Para cristãos em todo mundo o Advento é o tempo de preparação para a vinda do Senhor. Por isso, quanto ao seu significado não há dúvida: o Advento surge como período de preparação para celebração do Natal, ou seja, a Igreja se prepara para o nascimento de Jesus Cristo, partilhando a fé e a esperança do povo nas promessas de Deus e, ao mesmo tempo, aguarda o Seu retorno. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem.
O pároco da Paróquia de São Lourenço, Pe. Carlos Altóe, sdn, conta que é um período de início de um novo ciclo. “É um momento importante e significativo. Em primeiro lugar, o Advento marca o início do novo ano litúrgico. Neste dia 1º iremos celebrar o primeiro domingo do Tempo do Advento e o primeiro domingo do Ano Litúrgico 2020. É interessante, o ano litúrgico não segue o ano civil. Estamos dando início a um novo ciclo, Advento é advir, somos convidados a nos preparar da melhor maneira possível para o Natal, tamanha a importância deste tempo, que na verdade é penitencial”, explica.
O Advento está dividido em duas partes: as primeiras duas semanas servem para meditar sobre a vinda do Senhor quando ocorrer o fim do mundo; enquanto as duas seguintes servem para refletir concretamente sobre o nascimento de Jesus e sua importância na história da humanidade.
É hora de renovação das esperanças, com a advertência do próprio Cristo, quando diz: “Vigiai!” para não sermos surpreendidos. Pe. Carlos explica que a liturgia nos convida a estar atentos e esperar a vinda do Senhor. “Toda a liturgia que nós estamos celebrando nesses últimos domingos já tem nos chamado a atenção para uma preparação. As palavras de Jesus, a partir do Evangelho de São Lucas neste ano, são palavras de vigilância, de atenção, para nós não perdermos a hora, não a nossa, mas a hora de Deus. E a melhor maneira possível para podermos viver e vivenciar de uma forma intensa e plena é a vigilância, a atenção, o compromisso, nos colocando nessa atitude de escuta e de resposta, de avaliação da vida mas também de comprometimento com Deus e com os imãos e irmãs”, pontua.
O comércio já está preparado para as vendas de Natal, a expectativa é de ter o maior número possível. Já a igreja deve preparar-se para a vinda do Rei, seja na esperança do Seu retorno, seja na celebração de Seu nascimento. Hoje, diante do mercado que se impõe, a Igreja pensa na urgência de recolocar o Natal em seu lugar. Isto significa retomar sua importância na história da salvação. Para isso, é imprescindível uma preparação adequada. O pároco reforça a necessidade de se manter o foco na missão nesse período de preparação. “Os momentos fortes que nós celebramos, Páscoa, Natal, Dia dos Pais, Dia das Mães e outros momentos festivos durante o ano, são provocados pelo comércio. Quantas pessoas se perdem, se deixam levar pelo consumismo? Tantas outras, após as festas de fim de ano, têm que intensificar a sua caminhada nas academias, para voltar ao peso ideal, para perder as gordurinhas, porque o excesso aconteceu. Quando a gente fala de Natal, de Ano Novo, de outros momentos festivos a partir da liturgia, somos convidados a não perder o foco, e o foco está na proposta de Deus, no projeto de Jesus, que está todo fundamentado no Reino de Deus. Celebrar o Natal é celebrar um momento de preparação intensa para a vinda de Jesus que quer nos encontrar atentos, vigilantes, prontos, mas também disponíveis para continuarmos nos comprometendo com este projeto do Reino, que é um projeto de vida, de esperança e de dias melhores para todos e todas”, reitera.
João Vitor Nunes