Neste sábado, dia 12, foi celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida. Todos os anos, milhares de fiéis vão até Aparecida do Norte em romaria para comemorar a data perto da Mãe Negra, mas para quem decidiu ficar, as paróquias de São Lourenço e do Bom Pastor, em Manhuaçu, prepararam celebrações da data, que é uma das principais do calendário litúrgico nacional. Foram missas espalhadas por todas as comunidades que levam o nome da padroeira, com festas, procissões e muita fé.
“É um momento de nós celebrarmos bem, renovando a nossa fé e buscando em Nossa Senhora da Conceição Aparecida as bençãos que ela continua derramando sobre o povo brasileiro e sobre todos nós”, afirma Pe. Carlos Altoé, SDN, pároco da Paróquia de São Lourenço. As celebrações na paróquia aconteceram nas comunidades e na Matriz de São Lourenço.
Já na Paróquia do Bom Pastor, o vigário Pe. Sebastião Santana, SDN, reforça a identificação do povo brasileiro com a padroeira: “Dada toda a história de Nossa Senhora Aparecida, é um dia em que as pessoas simples, humildes se identificam mais. Nossa Senhora Aparecida parece ser muito do nosso jeito, de povo”, afirma.
Com uma história de mais de três séculos no Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida continua sendo a santa mais aclamada e popular do país. Há 302 anos, em 1717, uma imagem que era atribuída à portuguesa Nossa Senhora da Conceição foi encontrada no rio Paraíba do Sul, em Guaratinguetá, São Paulo. A imagem ganhou um altar e foi batizada de Aparecida, devido à sua aparição no rio. Foi proclamada Rainha do Brasil, em 16 de julho de 1930 pelo papa Pio XI.
A história conta que três pescadores foram incumbidos de buscar peixes para uma festa de boas-vindas a Pedro de Almeida Portugal, então governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Isso aconteceu em meados de outubro daquele ano, época de poucos peixes na região. Porém, como não podiam contradizer o pedido, rezaram pela proteção e benção da Virgem Maria e de Deus para que pudessem voltar à terra firme com fartura. Depois de inúmeras tentativas sem sucesso, surpreendentemente eles pescaram o corpo de uma imagem. Curiosos, lançaram novamente as redes e “pescaram” uma cabeça que se encaixou perfeitamente ao corpo. Mas, após esse achado, eles apanharam tamanha quantidade de peixes que tiveram que retornar ao porto com medo de a canoa virar. Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu o fato como intervenção divina.
Pe. Carlos conta que Nossa Senhora Aparecida intercede pelos menos favorecidos na sociedade. “Ela apareceu, foi pescada, num contexto de muito sofrimento, de muita desigualdade social e de escravidão. A cor morena de Nossa Senhora Aparecida diz muito sobre o momento em que estamos vivendo hoje, dificuldades, problemas. Não temos aquele modelo de escravidão que existia no Brasil naquela época, mas temos tantos outros modelos de dependência que continuamos vivendo, que ela, de verdade, continua intercedendo junto a Jesus pelo povo brasileiro, de modo especial, por aqueles que mais sofrem”, explica.
Este dia é feriado para os brasileiros desde 1980, quando a basílica foi consagrada por São João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil. O pároco da Paróquia de São Lourenço, Pe. Carlos Altoé, reforça a importância da data para o povo brasileiro. “Falamos isso a partir das novenas que acontecem nas comunidades, nas paróquias, só de contemplarmos as inúmeras peregrinações que acontecem nesta época pelo Brasil afora. Para viver melhor, somos convidados a ouvir com atenção e responder na fé e na generosidade aquilo que ela continua sinalizando para nós”, explica.
João Vitor Nunes – Tribuna do Leste