ColunistasPe. José Raimundo (Mundinho)

Reflexão: “Estamos perdendo a corrida da emergência climática”

O tema do meio ambiente continua em pauta no noticiário nacional e internacional:

– derramamento de óleo no mar poluindo as praias do nordeste brasileiro;
– as queimadas assolando o pantanal mato-grossense (o fogo já consumiu mais de 1,3 milhão hectares, segundo o governo do Mato Grosso do Sul);

– a morte do indígena Paulo Paulino Guajajara, “Guardião da Floresta” na emboscada ocorrida na sexta-feira (1º) na Terra Indígena Araribóia, na região de Bom Jesus das Selvas, entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo, no Maranhão;

– a confirmação pela Organização das Nações Unidas (ONU) da saída dos Estados Unidos da América do Acordo de Paris (segunda, 04).

Dias antes, se deu no domingo, (27/10), o encerramento do Sínodo dos Bispos da Região Pan-amazônica que, dentre outras reivindicações apresentou o pedido de maior mobilização da comunidade internacional para destinar recursos econômicos para a proteção da floresta e para a promoção de “um modelo de desenvolvimento justo e solidário” na Amazônia.

Cúpula do Clima

No mês de setembro, a ONU promoveu, em New York, nos EUA, encontro que reuniu mais de 60 líderes de diversos países para tratar do clima no planeta. O secretário-geral da ONU, o português Antônio Guterres, no discurso de abertura, garantiu que a reunião não foi convocada para que apenas fossem feitos discursos e negociações, mas para definir ações e compromissos concretos.

Afirmou que: “Estamos perdendo a corrida da emergência climática, mas ainda podemos vencê-la” (…) “A minha geração falhou na responsabilidade de proteger nosso planeta. Isso deve mudar”. Guterres exaltou a ida às ruas de estudantes, em protesto pela defesa do clima e do meio ambiente. Protestos em defesa do meio ambiente ocorreram em 150 países e na sexta-feira (20/09), inclusive no Brasil.

“Os jovens estão oferecendo soluções, insistindo na responsabilidade, cobrando ações urgentes. Fazem o certo”, completou. “Há um custo para tudo, mas o maior custo é não fazer nada. O maior custo é subsidiar uma indústria de combustíveis fósseis, construindo mais e mais termelétricas, e negando o que é claro: nós estamos em um grande buraco do clima e, para sair dele, nós precisamos primeiro parar de cavar”, afirmou Guterres.

A estrela do encontro foi a garota sueca Greta Thunberg que discursou ao lado do secretario geral da ONU e responsabilizou os líderes pela falta de ações em defesa do clima.
Alguns pontos de seu discurso:

‘Infância roubada’

“Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias” (…) “Isso tudo está errado. Eu não deveria estar aqui em cima deste palco. Eu deveria estar na minha escola, do outro lado do oceano, mas vocês sempre se voltam para os jovens em busca de esperança. Como ousam?”,

Conto de fadas

“As pessoas estão sofrendo. As pessoas estão morrendo (…) Estamos no início de uma extinção em massa e tudo o que vocês falam gira em torno de dinheiro e um conto de fadas de crescimento econômico eterno. Como ousam?”

Ciência ignorada

A jovem sueca reforçou que não há políticas e soluções à vista e que não acredita quando líderes mundiais dizem que escutam os mais jovens e entendem a urgência que devem tomar as decisões.

“Por mais de 30 anos a ciência foi clara. Como ousam seguir ignorando os alertas e vir aqui para dizer que estão fazendo o bastante? Se vocês realmente entendessem essa situação, e ainda assim seguissem falhando em suas ações, então vocês são maus. E nisso eu me recuso a acreditar.”

Nunca vamos perdoar

Para Thunberg, não haverá planos ou soluções para o que foi apresentado durante a Cúpula. Isso, porque, segundo ela, os números são muito desconfortáveis.

“Vocês não são maduros o suficiente para dizer que estão falhando. Mas os jovens estão começando a entender sua traição. Os olhos das gerações futuras estão virados para vocês. E se vocês decidirem nos ignorar, eu te digo. Nós nunca vamos perdoá-los.”

Mudança está vindo

A jovem ativista, que conseguiu mobilizar milhares de jovens estudantes na sexta-feira (20/09) durante a terceira greve global pelo clima ameaçou: “Nós não vamos deixá-los sair ilesos dessa.”
“Aqui, agora, vamos definir os limites. O mundo está acordando. A mudança está vindo, quer queiram, quer não.”

Fonte – G1

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