O novo mês chegou e com ele a campanha anual realizada mundialmente denominada Outubro Rosa. A intenção do movimento é de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mobilização visa também à disseminação de dados preventivos e ressalta a importância de olhar com atenção para a saúde, além de lutar por direitos como o atendimento médico e o suporte emocional, garantindo um tratamento de qualidade.
Durante o mês, diversas instituições abordam o tema para encorajar mulheres a realizarem seus exames e muitas até os disponibilizam. Iniciativas como essa são fundamentais para a prevenção, visto que nos estágios iniciais, a doença é assintomática. “A prevenção ao câncer de mama tem que acontecer o ano todo, mas a campanha Outubro Rosa, movimento iniciado em Nova Iorque no ano de 1990, por meio de um evento chamado “corrida pela vida”, instituiu como o mês de conscientização nacional nos Estados Unidos, até se espalhar para o resto do mundo”, explicou o Mastologista Jorge Chequer.
A primeira ação no Brasil aconteceu em 2002, no parque Ibirapuera, em São Paulo. Com a iluminação cor-de-rosa do Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista. A partir de 2008, iniciativas como essa tornaram se cada vez mais frequentes. Diversas entidades relacionadas ao câncer passaram a iluminar prédios e monumentos, transmitindo a mensagem: a prevenção é necessária. “Esse alerta tem razão de ser. Depois do câncer de pele é o câncer que mais acomete as mulheres. Aproximadamente 50 mil mulheres morrem anualmente por conta da doença”, alertou o médico.
O câncer de mama é um tumor maligno que ataca o tecido mamário e é um dos tipos mais comuns, segundo o Instituto Nacional do Câncer – INCA. Ele se desenvolve quando ocorre uma alteração de apenas alguns trechos das moléculas de DNA, causando uma multiplicação das células anormais que geram o cisto. “Infelizmente a gente não tem como evitar que o câncer de mama apareça, mas podemos, sim, fazer o que chamamos de prevenção secundária, que nada mais é que o diagnóstico precoce. Se descoberto na fase inicial as chances de cura do câncer de mama podem chegar a 95% “, esclareceu Chequer.
Por isso, a mamografia é imprescindível, sendo o principal método para o rastreamento da doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) das 11,5 milhões de mamografias que deveriam ter sido realizadas no ano passado, apenas 2,7 milhões foram feitas. A diminuição acentuada do exame é um fator de risco para milhares de mulheres e um alerta para a importância da campanha. “Se a mulher fizer o exame periodicamente a partir dos 40 anos, a chance de cura é realmente grande. O câncer de mama é uma doença multifatorial, ou seja, não tem uma causa única. Diversos fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolver a doença, tais como: idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, fatores comportamentais/ambientais e fatores genéticos/hereditários”, destacou o mastologista.
Em tempos de Pandemia, a Sociedade Brasileira de Mastologia e outras entidades ligadas ao combate do câncer de mama tem uma máxima que aponta o seguinte: Quanto antes, melhor! “Essa frase foi criada em função da pandemia do Coronavírus. Muitas mulheres deixaram de sair de casa com medo de contrair o vírus e com isso deixaram também de realizar o exame. Isso impactou na redução considerável do número de mamografias realizadas em 2020. Mas, infelizmente, o câncer não espera. No meu consultório, e acredito que na maioria dos locais onde são realizadas as mamografias, os cuidados para evitar a contaminação pelo vírus são feitos com muita responsabilidade. Eu, por exemplo, procuro agendar as consultas com espaçamento maior de uma para outra, higienizar todos os aparelhos cada vez que é usado, além de várias outras medidas que diminuem o risco”, finalizou Jorge Chequer.
O processo para a formação do câncer de mama é como os outros: a proliferação de células “ruins” que viram um tumor. A maioria dos casos acontece em mulheres, mas cerca de 1% dos homens também pode ter câncer de mama.
De acordo com a pesquisa do INCA, Estimativa 2020 – Incidência de Câncer no Brasil, o país deve registrar mais de 65 mil novos casos. E essa estimativa também pode ser considerada até 2022, ou seja, em apenas três anos o Brasil deve registrar mais de 180 mil novos casos.
Klayrton de Souza