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Alto Jequitibá busca reconstrução após tragédias provocadas pela enchente

A cidade de Alto Jequitibá foi cenário de uma das maiores destruições provocadas pela enchente. Das quatro pontes que ligam a cidade de um lugar ao outro – a exemplo de Manhuaçu, onde o rio “corta” a cidade ao meio – duas desmoronaram, a ultima no sábado, 01, e as outras estão com suas estruturas abaladas. Entre os óbitos, dois irmãos de 8 e 1 ano que morreram na mesma enxurrada que quase tirou a vida do irmão mais velho, de 11 anos. As crianças viviam na zona rural da cidade, e a casa onde elas moravam foi engolida pelas águas do Córrego Indaiaçu. Uma idosa também morreu no Bairro Luanda. A família já velou o corpo dela no cemitério local. Ela também perdeu a vida por conta de um deslizamento.

De acordo com o secretário de Administração e Assistência Social, Edmar Louback, o município foi devastado pelas chuvas dos dias 24 e 25 de janeiro e, mesmo estruturado, não resistiu a força da natureza. O secretário reitera que após a destruição, o município – contando com a participação de voluntários, começou a dar prioridade para a limpeza dos locais afetados, bem como o restabelecimento de água no dia seguinte a enchente. “Mesmo com vários estragos, a cidade começou a se normalizar, tanto na zona urbana quanto na rural – que também conta com frente de serviços para liberar as estradas obstruídas pela lama que impede o acesso a algumas comunidades”, explicou.

Edmar destaca o trabalho voluntário da população de Alto Jequitibá em virtude de doações de donativos e limpeza das ruas e estabelecimentos afetados pelas enchentes. Ele demostrou pesar pelas vidas perdidas durante o desastre natural e externou os pêsames do Prefeito de Alto Jequitibá.

Solidariedade
O que presenciamos nas diversas cidades visitadas pela reportagem do Tribuna do Leste foi a compaixão e a empatia demonstrada pela população, que abraçou a causa e buscou, de todas as formas possíveis, ajudar as pessoas que perderam parcialmente ou tudo com as cheias dos rios e se encontram desolados por não saber por onde começar.

Em Alto Jequitibá não foi diferente, a cidade possui 395 pessoas desalojadas e 46 desabrigadas na área urbana. A zona rural ainda não recebeu o mesmo procedimento em decorrência das estradas ainda estarem bloqueadas. Com o material que dispõe no momento, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do município fez um cadastro prévio de todas as famílias atingidas pelo alagamento e procedeu com a entrega de donativos, roupas, material de construção e utensílios domésticos estão sendo entregues com base no rastreamento desenvolvido pela instituição. “O cadastro é de extrema importância. Por meio dele, nós podemos saber a atual situação das pessoas atingidas pela enchente – o que perderam e quais as suas necessidades. E através deste rastreamento também tomaremos medidas futuras em relação a esses seres humanos. Por isso, pedimos a população que dê mais atenção a este procedimento, ou seja, tire um tempo e nos procure – caso ainda não esteja no cadastro. Passamos de residência em residência, mas pode ter acontecido de alguém não estar em casa no momento. É fundamental que nos procure no Cras que nossa equipe fará o cadastro”, disse a assistente social e coordenadora do Cras, Mariana Faria. O Cras de Alto Jequitibá está localizado na praça Benfeitor Elias Sathler, número 18 – Fundos, Centro. Os telefones para contato são (33) 3343-1552 / 3343-1340.

Sobre os donativos fornecidos pelos moradores e entidades municipais, a assistente social declara que são fundamentais para os trabalhos desenvolvido pelas instituições sociais de Alto Jequitibá. Ela salienta que as instituições religiosas também procederam com um cadastro de pessoas afetadas pelas cheias do rio e forneceram a ajuda necessário para, pelo menos, amenizar um pouco a dor. Maria Faria reforça que a ajuda está vindo de várias partes de Minas Gerais – até o fechamento da edição a entidade aguardava uma ajuda de pessoas que estava viajando por 16 horas para auxiliar na entrega dos donativos. “Só temos a agradecer o acolhimento por parte de todos. Alto Jequitibá teve muitas perdas, principalmente vidas, e, infelizmente, para isso não há reparo”, lamentou.

Danilo Alves

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