A pandemia causada pelo novo coronavírus praticamente paralisou o mundo, mas não as boas ações. Uma delas vem da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Manhuaçu. Desde 24 de março, os recuperandos se uniram em mutirão para produzir máscaras destinadas a profissionais de saúde para o combate à Covid-19. A ação é realizada com mão de obra dos internos e material fornecido pelo município.
A primeira doação foi realizada para o presídio de Manhuaçu. Logo após, o Estado supriu a carência de máscaras do presídio. Em contato com a Prefeitura, foi feita uma parceria para que as máscaras fossem distribuídas pela Secretaria de Saúde.
Boas ações não são novidade entre as Apacs de todo o estado, onde os presos são incentivados a trabalhar, como melhor forma de ressocialização. “Nesse momento de pandemia, as visitas estão suspensas em todo o sistema prisional. É uma medida preventiva muito necessária. Não é diferente na APAC. Então, o ‘se ocupar’, além das atividades diárias que os recuperandos tem, a confecção das máscaras tem sido motivo de muito orgulho para eles. É uma doação que tem sido feita com muito amor. É importantíssimo nesse processo de ressocialização, pois nesse momento de tantas dificuldades esse poder de ajudar o próximo, mesmo estando recluso, faz uma diferença gigantesca e tem sido motivo de muita alegria pros recuperandos da APAC de Manhuaçu”, explica a presidente da APAC de Manhuaçu, Dra. Denise Rodrigues.
Agora, segundo ela, 7 recuperandos estão envolvidos na produção de aproximadamente 400 máscaras por dia. Toda a produção é entregue à Secretaria de Saúde, que se responsabilizou em distribuí-la.
O material é destinado ao uso exclusivo de profissionais que atuam no município e estão sobrecarregados em função do combate ao coronavírus. “Toda a produção da APAC é doada. Hoje atendemos exclusivamente a saúde municipal que destina as máscaras para o uso de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Nós estamos à disposição para confeccionar máscaras, caso alguém tenha interesse na doação de materiais. Temos o compromisso de fazê-las para a pasta, mas isso não impede que façamos essa doação para mais algum setor que tenha interesse”, pontua a presidente.
Atualmente, a Apac de Manhuaçu abriga 65 recuperandos, que se envolvem com vários outros tipos de trabalho, sempre visando a ressocialização.
João Vitor Nunes