Gradativamente pequenos produtores de café estão buscando alternativas e aplicando tecnologia visando o mercado de qualidade originário da agricultura familiar. Por toda a região, percebe-se que as famílias estão apostando na expansão dos grãos especiais, que são produzidos com cuidado para atender a demanda de mercado com um produto que oferece qualidade na mesa, sobretudo, pela mudança do perfil do consumidor.
Já é possível perceber que o paladar das pessoas para o consumo de cafés especiais, tem se tornado mais apurado, principalmente quando passam a distinguir o sabor, a qualidade e a pureza. Esse cenário tem sido percebido na região de Manhuaçu- conhecida como a “Capital do Café”, que está abrindo as portas para a valorização do produto, oriundo das propriedades cuidadas no sistema familiar.
Na Feira Gastronômica realizada na última semana em Manhuaçu, pela primeira vez, os produtores da agricultura familiar tiveram a oportunidade de mostrarem cafés produzidos. O produtor Célio Miguel da Silva, residente no Córrego Boa Vista está trabalhando junto a um grupo de produtores, que acredita na procura e expansão de mercado de cafés especiais. Em conversa com a reportagem, ele contou que a participação serviu para mostrar o que a região tem de bom. “A cada dia o mercado está mais exigente, em se tratando de café. Para entrar no mercado competitivo e forte, se faz necessário produto de qualidade. As pessoas que visitaram o estande ficaram surpresas com o que viram, outras nem sabiam que a região produz esse café”, conta Célio Miguel.
A reportagem conversou também com um jovem produtor de cafés especiais, que está bastante animado com a tendência de mercado. José Carlos Pires abandonou o curso de Matemática na UFV/Viçosa e retornou para assumir os negócios da família. Morador de Vila de Fátima, com o irmão Jorge Henrique, passaram a trabalhar com foco na produção de café, para atender a demanda de mercado.
Ele conta que a região é rica para garantir a qualidade do produto e tem tudo para alcançar o mercado interno e externo. Ao ser perguntado sobre a abertura para mostrar os produtos na feira, José Carlos Pires disse ter achado de suma importância. “Aqui, as pessoas tiveram contato com o produtor, conheceram a origem do café e ainda ficaram sabendo do potencial do município. A gente sente que o mercado do café especial pode alavancar muito mais e isso é percebido através do consumidor que está buscando conhecimento. O produtor também tem de aplicar conhecimento, para ganhar qualidade”, ressalta o jovem produtor de café especial.
Com a força dos cafés especiais, outros produtos começam a chegar no mercado, para diversificar e potencializar a região. Já tem produtores apostando no queijo artesanal bem preparado e outros na produção de ovos caipira selecionados e com o Selo de Inspeção Municipal.
Eduardo Satil