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Dia “D” da diálise alerta para diagnóstico e prevenção da Doença Renal Crônica

Começando os trabalhos voltados ao dia D de dialise celebrado nesta quinta-feira, 29, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) do bairro Ponte da Aldeia recebeu profissionais ligados ao setor de Hemodiálise de Manhuaçu para uma palestra sobre diagnóstico e prevenção. O evento aconteceu na quarta-feira, 28, e contou com orientações sobre diagnóstico e prevenção que podem ajudar contra a Doença Renal Crônica (DRC) e esclarecimentos sobre atitudes saudáveis que podem auxiliar pacientes – em especial os diabéticos e hipertensos a manter uma qualidade de vida mais saudável.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a prevalência da doença renal crônica no mundo é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos e 28% a 46% em indivíduos acima de 64 anos. No Brasil, a estimativa é de que mais de dez milhões de pessoas tenham a doença. Desses, 90 mil estão em diálise (um processo de estímulo artificial da função dos rins, geralmente quando os órgãos têm 10% de funcionamento), número que cresceu mais de 100% nos últimos dez anos.

A assistente social e uma das mobilizadores do evento, Ivonete de Paula, reforça que além da ESF Ponte da Aldeia, a unidade do Bom Jardim também foi contemplada com as atividades de diagnóstico e prevenção na manhã do mesmo dia e o ESF do bairro Lajinha recebeu a equipe na sexta-feira, 30. Ela reforça que outros ESF’s de Manhuaçu, como o Nossa Senhora – incluindo o Centro de Atenção à Família (CAF), São Vicente, Matinha, Engenho da Serra, Santo Antônio, entre outras unidades da cidade, a exceção das ESF’s localizadas na zona rural do Município. “Iniciamos essa campanha de prevenção e orientação a esses pacientes. E vamos entrar com essa iniciativa no mês de setembro, pois no dia 27 é celebrado o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Portanto, é importante trabalhar junto aos ESF’s para informar a população a nossa orientação sobre a prevenção da Doença Renal Crônica”, disse.

Outra mobilizadora do evento, enfermeira Camila Espínola, salienta que o apoio das equipes de Estratégia de Saúde da Família é fundamental em função do crescimento desordenado da Doença Renal Crônica. “Pois são dessas unidades que saem as principais causas da doença renal crônica. E se remediada no início, a instalação da doença pode ser evitada”, disse. A assistente social, Paula DeRossi, que também trabalhou na mobilização, destaca que expansão da Atenção Básica é uma das principais ações para prevenir as DRC’s. Segundo ela, atualmente são 42,9 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) em funcionamento; 42,6 mil equipes de Saúde da Família que cobrem 64,6% da população; e 263,4 mil Agentes Comunitários de Saúde em todo o país.

Auxílio

De acordo com a enfermeira da ESF Ponte da Aldeia, Carla Mendes, a unidade conta com 500 pacientes hipertensos e 80 pacientes diabéticos e os profissionais do setor buscam monitora-los através de exames e consultas médicas, tendo em vista que são acessíveis para todos eles. “Mesmo assim percebemos a resistência de alguns pacientes em aderir aos tratamentos, exames e aos medicamentos. Portanto, essa parceria é importante orientamos a comunidade a respeito da Doença Renal e alertamos os pacientes dos riscos que correm quando não aderem ao tratamento”, explica.

Segundo o estudo Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde, as pessoas em diálise, entre 65 e 74 anos, apresentaram, em 2017, a maior taxa de realização de Terapia Renal Substitutiva (TRS) por 100 mil da população (782), em relação às demais faixas etárias. A maior predominância foi no sexo masculino com taxa de crescimento anual de 2,2% e, de 2% para o sexo feminino. A raça/cor predominante é a branca (39,6%) em relação às raças/cor amarela (1,2%), indígena (0,1%), parda (36,1%) e preta (11,4%).

A maior taxa regional de pessoas em alguma modalidade de TRS foi na Região Sudeste, com 236 pessoas a cada 100 mil, seguido pela Região Centro-Oeste (229 por 100 mil da população) e Região Sul, com 208 por 100 mil da população. As taxas de realização da Terapia Renal Substitutiva aumentaram em todas as regiões do país, sendo o aumento de 3,9% no Norte; 3,3% no Nordeste; 3,2% no Centro-Oeste; 1,7% no Sudeste; e 0,6% no Sul.

A estudante de medicina Larissa Mendes fornece atendimento a comunidade do ESF Ponte da Aldeia e reitera que uma equipe multidisciplinar contendo nutricionistas, enfermeiros e agentes de saúde faz a diferença no tratamento a pacientes com Doença Renal Crônica, tendo em vista que a enfermidade é silenciosa e, consequentemente, carece de atenção dos profissionais ligados a saúde. Larissa Mendes complementa que tratar e controlar os fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares e tabagismo são as principais formas de prevenir a doença renal.

Conscientização

O senhor João Felix é hipertenso e diabético. Ele diz que já sofreu com as doenças e inclusive a sua taxa de glicose chegou a 490mg/dl (decilitro), praticamente o levando a tomar insulina. Entretanto, através de dietas e orientações dos profissionais do ESF Ponte da Aldeia houve uma melhora em seu estado clínico. “Quem é hipertenso ou tem problema renal deve se cuidar, seja através de uma nova alimentação, prática de atividade física ou acompanhamento dos profissionais da saúde. A vida é passageira e devemos preserva-la enquanto em tempo”, refletiu.

Danilo Alves – Tribuna do Leste

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