Nesta segunda, 20, a Oxford anunciou avanços na vacina desenvolvida no Reino Unido, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que ainda há um longo caminho a percorrer. ‘Não precisamos esperar por uma vacina, podemos salvar vidas agora’, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon, afirmando que é urgente os países aplicarem a técnica do rastreamento dos contatos dos pacientes infectados pelo coronavírus.
“Nenhum país conseguirá controlar sua epidemia se não souber onde está o vírus”, orientou Tedros. “O rastreamento de contatos é essencial para localizar e isolar casos, além de identificar e colocar em quarentena os seus contatos.”
A coletiva aconteceu pouco tempo após os cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciarem que a vacina da universidade para a Covid-19 é segura e induziu resposta imune. O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, parabenizou os cientistas de Oxford, mas alertou que ainda há um longo caminho até alcançarmos a vacina contra o coronavírus.
Medicamentos
Enquanto se dá tamanha polêmica em torno de medicamentos, como a cloroquina, exaltada por uns e condenada por outros, o medicamento chamado SNG001 (interferon beta), recebeu aprovação ao se constatar que reduz em 79% o risco de se desenvolver uma forma grave da doença COVID-19 – segundo resultados preliminares divulgados pelo laboratório britânico que o produziu, nesta segunda-feira (20).
O estudo realizado pela Universidade de Southampton em 101 pacientes concluiu que os pacientes tratados com este medicamento têm 79% menos chances do que aqueles que receberam placebo de desenvolver formas graves da doença, ou seja que precisariam de respirador artificial, ou fatal.
O professor Stephen Holgate, cofundador da Synairgen, ressaltou que esse tratamento “restaura a capacidade dos pulmões de neutralizar o vírus, ou qualquer mutação do vírus, ou coinfecção por outro vírus respiratório, como influenza, ou VSR (um vírus respiratório comum), como pode acontecer no inverno, se a COVID-19 voltar”.
A notável recuperação da China
Os chineses descobriram um caminho para o convívio com o vírus e a retomada da economia, segundo escreveu Hélio Gurovitz, colunista do G1 (portal de notícias da Globo).
Constatou-se a surpreendente recuperação da economia chinesa em plena pandemia do Coranavirus. Depois de uma queda histórica de 6,8% no primeiro trimestre, em virtude da crise, a China voltou a crescer no segundo: 3,2% em relação ao mesmo período de 2019. Fato notável que, possivelmente tenha passado despercebido.
Depois de um espetacular salto chinês no trimestre de 11,5%, economistas já trabalham com a perspectiva de um crescimento robusto no ano que vem. Há previsão em torno de 10%, superando a média estrutural chinesa, que gira perto dos 6%. Uma retomada extraordinária. “Transposta para os termos brasileiros, equivaleria a um crescimento anual de 5%, patamar que não registramos há dez anos” afirmou Gurovitz.
O quadro de devastação que se abateu sobre as empresas brasileira é o pior que se poderia pensar, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta, 16: dentre 1,3 milhão de empresas paralisadas pela pandemia, nada menos que 716 mil fecharam as portas e não voltarão à atividade. Dessas, 522 mil atribuem a decisão de modo explícito ao novo coronavírus.
Segundo o exemplo chinês tal situação poderia ser rapidamente revertida. “Assim como a crise destruiu empresas e empregos de uma hora para outra, a retomada também poderia se dar de modo repentino, quase instantâneo, diferentemente do que aconteceu noutras recessões.
Geralmente, as crises econômicas derivam de problemas econômicos: escassez de capital, excesso de demanda, falta de oferta, atropelo no ciclo produtivo e uma diversidade de fenômenos outros.
Desta vez, contudo, a causa é externa, de “fator exógeno” assim chamado pelos economistas. O novo coronavírus obrigou todos a ficar em casa para sobreviver e evitar o colapso do sistema de saúde. Centenas de atividades tiveram de ser interrompidas, acompanhadas, consequentemente, de ondas de demissão, empresas fechadas.
Porém, as condições produtivas e mercantis continuam presentes: capital, instalações, gente para trabalhar e vender. O exemplo chinês mostra que, uma vez que se encontre um jeito eficaz de conviver com o vírus, é possível soltar o freio de mão e voltar a andar. Para eles, a estrada é uma descida, então a retomada é mais rápida. Os chineses mostraram que não é impossível retomar o trabalho e conviver com o vírus.
Medidas de precaução, como máscaras e trabalho remoto, o office home e outras modalidades foram ‘inventadas’ para driblar o lokdowm. Espalhou-se pelo país as tentativas de se conseguir a vacina. Das 23 candidatas em testes clínicos, 8 são chinesas (ou usam tecnologia chinesa). Tudo isso serve para retomar a confiança necessária, do mercado, para investir e acreditar na volta a uma vida mais próxima da normal.
O exemplo da China mostra também o erro daqueles que, desde o início da pandemia, insistem no relaxamento nas medidas de isolamento como forma de amortecer o impacto econômico. Na verdade, a retomada depende da confiança, que só existe quando o avanço do vírus cessa (ou dá sinais de cessar). Quanto mais relaxadas as medidas de controle, mais difícil deter a expansão da doença e maior a insegurança dos agentes econômicos – sejam eles empresas, sejam consumidores.
Fonte: Por G1