Durante a tarde de sábado, dia 29 de fevereiro, mães e pais de autistas de Manhuaçu participaram do 7º Encontro de Mães de Autistas de Manhuaçu e Região. A iniciativa da ação partiu da necessidade de compartilhar vivências, tirar dúvidas e promover a interação entre os pais, crianças e profissionais da área, fortalecendo a convivência entre as famílias dos portadores do transtorno.
Neste primeiro encontro de 2020, o evento foi iniciado com uma roda de conversa, na qual cada família teve a oportunidade de conhecer de perto a realidade uns dos outros, além de expor para os presentes o quanto é importante o trabalho realizado com as crianças e adultos que têm o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Para Roselane Caldeira, uma das organizadoras do encontro e mãe de Pedro Lucas, uma criança autista, o acolhimento deve ser uma união entre as famílias e os profissionais que prestam assistência. “Aqui nós somos pais, mães, irmãos, amigos, familiares e profissionais que realizam uma troca de experiências e buscam melhorias no dia a dia das pessoas com autismo. Entender as abordagens que envolvem o autismo é algo de extrema relevância”, disse.
Nesses encontros são promovidas também dinâmicas em grupos. “Isso possibilita a todos uma aproximação a características inerentes ao universo do outro. Os participantes realizam trocas de experiências que podem auxiliar no convívio com o autista na família e na sociedade”, completa Rose.
Para Erica Gomes, também mãe de um autista, o pequeno Mateus, o encontro é uma oportunidade de se sentir fortalecida. São histórias diferentes em torno do mesmo problema e muitas vezes, uma experiência que não deu certo com um, pode dar certo com outo. “Isso mesmo, são histórias de vidas, desafios, superação e tivemos ainda a participção da Sileila Rocha, que muito tem nos ajudado”, ressalta Érica
Ajuda profissional
A busca das mães que têm um filho com transtorno do espectro autista (TEA) é mostrar a ele que todo tipo de preconceito pode ser superado durante a vida. Quando os pais recebem o diagnóstico de autismo ou qualquer outra síndrome que possa afetar o desenvolvimento do seu filho, eles precisam reprocessar tudo o que havia sonhado para aquela criança desde a gravidez.
De acordo com a Psicanalista e Psicopedagoga Sileila Rocha, “o instinto de mãe protetora é muito maior para deixar o ambiente menos impactante para a criança”, diz.”
De acordo com ela, a busca por informação e conhecimento sobre o transtorno é o primeiro passo para vencê-lo. “Exatamente, converse com o seu médico, busque ajuda de profissionais e principalmente compartilhe as suas experiências, participe de grupos e encontros, essa convivência em grupo visa fortalecer os pais. Para muitos o fardo é muito pesado e leva um tempo para diluir esse tanto de informação e ter com quem conversar, se apoiar e até mesmo se sentir útil, é muito prazeroso”, ressalta Sileila.
TEA
De acordo com o Ministério da Saúde, o Transtorno do Espectro Autista (TEA), se apresenta de diferentes maneiras e as mais comuns são maior ou menor limitação na comunicação, seja linguagem verbal e/ ou não verbal; na interação social; comportamentos caracteristicamente estereotipados, repetitivos e com gama restrita de interesses.
O grau de gravidade varia desde pessoas que apresentam um quadro leve e com total independência e discretas dificuldades de adaptação (por exemplo, autistas de alto funcionamento, síndrome de Asperger) até aquelas que serão dependentes para as atividades de vida diárias (AVDs), ao longo de toda a vida.
A próxima atividade do grupo acontece no dia 04 de abril, quando será realizado um movimento de conscientização sobre o autismo.
Jailton Pereira