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Reflexão: a fé virtual

Pe. Mundinho, Sdn

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Nestes dias de pandemia estamos vivendo nossa fé, no modelo “virtual”, quer dizer, os sacerdotes realizam as celebrações na igrejas e capelas de portas fechadas, sem a presença do público fiel. Os fiéis acompanham os atos litúrgicos de longe, pela tela do smartphone, do notebook, da TV, ou escutam pelas transmissões das rádios.

Isto se dá em caráter provisório em face do isolamento social, evitando o aglomeração, porque nos templos (igrejas) a presença dos participantes se dá pela proximidade, pelo toque, pelo gesto, pelo aperto de mão, pela unção com o santo óleo, pelo abraço da paz. É incompreensível uma celebração sem fiéis. É sem vida, sem graça, o que seria uma reunião “quente” pela proximidade do outro. Torna-se fria, isolada, sem o calor da presença do irmão, da irmã.

Toda celebração dos sacramentos inclui necessariamente a presença dos fiéis, tanto dos que recebem a graça sacramental, como dos ministros e das testemunhas qualificadas que comprovam a legitimação da celebração. No batizado, o fiel recebe os sinais da cruz, da unção com óleo, a infusão ou imersão na água; na crisma, o fiel recebe a unção com óleo na fronte e o toque do celebrante no rosto; na eucaristia é oferecido aos fiéis a hóstia consagrada…  

Nunca vamos celebrar uma liturgia completa sem os fiéis. A presença deles é fundamental. Fé virtual nunca! Celebrações acompanhadas pelos meios eletrônicos somente em tempos de pandemia ou em outras emergências. 

O Papa Francisco alerta para o risco da fé virtual: 

 “Atenção para não viralizar a Igreja, para não viralizar os Sacramentos,

para não viralizar o Povo de Deus”.

“A Igreja, os Sacramentos, o Povo de Deus são concretos. É verdade que neste momento devemos ter esta familiaridade com o Senhor desse modo, mas para sair do túnel, não para permanecer aí.

E essa é a familiaridade dos apóstolos: não gnóstica, não viralizada, não egoísta para cada um deles, mas uma familiaridade concreta, no povo.

A familiaridade com o Senhor na vida cotidiana, a familiaridade com o Senhor nos Sacramentos, no meio do Povo de Deus. Eles fizeram um caminho de amadurecimento na familiaridade com o Senhor: aprendamos nós a fazê-lo também.

Desde o primeiro momento, eles entenderam que aquela familiaridade era diferente daquilo que imaginavam, e chegaram a isso. Sabiam que se tratava do Senhor, partilhavam tudo: a comunidade, os Sacramentos, o Senhor, a paz, a festa.

Que o Senhor nos ensine essa intimidade com Ele, essa familiaridade com Ele, mas na Igreja, com os Sacramentos, com o santo povo fiel de Deus.

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Aos vossos pés, ó meu Jesus,

me prostro e vos ofereço o arrependimento do meu coração contrito

que mergulha no seu nada na Vossa santa presença.

Eu vos adoro no Sacramento do vosso amor, a inefável Eucaristia.

Desejo receber-vos na pobre morada que meu coração vos oferece;

à espera da felicidade da comunhão sacramental, quero possuir-vos em Espírito.

Vinde a mim, ó meu Jesus, que eu venha a vós.

Que o vosso amor possa inflamar todo o meu ser,

para a vida e para a morte.

Creio em vós, espero em vós. Amo-vos. Assim seja.

 (Oração recitada pelo Papa convidando a fazer a Comunhão espiritual)

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