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Mês de maio deve ser de alta generalizada nos preços

Maio nem bem começou e já deu sinais de que será um mês de altas generalizadas, a exemplo do que foi março e abril, com destaque para o leite, o trigo, o barril de petróleo, o custo da energia e de serviços de saúde.

Para se ter ideia, o leite subiu, entre o final de abril e esta semana, 10,9% aos consumidores, segundo levantamento do Cepea/Esalq USP. O trigo subiu 4,24% em abril e acumula uma alta de 29% desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia – dois grandes produtores mundiais desse alimento.

Outro produto afetado pela guerra é o petróleo e seus derivados. O GNV (gás natural veicular) foi reajustado pela Petrobras em 19%, no domingo (1º) e a gasolina começou maio R$0,12 mais cara que no início de abril. O aumento nos combustíveis pressiona também o preço do etanol hidratado, que começou abril sendo vendido com o preço médio a R$ 5,155 e terminou a R$5,749, um aumento de aproximadamente 11,5%.

As principais razões, explica o economista Hélio Berni, professor do Ibmec, são as pressões internacionais sobre o preço do dólar e das commodities. Segundo ele, não há expectativas de queda para os próximos meses. “O boletim Focus, divulgado nesta segunda (2), trouxe expectativa de um IPCA fechando o ano a 8%, acima do que estava previsto no mês passado, logo, as razões para alta nos preços continuam presentes e devem ser sentidas pelos consumidores até o final do ano”, disse.

Uma das consequências dessas altas inflacionárias, explica a economista Mafalda Valente, é o aumento na taxa Selic, utilizada pelo governo para controle da inflação, e que impacta o custo de dívidas dos consumidores.

“Custos com cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos, podem ser impactados pela Selic e podem ser mais um obstáculo para o custo de vida da população”, afirmou. A taxa Selic está na sua nona alta consecutiva, em 11,75%. Nesta semana acontece a reunião que irá reajustar a taxa. A expectativa é de nova alta.

Sazonalidade

Pelo menos 75 produtos alimentícios tiveram queda de preços no início de maio, quando comparado com o início de abril, aponta levantamento de preços da Ceasa Minas. Entre eles, destaque para alguns produtos que viraram sinônimo de preços altos nos últimos meses e que agora tiveram quedas, como a cenoura, com redução de 43%; o tomate, custando 38% a menos; e a batata, com menos 33%. Outros 64 tiveram alta, com destaque para o morango, que subiu 100%, e a banana prata, com alta de 50%.

Contudo, a queda em alguns produtos é sazonal e não deve perdurar até o fim do ano, disse o economista Hélio Berni, professor do Ibmec. Segundo ele, a proximidade da época mais seca do ano deve pressionar os preços. “A estiagem obriga um maior gasto com insumos, sobretudo com energia para produção agropecuária e, se existe um aumento nos gastos com insumos, esse aumento será repassado ao consumidor”, afirmou.

Um exemplo é o caso do leite, conta a economista Mafalda Valente. “A tendência do leite e seus derivados, por exemplo, é continuar em alta por causa da estiagem, quando há diminuição da produção. É um movimento normal de mercado”, salientou.

Fonte: Hoje em Dia / Hermano Chiodi

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