Reflexão: Dia Nacional do Catequista
Ouça com Pe. Mundinho
O dia 30 de agosto, na Igreja, é dedicado ao catequista. A catequese é exercida, por voluntários leigos(as), religiosos(as), padres e bispos, com o objetivo da educação da fé que compreende especialmente o ensino da doutrina cristã, dada de modo geral, de maneira orgânica e sistemática, com o fim de iniciar os catequizandos na plenitude da vida cristã (Cf. Catecismo da Igreja Católica n. 5).
O Bispo é o responsável pela Catequese na Igreja Particular (diocese). É ele que promove a animação de toda a vida diocesana, assim como o pároco na paróquia. Mas, conforme o Diretório Geral da Catequese, o Bispo e o padre fazem parte da comunidade comprometida com a catequese. Os primeiros catequistas são os pais, a família, que encaminham as crianças, adolescentes, jovens e adultos para a iniciação cristã na comunidade.
Catequese no Brasil
No Brasil, desde 2006, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), publicou o Diretório Nacional de Catequese que tem o objetivo de organizar e sistematizar todas as atividades catequéticas. Em 2017, publicou outro documento importante intitulado “Iniciação à vida cristã. Itinerário para formar discípulos missionários”. Este documento visa a evangelização dos adultos, sobretudo. Ele lembra que a iniciação cristã é um novo viver que requer um processo de passos de aproximação e envolvimento na vida cristã.
Desafios
Uma constatação de nossos tempos apontada pelos bispos, no XIII Sínodo sobre a Evangelização, que o Papa Francisco, pontuou na Exortação Apostólica “Evangelli Gaudium” (sobre o anúncio da Evangelho no mundo atual – 2013):
- Existe o grupo de fiéis que conservam uma fé católica intensa e sincera, exprimindo-a de diversos modos, embora não participem frequentemente no culto;
- Um segundo grupo de pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do Batismo, não sentem uma pertença cordial à Igreja e já não experimentam a consolação da fé;
- O grupo que se constitui daqueles que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre O recusaram. Muitos deles buscam secretamente a Deus, movidos pela nostalgia do seu rosto, mesmo em países de antiga tradição cristã.
Todos têm o direito de receber o Evangelho! Os cristão têm o dever de anunciá-lo, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. O testemunho da Igreja é que chamará a atenção e marcará posição, pois ela não cresce por proselitismo, mas por ‘atração’ (Cf. “Evangelli Gaudium” n. 14).
A ‘Iniciação Cristã’ – Novo viver que desperta para novas relações e ações.
O cristão vive sua fé numa sociedade na qual há muita diversidade de propostas religiosas e modos de viver: é o pluralismo cultural e religioso. Para responder à demanda da catequese nesta realidade surgiu a expressão catequese evangelizadora. A evangelização se faz através da transmissão da fé. É a arte de, mediante várias ações, motivar as pessoas, movidas pela vida divina, a viverem como amigos de Jesus, participando de seu Espírito, tendo Deus como Pai, levando a uma iniciação à experiência cristã (cf. Jo 7,14; 2Tm 3,16; Hb 5,12; At 5,42).
O papa Bento XVI diz que esta experiência é o centro da vida cristã. É ela que sustenta a vida do cristão. A experiência da fé passa pelo encontro com uma pessoa, a pessoa de Jesus Cristo.
O processo de iniciação à vida cristã, com inspiração catecumenal, é um projeto de vida para os catequizandos, os catequistas e toda a comunidade paroquial. Tem por objetivo favorecer a experiência do encontro com Jesus Cristo, o acolhimento da Boa Notícia do Reino, a participação afetiva e efetiva na comunidade de fé, o desejo de ser, no mundo e na sociedade atual, sinal da presença transformadora do amor misericordioso de Deus.