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FENAJ lança abaixo-assinado digital pela vacinação de jornalistas contra a Covid-19

Ação tem o objetivo de incluir jornalistas nos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI)

Em busca de ampliar o movimento pela vacinação de jornalistas contra a Covid-19, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), lançou, no dia 21 de maio, abaixo-assinado digital pela imunização da categoria. De acordo com o último levantamento do Departamento de Saúde e Previdência da FENAJ, desde o começo da pandemia, já foram registradas 235 mortes de jornalistas por Covid-19. Somente nesse ano, a média foi de uma morte por dia.

Conforme orientação da FENAJ, os sindicatos dos jornalistas já notificaram as Secretarias de Saúde em defesa da inserção da categoria na campanha de vacinação. Na Bahia, jornalistas conseguiram a prioridade na campanha de imunização. Recentemente, sindicatos organizaram tuitaço com a hashtag #vacinaimprensa e dia de luta pela vacinação, com o apoio da FENAJ, que vem atuando em outras frentes, junto ao Congresso Nacional para que os jornalistas sejam inseridos entre os grupos prioritários do PNI via projeto de lei, organizando a mobilização e pressão pela vacinação, e também aderiu às campanhas Vacinação Já e pela transparência dos dados sobre a vacinação.

“O abaixo-assinado amplia esse movimento e envolve as/os jornalistas nesta articulação para inclusão entre os grupos prioritários do PNI e será encaminhado ao Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)”, segundo a presidenta da instituição, Maria José Braga, em entrevista exclusiva ao Jornal Tribuna do Leste.

Ela salienta que que os números de óbitos na categoria são alarmantes e vem subindo, contabilizando quase uma morte por da. “Essa é uma reivindicação importante e justa, pois os jornalistas não pararam de trabalhar desde o início da pandemia, cumprindo seu papel de levar informação à sociedade”, afirmou a presidenta em uma das entrevistas concedidas para falar sobre o Dia Nacional de Luta pela vacinação dos jornalistas. A FENAJ também entrou com uma ação civil pública contra a União, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A entidade reivindica a revisão do PNI e a inclusão dos profissionais de imprensa nos grupos prioritários de vacinação contra a covid-19.

Dados

Amazonas e São Paulo são os dois estados com maior número de casos: 14 mortes em cada. Mas chama a atenção os números do Amazonas, que tem uma população dez vezes menor que São Paulo (4,2 milhões contra 44,6 milhões). O estado tornou-se, a partir de janeiro, símbolo da falência dos poderes públicos, em especial do governo federal, no combate à pandemia. Rio de Janeiro, com nove óbitos, e Paraná, com oito, completam a lista dos estados com maior número de casos fatais na categoria. A Paraíba, com uma população quase idêntica à do Amazonas (4 milhões de habitantes), registrou cinco mortes de jornalistas.

Método de pesquisa

A pesquisa da FENAJ foi realizada por meio de buscas em notas de jornais, informações coletadas com os sindicatos de jornalistas de todo o país e relatos vindos diretamente de amigos e parentes das vítimas. A FENAJ manteve no conjunto das vítimas alguns profissionais identificados como radialistas (que igualmente são profissionais da comunicação), por não ter sido possível confirmar o registro profissional de cada um.

A análise dos dados coletados também revelou a idade das vítimas. O maior número (23) estava na faixa etária de 51 a 60 anos, e outras 22 vítimas fatais da doença tinham entre 61 e 70 anos. Na análise de gênero, os homens são maioria absoluta entre as vítimas, somando 91,4% do total. Entre as vítimas mulheres (8,6%), chama a atenção o fato de serem mais jovens. Metade tinha menos de 35 anos, três delas estavam entre 47 e 52 anos e em uma não se conseguiu ainda apurar a idade. Ou seja, foram mortes bastante precoces.

O diretor do Departamento de Saúde e coordenador da pesquisa, Norian Segatto, lembra ainda que, infelizmente há entre a categoria uma minoria de profissionais que compactua com a tese da “gripezinha” e ajuda a disseminar desinformações para a população. “Às famílias, amigos, colegas de trabalho de todas as vítimas da Covid-19, em especial dos trabalhadores da imprensa, nosso mais profundo pesar. Elas não são apenas números de uma macabra estatística, são pessoas, que viram ceifados sonhos, futuro, vida”.

Os números da pesquisa comprovaram o que a FENAJ já vinha afirmando: os jornalistas estão na linha de frente do combate à Covid-19, com a cobertura da pandemia, e por isso mesmo estão vulneráveis. Esse é o motivo pelo qual a FENAJ orientou os Sindicatos de Jornalistas a solicitarem aos governos estaduais/municipais a inclusão da categoria entre os grupos prioritários para a vacinação.

Danilo Alves – Com informações da FENAJ

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