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Acordo entre cafeicultores e instituição bancaria é celebrado em reunião

Um encontro entre cafeicultores de Manhuaçu e região, representantes de segmentos cafeeiros e membros do Banco do Brasil serviu para selar as medidas de renegociação apresentadas pela instituição financeira acerca da situação dos produtores de café do leste de Minas. O evento aconteceu na quarta-feira, 13, na sede da entidade bancaria, no centro de Manhuaçu.

A reunião foi de encontro ao compromisso firmado do banco a uma solicitação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e Frente Parlamentar do Café, no dia 22 de outubro, consistindo em uma medida emergencial para renegociação e prorrogação de dívidas de produtores de café.

De acordo com cafeicultor de Alto Jequitibá, João Valério Cardoso, o encontro foi positivo e serviu para reforçar a luta que os cafeicultores vêm enfrentando neste ano devido à baixa produtividade e qualidade da safra 2019.

Ele salienta que as medidas propostas pelo banco consistem em ações emergenciais e não resolve totalmente a situação dos produtores, tendo em vista que o cenário atual é grave. “Mas, em um primeiro momento, estamos comemorando essas conquistas e ficamos satisfeitos, entretanto, sabemos que muitas outras lutas ainda devem ser realizadas para que a situação dos produtores volte a se normalizar”, disse.

Segundo o produtor, o acordo firmado entre as partes fornece uma luz no fim do túnel para quem trabalha com café, haja vista que o produto, é o carro chefe da economia brasileira. Ele acrescenta que a classe produtora deve se unir mais em busca de novos acordos para o setor em função do segmento ainda enfrentar um período difícil em relação à safra deste ano.

“E em especial nós, do café das montanhas, pois não temos como mecanizar o café”, salientou. Entretanto, João Valério Cardoso, reconhece o acompanhamento por parte do banco, que foi capaz de perceber a situação dos cafeicultores e propôs medidas que podem ajudar o homem do campo a enfrentar a crise.

O Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Manhuaçu, Antônio Teodoro, enfatiza que os produtores estão procurando o banco para proceder com prorrogações ou renegociações e a instituição vem procedendo conforme acordo firmado com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e outras entidades representativas. Porém, segundo o líder sindical as medidas propostas poderiam ser mais benéficas aos produtores.

“Não é bem o que a gente queria (as medidas propostas), pois lutamos muito para que o Governo prorrogasse as dívidas por mais tempo, e que também não houvesse tanto compromisso a ser acatado pelo produtor. Mas infelizmente não foi possível. O Brasil passa por dificuldades de uns anos para cá e entendemos essa situação. Por isso, aceitamos as propostas e vamos trabalhar com elas para auxiliar o produtor a se reerguer”, disse.

O gerente geral de Agência, Flavio Fernandes de Souza, conta que o Banco do Brasil é o maior parceiro dos cafeicultores a nível municipal e regional – incluindo cidades como Manhumirim e Simonésia. Ele afirma que a instituição reconhece o momento de dificuldades dos cafeicultores que sofreram com a perda da safra de 2019 e em consequência dessa situação a agencia bancaria se coloca à disposição para elaborar as medidas que visam auxiliar o produtor a não arcar com as despesas que já se encontram altas.

“O Banco continua o atendimento creditício e não existe linhas de créditos fechadas aos produtores. E o cafeicultor que não tiver condição de arcar com seu custeio e investimento pode procurar a instituição, pois temos as soluções
para todos os casos”.

Medidas propostas

Atendendo a uma demanda dos produtores de café, que vivem um cenário de preços baixos e perda de renda há alguns anos, o BB apresentou duas medidas para prorrogação e uma para renegociação dos passivos dos cafeicultores diante das cotações baixas dos produtos e dos altos custos para produzir, fazendo com que os cafeicultores percam competitividade e receita. A primeira consiste na prorrogação com parcelamento de 5 a 10 anos, de acordo com os laudos, e 2 anos de carência. Ela não carece de porcentagem de entrada e tem que ser acompanhada de laudos.

A segunda medida constitui em um depósito de 20% no ato da assinatura do contrato de prorrogação, e a carência é de 2 anos e a primeira parcela começará a ser paga em 2021 com juros de 0,5 ao mês e média de 6% ao ano, e a medida não depende de laudos. Já o produtor que optar pela renegociação do endividamento – a terceira medida – ficará impedido de tomar crédito junto ao BB até que honre 50% do valor negociado. O prazo é de três anos de carência e de oito a doze anos de parcelamento, com juro de 1% ao mês, e o titular fica com pendencias até que pague 50% do valor”.

Danilo Alves

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