Na tarde desta quinta-feira,19, um vídeo circulou nas redes sociais sobre um suposto fechamento do comércio em Manhuaçu. Sem data, o vídeo era referente a uma reportagem feita pelo Jornal Tribuna do Leste em 22 de junho de 2020, quando as restrições à circulação de pessoas em Manhuaçu foram impostas.
Na quarta-feira, em deliberação feita pelo Comitê Extraordinário Covid-19, a macrorregião Leste do Sul, a qual Manhuaçu faz parte, e outras três macrorregiões regrediram para ondas mais restritivas no programa Minas Consciente, plano elaborado para garantir a retomada gradual e segura da economia nos municípios. O Comitê constatou o aumento de 11% da incidência da covid-19 nos últimos 14 dias no estado. “Queremos destacar a todos os comerciantes, empresários, que o município aderiu ao Minas Consciente e segue a deliberação do Comitê. Hoje estamos na onda amarela. Municípios como Governador Valadares e Teófilo Otoni que mudaram de onda, estão na vermelha e estão fechando [o comércio]. Manhuaçu está na onda amarela e o comércio não vai fechar as portas. Hoje o município não está com perspectiva de fechamento”, explica o Secretário Municipal de Fazenda, Claudinei Domingues.
Com a decisão, as regiões Nordeste e Leste passam para a onda vermelha – onde somente os serviços essenciais, como supermercados e farmácias, estão autorizados a funcionar. Já as regiões Leste do Sul e Sudeste retornam para a onda amarela, que permite a abertura de serviços não essenciais com menor risco de contágio, como lojas de roupas e salões de beleza.
A região do Vale do Aço permanece na onda amarela, enquanto as demais nove regiões (Triângulo do Norte, Triângulo do Sul, Sul, Oeste, Centro, Noroeste, Norte, Jequitinhonha e Centro-Sul) ficam na onda verde, fase que possibilita a abertura de serviços não essenciais com alto risco de contágio, como cinemas e bares com música ao vivo.
A macrorregião Leste do Sul chegou a evoluir para a onda verde na última semana mas, devido ao aumento da incidência da covid-19 nos municípios da região, voltou à onda amarela. “Um detalhe foram as empresas de eventos que procuraram o município. Dando Ipatinga como exemplo, Ipatinga estava na onda amarela e foi para a onda verde, liberou eventos e na outra semana voltou para onda amarela. Nosso caso foi o mesmo. E a probabilidade que existe é de ficar nessa balança, sobe e desce, até uma estabilização do covid-19”, pontua Claudinei.
Faltando pouco mais de um mês para o Natal e às vésperas da Black Friday, começa o período em que os comerciantes mais arrecadam com as vendas de fim de ano. Com isso, o fluxo de pessoas aumenta nas ruas e lojas. Claudinei afirma que é necessário consciência. “Maior preocupação do município é que as pessoas tenham consciência e usem máscara. As pessoas estão esquecendo que o vírus está presente e nós estamos apenas com 20 leitos de UTI [no Hospital César Leite]. O que pode acontecer é um aumento grande e necessitarmos de internar pessoas e não termos condições. Pedimos aos comércios que peçam as pessoas para usar máscaras. O comércio tem que continuar trabalhando, tem que ter suas fontes de renda”, reitera.
Avaliação
Segundo o secretário de Estado de Saúde, o médico Carlos Eduardo Amaral, a decisão de regredir as quatro regiões foi tomada após a constatação da piora nos índices de transmissão, incidência e ocupação dos leitos em algumas localidades.
O secretário afirmou que o Minas Consciente foi desenvolvido para acompanhar de perto essas oscilações, avançando quando possível e regredindo quando necessário.
“O que nós avaliamos foi o aumento da incidência da quantidade de casos em algumas regiões, o que provocou a regressão de algumas regiões das ondas em que elas estavam. Mas isso não é motivo para acharmos que está tendo uma nova onda no estado”, avaliou.
Carlos Amaral lembrou ainda a importância de a população manter os cuidados para evitar a transmissão da doença. “É fundamental que os mineiros participem das ações de controle, com o uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social”, finalizou.
Balanço
Até o momento, 657 cidades mineiras aderiram ao plano Minas Consciente, impactando 13,4 milhões de pessoas. Neste contexto, 534 cidades do estado com menos de 30 mil habitantes registraram incidência da covid-19 abaixo de 50 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
Onda verde
As regiões Triângulo do Norte, Triângulo do Sul, Sul, Oeste, Centro, Noroeste, Norte, Jequitinhonha e Centro-Sul permaneceram na onda verde* do Minas Consciente. Essa fase possibilita a abertura de serviços não essenciais com alto risco de contágio. São eles:
– Atividades artísticas, como produção teatral, musical e de dança e circo;
– Cinemas, bibliotecas, museus, arquivos;
– Parques, zoológicos e jardins;
– Feiras, congressos, exposições, filmagens de festas, casas de festas, bufê;
– Parques de diversão, discotecas, boliches, sinuca;
– Bares com entretenimento (shows e espetáculos);
– Serviços de colocação de piercings e tatuagens.
Para avançar para a onda verde, as cidades precisam estar há 28 dias consecutivos na onda amarela, sem sofrer retrocessos durante esse período.
Onda Amarela
As regiões Leste do Sul e Sudeste se juntam ao Vale do Aço na onda amarela, fase onde é permitida a abertura de serviços não essências, como:
– Bares (consumo no local);
– Autoescolas e cursos de pilotagem;
– Salões de beleza e atividades de estética;
– Comércio de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo;
– Papelarias, lojas de livros, discos e revistas;
– Lojas de roupas, bijuterias, joias, calçados, e artigos de viagem;
– Comércio de itens de cama, mesa e banho;
– Lojas de móveis e lustres;
– Imobiliárias;
– Lojas de departamento e duty free;
– Lojas de brinquedos;
– Academias (com restrições);
– Agências de viagem;
– Clubes.
Onda Vermelha
Já as regiões Nordeste e Leste passaram para a onda vermelha, a mais restritiva do Minas Consciente, onde somente os serviços considerados essenciais são permitidos, como:
– Supermercados, padarias, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência;
– Bares (somente para delivery ou retirada no balcão);
– Açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros;
– Serviços de ambulantes de alimentação;
– Farmácias, drogarias, lojas de cosméticos, lavanderias, pet shop;
– Bancos, casas lotéricas, cooperativas de crédito;
– Vigilância e segurança privada;
– Serviços de reparo e manutenção;
– Lojas de informática e aparelhos de comunicação;
– Hotéis, motéis, campings, alojamentos e pensões;
– Construção civil e obras de infraestrutura;
– Comércio de veículos, peças e acessórios automotores.
João Vitor Nunes com informações de Agência Minas