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11º Batalhão de Polícia Militar completa 58 anos

O 11º Batalhão de Polícia Militar completa 58 anos de existência nesta terça-feira. O lema se consolida até hoje: “Ad Augusta Per Angusta (Caminhos difíceis, missões nobres)”.

Como unidade policial o 11º Batalhão surgiu em 10 de agosto de 1963. Ocupou inicialmente o antigo Ginásio Manhuaçu na Rua Professor Juventino Nunes no centro da cidade. Em 16 de dezembro de 63, foi transferida para um galpão da Rede Ferroviária Federal, no “Batalhão Velho”, hoje conhecido Engenho da Serra.

Nos anos de 1970 e 1971, dois pelotões do curso de soldados ajudaram a erguer as paredes e dar vida a imponente construção às margens da BR-262. Em 10 de janeiro de 1971, a sede da Unidade PM foi transferida definitivamente para suas atuais instalações.

No início, quando ainda era Destacamento PM, Manhuaçu pertencia ao 2º Batalhão de Infantaria com sede em Juiz de Fora. Até 02 de Julho de 1952 quando da criação do 6º BPM, em Governador Valadares, momento em que passamos a pertencer a esta Unidade PM.

No período curto de uma década, houve o registro dos primeiros policiais militares a chegarem ao então Destacamento PM de Manhuaçu. Logo depois a Fração PM foi elevada a Pelotão e então Companhia, que pertencia à época ao 6º Batalhão PM de Governador Valadares.

Para entender melhor a construção da história enquanto Unidade PM e sua importância para a região, é interessante que conhecer a região de Manhuaçu. A evolução populacional e econômica mostra que a vertente ocidental do Caparaó tem como seus primeiros habitantes os índios puris. Contudo, com o advento do Ciclo do Ouro (no Brasil Colônia) também veio o desenvolvimento do café; pois enquanto as regiões de Ouro Preto se baseavam na extração mineral, a zona da mata se dedicava aos produtos agrícolas, justamente para suprir a demanda dos mineradores.

Com o declínio do Ciclo do Ouro intensificou-se o processo de ocupação da zona da mata. No século XIX, a pecuária começou a desdobrar-se para o interior do estado e o café foi expandindo-se, tornando-se o principal produto de exportação de Minas Gerais.

Em 1877, Manhuaçu se emancipou, composto por um território que hoje abriga mais 70 municípios. Logo após a chegada das estradas de ferro, no início do século XX, a produção de café ganhou ainda mais força, resultando em grande desenvolvimento econômico e populacional para a região. Daí chegaram os primeiros militares da então Força Pública de Minas, sendo instalado o Destacamento na cidade de Manhuaçu.

Um episódio marcante na história do batalhão é a Guerrilha do Caparaó. Foi uma tentativa de levante armado contra o regime militar brasileiro que tinha como idealizadores egressos das Forças Armadas.

Inspirados na Revolução Cubana, eles acreditavam na guerrilha rural. E após algumas tentativas frustradas de executar o levante em cidades do Rio Grande do Sul, eles partiram para a Serra do Caparaó, local ideal para o início das ações pelo aspecto geopolítico (terras altas e zonas de fronteiras localizadas em áreas rurais).

O objetivo seria espalhar, a partir daquele núcleo guerrilheiro, a luta armada pelo Brasil.

Na chegada dos guerrilheiros à região (1966), já encontraram um ambiente inóspito, suas primeiras caminhadas até o alto da serra se deram debaixo de chuva. Após muita dificuldade, incluindo a fome e doenças, conseguiram se instalar no local, chegando a construir um depósito subterrâneo para guardar armamentos e se esconderem. Armamentos estes, que foram transportados até a serra através de ônibus, trens, jipe e até uma Kombi que levava produtos alimentícios para a cidade.

A permanência dos insurgentes na serra ocorreu até o início de 1967 e o fato de serem pessoas estranhas transitando em municípios tão pequenos, passou a chamar atenção da população local, que por sua vez começou a denunciar os guerrilheiros. A partir de março de 1967 eles passaram a ser localizados e presos durante suas aparições nas cidades.

Foi em abril que o levante teve sua queda, após a prisão do restante dos guerrilheiros que se encontravam num acampamento na serra. Eles foram cercados e rendidos por policiais militares do 11º Batalhão. Depois veio o Exército, que ficou por alguns meses com cerca de dois mil homens, até sanar qualquer dúvida que pudesse haver mais integrantes da guerrilha escondidos na região.

Como disse Carlos Drumond de Andrade em sua reportagem para o jornal Estado de Minas em abril de 1967: “Afinal apareceu uma coisa diferente no Brasil, coisa que de certo modo quebra a monotonia cotidiana: Guerrilheiros em Caparaó”.

A partir desse episódio, o Décimo Primeiro Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais passou a ser conhecido como o grande vigia “Sentinela do Caparaó”.

Atualmente ainda é uma das Unidades da PM com maior extensão territorial e com o maior número de municípios sob sua responsabilidade, contando com uma área de aproximadamente 5.404.821 km² composta por 23 municípios.

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