Foi na edição dia 05 de janeiro de 2020 que os leitores do Jornal Tribuna do Leste conheceram a história da pequena Gabriela Martins Lopes. Com apenas 11 de idade ela encontrava dificuldade de se locomover e sentia fortes dores na coluna. Diagnosticada com espectro autismo, escoliose e neurofibromatose, a moradora do distrito de Realeza necessitava de cirurgia urgente para evitar que seu estado de saúde se complicasse ainda mais. Na ocasião a sua Mãe, dona Helena Aparecida Lopes, procurou a reportagem em busca de tratamentos que amenizassem o sofrimento da menina. Mesmo sem condição financeira ela tinha levado a filha em alguns médicos especialistas em Belo Horizonte e esses profissionais chegaram à conclusão que Gabriela precisa passar por uma cirurgia urgente, porque a coluna da menina estava desnivelando em uma velocidade surpreendente e isso estava trazendo preocupação.
Nossa reportagem na época procurou a Secretária Municipal de Saúde de Manhuaçu para entender o motivo da demora em marcar a cirurgia de Gabriela. Fomos atendidos pelo secretário interino Galileu de Oliveira Muniz, que estava à frente da pasta cobrindo a licença da secretária titular Karina Gama. Galileu nos respondeu por meio de nota que a secretaria municipal de Saúde teria cadastrado a paciente em questão junto a Central de Regulação de Belo Horizonte no dia 13 de Dezembro de 2019, e desde então aguardava o retorno para agendamento de consulta pré-operatória.
O caso de Gabriela era tão complicado que o diagnóstico inicial dava conta de que ela teria que fazer no mínimo três cirurgias e a primeira delas era bastante aguardada exatamente pela demora na sua autorização. O fato comoveu muita gente, uma enorme corrente de oração se formou e algumas pessoas procuraram a família para oferecer ajuda. E essa ajuda das pessoas e da secretaria de Saúde de Manhuaçu foram primordiais para a aquisição de dois coletes que foram receitados com urgência para a menina.
Desde que conhecemos e reportamos o caso da Gabriela seguimos em contato com a Tia dela, Raquel, que foi quem nos contactou na época. Felizmente ela de lá pra cá ela foi nos trazendo boas notícias na medida em que o tempo foi passando. A melhor delas veio no dia 27 de maio, quando a pequenina de 11 anos passou pela primeira cirurgia na capital mineira e foi muito bem sucedida. Ela teria que ficar três dias no CTI e nem precisou. Segundo os médicos, graças à vontade de se recuperar logo que é uma marca da “guerreirinha”.
A melhor notícia ainda estava por vir. Na terça-feira, 22, Gabriela já estava sorridente no quarto após passar pela segunda cirurgia. À princípio ela teria que passar pelo CTI durante três dias após a cirurgia, porém, surpreendendo novamente todo mundo, foi direto para a enfermaria onde se recupera bem. “Agora ela vai passar por novos exames, mas os médicos estão otimistas de que não vai ser preciso uma terceira cirurgia. Enquanto isso temos que encontrar um bom fisioterapeuta para ela e torcer para que ela termine seu tratamento com o mesmo sucesso que tem sido até agora. Quero agradecer a todos que nos ajudaram, seja com oração ou doação, e também os profissionais da secretaria de Saúde que nos encaminharam para as cirurgias”, falou emocionada a Tia Raquel
A alta da Gabriela deve ser em breve, mas ela vai ter que ser assistida de perto pelos médicos com uma certa frequência. Apesar de todo o desafio que enfrentou, a adolescente de 11 anos e a família tem muitos motivos para comemorar.
Klayrton de Souza