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Dia Mundial de Combate à Meningite: doença soma 17 óbitos em 2022 e mais de mil casos em dois anos

Nos últimos cinco anos, Minas Gerais teve 4.204 casos de meningite que resultaram em 503 óbitos. Para tentar mudar esta realidade foi estabelecido o “Dia Mundial de Combate à Meningite”, comemorado neste domingo (24). O governo aproveita a data para lembrar que a vacinação é a principal forma de combate à doença, que pode ter diferentes causas.

A referência técnica em Meningites da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fernanda Barbosa, explica que em termos gerais toda a população é suscetível às meningites. Porém, as crianças menores de 5 anos, sobretudo aquelas com menos de 1 ano, são vulneráveis em maior intensidade. “Para os menores de 5 anos, há vacinas disponíveis no calendário, o que diminui as chances de contrair meningites e a doença meningocócica”, explica.

A técnica ressalta que muitas vezes a lembrança imediata é sobre o risco de óbitos causados pelas meningites. “Temos também as situações de sequelas, como a surdez e amputação de membros”, diz.

Fernanda Barbosa frisa que em Minas Gerais está garantida a aplicação de imunizantes para os adolescentes que não compareceram durante os anos de 2020 e 2021 e posteriormente completaram idade que estaria fora da faixa de público que permitiria a imunização. “O entendimento é que esses foram anos atípicos. Por isso a decisão visa garantir o acesso”, afirma.

Regularmente, a rede pública de saúde oferece, gratuitamente, vacina contra as formas mais graves de meningite, como a meningocócica C e ACWY. Este ano, o Calendário Nacional de Vacinação também está oferecendo gratuitamente, até julho, a vacina meningocócica C (Conjugada) para crianças de até 10 anos, 11 meses e 29 dias de idade que não tenham nenhuma dose do imunizante registrada no cartão.

Meningite em adolescentes

Outro ponto de atenção é quanto aos adolescentes. Em boa parte das vezes, indivíduos dessa faixa etária são portadores da bactéria meningococo, de forma assintomática, mas passíveis de transmissão a outras pessoas. “Eles acabam não desenvolvendo a doença, mas transmitem a bactéria para outras pessoas. Então é necessário um olhar também para esses adolescentes, para que eles tenham o cartão de vacina em dia, o que evita que se desenvolva a doença e também a transmissão”.

Suelen Caroline, CEO da Associação Brasileira de Combate à Meningite (ABM) e mãe do João Marcos, que teve meningite enquanto ainda era bebê, destaca a importância de buscar informações junto aos profissionais de saúde, de modo a favorecer a prevenção.

“Acreditamos que, ouvindo sobre essa doença, as pessoas podem combatê-la conosco. Precisamos buscar informações com os pediatras, saber mais sobre a vacinação e os meios de prevenção. São doenças que podem ser evitadas, mas para que isso venha ocorrer, é preciso colocar a vacinação em dia. Eu não sabia o que era a doença, nem o que ela poderia causar. Não é necessário que as pessoas tenham que passar pelo que nós passamos”, afirma Suelen.

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