio de pesquisa vetorial e avaliação de dados epidemiológicos, discutidos conjuntamente entre municípios e as Unidades Regionais de Saúde.

Diante disso, a SES-MG promove, periodicamente, junto às Secretarias Municipais de Saúde, a divulgação de Notas Informativas para alerta aos profissionais sobre o período sazonal e principais medidas de prevenção e controle da doença. Além disso, são realizados treinamentos sobre vigilância, clínica e tratamento da doença, bem como produção e emissão de materiais técnicos orientativos. E, em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed), são realizados cursos práticos para a vigilância ambiental da Febre Maculosa em áreas de risco.

Prevenção à doença 

A referência técnica da Coordenação de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Aline Thomaz, explica que, em áreas sujeitas à ocorrência de carrapatos, deve-se evitar andar, sentar ou deitar em locais com grama ou vegetação alta; caso seja necessário adentrar nessas áreas, sugere-se “o uso de roupas de cor clara, vestimentas longas, calçados fechados – preferencialmente de cano longo e utilização de meias brancas”. “Essas são algumas das medidas práticas e simples que contribuem para prevenção quando se frequenta ambientes favoráveis à presença de carrapatos”, destaca.

O uso de equipamentos de proteção individual para atividades ocupacionais como capina e limpeza de pastos também é importante. Se forem verificados carrapatos no corpo, deve-se retirá-los com leves torções e preferencialmente com auxílio de pinça, evitando contato com as unhas e o esmagamento do animal.

Recomenda-se também o uso de repelentes à base da substância Icaridina, que são eficazes na prevenção de picadas por carrapatos em indivíduos que frequentam ambientes favoráveis à presença desses animais.

Aline Thomaz também explica que, entre os meses de março a novembro ocorrem as fases de larva e ninfa do carrapato no ambiente. “Tais formas são muito pequenas e de difícil visualização, por isso tendem a permanecer mais tempo aderidas ao corpo sem serem percebidas, o que facilita a infecção pela bactéria causadora da doença”, ressalta.

Sintomas e tratamento 

Os sintomas da doença aparecem, em geral, no período de 2 a 14 dias após contato com carrapatos: febre, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas, vômitos, acompanhados ou não de manchas avermelhadas na pele.

Em caso de sintomas, a recomendação é procurar imediatamente a Unidade Básica de Saúde mais próxima. “É importante que o paciente diga que teve contato com carrapatos para que o profissional médico possa avaliar a possibilidade de ser um caso de febre maculosa. Quando não tratado rapidamente, o paciente pode evoluir para estágios de confusão mental, alterações psicomotoras, chegando ao coma profundo e óbito”, reforça Aline Thomaz.

Funed é o laboratório de referência 

Desde 2020 a Fundação Ezequiel Dias (Funed) é o Laboratório de Referência Nacional para febre maculosa e outras riquetsioses. Na prática, a Fundação é responsável por dar suporte às análises realizadas em todo o país, orientar acerca da vigilância epidemiológica e ambiental, além de capacitar profissionais para implantar esses diagnósticos.

Há mais de uma década, a Funed, como Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG), atua como referência regional na Rede Laboratorial de Febre Maculosa e outras riquetsioses.

Entre 1/1/2021 e 31/12/2021, o Laboratório da Fundação recebeu 1.474 amostras humanas, de animais vertebrados (cavalos e cães) e invertebrados (carrapatos).

Já no período que compreende entre 1/1/2022 e 10/5/2022, o Laboratório recebeu 574 amostras humanas, de animais vertebrados (cavalos e cães) e invertebrados (carrapatos).

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