Emoção e alegria marcaram a premiação do Coffee of The Year 2019 (COY) na Semana Internacional do Café 2019 (SIC). Pela terceira vez é de Alto Caparaó (MG) o melhor café do ano: Wilians Valério, do Sítio Recanto dos Tucanos, conquistou a primeira colocação. A vitória dele representa outro ponto muito importante a ser comemorado: consolida o alto padrão de qualidade de uma região produtora formada pela união das Matas de Minas, o Sul do Espírito Santo e o Caparaó. Juntas, elas conquistaram 34 prêmios em sete anos do concurso.
A trajetória até chegar aos resultados de 2019 merece ser contada. Na primeira edição, apenas um produtor de Araponga (Matas de Minas) figurou entre os dez melhores. Foi o quinto colocado. Em 2013, Alto Caparaó (6º) e Espera Feliz (10º). Daí em diante, virou festa: 2014 e 2015, o primeiro lugar com Clayton Barrossa Monteiro, da Fazenda Ninho da Águia, em Alto Caparaó. Considerando os dez primeiros lugares dos sete anos, foram 34 ganhadores. A metade do número total com cafés de fazendas de Luisburgo, São João do Manhuaçu, Alto Jequitibá, Espera Feliz, Araponga e Alto Caparaó (em Minas) e Dores do Rio Preto e Iúna (no Espírito Santo).
Para completar esse café de aroma e sabor especiais basta apresentar outro dado: foram seis primeiros lugares em sete anos de Coffee of The Year. Cinco da região do Caparaó e um das Matas de Minas.
A premiação de 2019 confirma a mudança que se vivenciou nos últimos 20 anos. Aqui se produz os melhores cafés.
Evolução
O primeiro lugar do café do Recanto dos Tucanos neste ano mostra essa evolução. Para o produtor Wilians Valério, de 62 anos, a vitória teve sabor de orgulho, afinal, a produção do café com base no sistema de agroflorestas no seu sítio teve início há apenas quatro anos. “Foi nossa terceira participação no COY, sendo que na primeira vez, ficamos com a 12ª colocação; no ano passado, com a 6ª; e agora com o primeiríssimo lugar. Estamos muito felizes”, disse.
Chegar ao topo dos cafés não foi fácil. Willians Júnior e o Café do Recanto dos Tucanos disputaram com 500 amostras de 21 regiões produtoras do Brasil. Após a primeira seleção, sobraram 180. Desse número saíram os finalistas.
Além deles, Gislene da Silva Portilho – de Luisburgo, José Emilio Magro – Espera Feliz e Cedro do Carmo Fornari, da região do Rio Claro em Iúna (ES) estão entre os dez melhores de 2019.
Com tanta disputa, não é apenas sorte. Pode-se concluir que o empenho na produção e a busca pelo diferencial de qualidade pelos produtores e seus familiares nesse terroir único já se tornou um hábito: ser o melhor café do Brasil. Viva os cafés do Caparaó, que são das Matas de Minas e das Montanhas Capixabas.
Carlos Henrique Cruz