Faleceu na tarde deste sábado, 16, em Lajinha, Pe. Augusto Marques de Moraes Neto “Padre Agostinho”, aos 89 anos. Após sentir-se mal, o sacerdote foi encaminhado ao Pronto Atendimento Municipal de Lajinha onde recebeu atendimento, mas não resistiu e acabou falecendo devido a problemas cardíacos.
Nesse ano de 2019, a Paróquia de Nossa Senhora de Nazareth, onde Pe. Agostinho atuava como pároco emérito, celebrou os 50 anos de sua ordenação.
As festividades ocorridas em julho deste ano contaram com uma programação especial.
A notícia de sua morte causou comoção nas redes sociais, uma vez que era muito querido pela comunidade.
Velório e sepultamento
O velório tem início neste domingo, 17, às 06:30h, na igreja na matriz de Nossa Senhora de Nazareth, em Lajinha.
A missa de corpo presente será às 8 horas, nesta segunda-feira, 18, em seguida o sepultamento.
Vida e vocação
Padre Agostinho nasceu em 8 de agosto de 1930, em Rio Preto, MG. Foi um dos 12 filhos do senhor Alcides Marques de Moraes e da senhora Cenira Pinto Marques. Na juventude, trabalhou no Banco Nacional, em Juiz de Fora, por muitos anos. Sentindo o chamado de Deus, deixou tudo e foi acolhido para a vida monástica no Mosteiro de Itaporanga – SP.
Em 2 de julho de 1969 foi ordenado presbítero pela imposição das mãos de dom José Eugênio Corrêa, na época bispo diocesano de Caratinga. A amizade entre dom Corrêa e padre Agostinho era antiga. Conforme contou padre Wagner, pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Nazareth, na infância, o garoto Agostinho já teria servido ao altar como coroinha do, à época, padre Corrêa, em Rio Preto.
No início de 1971, padre Agostinho pediu ao amigo dom Corrêa que lhe permitisse fazer uma experiência pastoral na diocese de Caratinga, sendo acolhido na Paróquia de São Sebastião, em Tarumirim. Em 11 de abril daquele mesmo ano, dom Corrêa o transferiu para a Paróquia de Nossa Senhora de Nazareth, em Lajinha, de onde se tornou pároco emérito em 2005, mas ainda reside.
Pe. Wagner Augusto Soares relata que padre Agostinho atendeu, na época, em torno de 5 comunidades da paróquia de Lajinha, dando assistência pastoral à paróquia de Chalé e também à Comunidade de Dores do José Pedro (atualmente pertencente à paróquia de Durandé).
“A cidade de Lajinha tinha naquela época cerca de cinco mil habitantes. Era uma realidade de extrema pobreza, em todos os sentidos. A pobreza material devido ao corte da plantação de café na época e a pobreza espiritual, pelo pouco atendimento e ausência de padres por um tempo. Portanto, o maior desafio citado pelo Padre Agostinho foi recuperar a confiança do povo diante da Igreja e da presença do novo pároco que chegava para assumir a comunidade paroquial”, relatou padre Wagner.
Padre Wagner avalia que, em Lajinha, padre Agostinho realizou um trabalho apostólico frutuoso, criando comunidades, catequizando, evangelizando e oferecendo toda uma renovação na vida paroquial, diante das propostas da diocese à luz da implantação dos objetivos e propostas do Concilio Vaticano II.
Seu legado está eternizado em obras que idealizou e executou, entre elas a ampliação da Igreja Matriz, a construção da Casa de Cursos Nossa Senhora das Graças, o Santuário Nossa Senhora Aparecida, no alto da pedra da Baleia (hoje centro de peregrinação mariana na região), além de zelo e dedicação com a formação de comunidades e construção de capelas, deixando no final do seu paroquiato 42 comunidades, sendo 5 urbanas e 37 rurais.
Padre Wagner destaca ainda que a missão de padre Agostinho em Lajinha foi além das obras físicas, realizando um especial trabalho evangelizador com jovens, adolescentes, catequese de crianças e proximidade com as famílias através dos Movimentos de TLC, TLCA, PLC masculino e PLC feminino.
Tribuna do Leste com informações da Diocese de Caratinga