Alguns estudos apontam que a instalação e operação de empreendimentos potencialmente impactantes pode afetar a dinâmica populacional de anofelinos (Anopheles darlingi, mosquito hospedeiro e transmissor da malária e o principal vetor de malária no Brasil, pertencente ao género Anopheles) e, consequentemente, influenciar no risco de transmissão da malária.
Por esse motivo, a legislação ambiental brasileira estabelece a necessidade da APM durante os processos de licenciamento ambiental em regiões endêmicas de malária de acordo com a Portaria nº 1, de 13 de janeiro de 2014, do Ministério da Saúde (MS) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), definindo diretrizes e procedimentos metodológicos para embasar os estudos epidemiológicos e entomológicos na emissão de licenças ambientais e atestados sanitários para a implantação de tais empreendimentos que provocam mudanças ambientais.
Para compreender os aspectos legais e metodológicos dos estudos de potencial malarígeno e o contexto em que se inserem, durante três dias foi realizado o monitoramento entomológico com atividades de coleta de vetores transmissores da malária, tanto na forma imaturas (larvas e pupas) quanto na forma alados (mosquito adulto), em um raio de 2 km ao entorno do canteiro de obras. De acordo com o Biólogo da Prevent Controle de Endemias, Nilton Neves, responsável pelos estudos, “dos 6 criadouros investigados não foi encontrado o vetor transmissor da malária, tanto nas capturas diurnas, quanto nas capturas noturnas”, pontuou.
Segundo o coordenador de Vigilância Epidemiológica da SRS Manhuaçu, Ernesto Grillo, que participou da avaliação o monitoramento é extremamente importante, pois “essa análise é realizada a fim de identificar fatores de risco para a transmissão da malária. Estamos em uma região onde já houve casos e, por essa razão, todo cuidado é positivo no sentido de prevenção”, finalizou.
Texto: Antonio Rodrigues / ASCOM SRS Manhuaçu
Fotos: Divulgação