Um patrimônio histórico e cultural de Manhuaçu: assim pode ser definida a Casa de Cultura Ilza Campos Sad. O local é referência cultural da cidade, abrigando biblioteca com arquivos de jornais e livros relacionados com a história da cidade, espaço para eventos, exposições e inclusive a Academia Manhuaçuense de Letras. Entretanto, a Casa de Cultura parece ter caído no esquecimento da população, seja através de furtos e pichação ou pela falta de interesse da rica história de Manhuaçu.
Além da falta de orgulho do povo manhuaçuense acerca dos feitos do passado, o futuro da Casa de Cultura possui uma interrogação quanto a sua estrutura física. Nos últimos anos, o local vem passando por reformas que buscam manter as características originais de sua fundação – a última ocorrida em 2016. Mesmo com as intervenções feitas a muito o que se fazer no imóvel, em especial o piso que se encontra bastante danificado em virtude das ações de cupins que praticamente ruíram o chão da Casa de Cultura.
Com o objetivo de fazer novos reparos no imóvel a Secretaria de Cultura levou até o local uma equipe especializada em reparos para avaliar a situação do local e, posteriormente, dar prosseguimento as possíveis obras a serem feitas na Casa de Cultura, porém, tais medidas foram praticadas em fevereiro deste ano e, desde então, o local possui buracos no salão principal da Casa de Cultura Ilza Campos Sad, conforme explica o presidente da Academia Manhuaçuense de Letras, radialista SJ de Moraes. “Em fevereiro a secretária de Cultura e Turismo Gena Clara esteve aqui, juntamente com arquitetos e outros profissionais. De fato, tem trazido transtorno pois estamos nos reunindo em uma antessala da Casa de Cultura. Entendemos que o sistema para a reforma é burocrático, mas estamos ansiosos para que a reforma venha o quanto antes”.
Segundo o Vice-presidente da Fundação Manhuaçuense de Cultura, professor Eduardo Portilho, é compreensível os tramites legais para a realização de uma licitação. Mas, a demora em dar prosseguimento a uma nova oferta e, consequentemente, aos reparos ocasiona adversidade devido a reunião que os membros da academia realizam duas vezes por mês. “Esperamos que tão logo se realize a licitação e os trabalhos se iniciem, tenhamos de novo a nossa academia para inaugura-la em um novo período e trazendo os benefícios culturais para roda a comunidade”, pontua.
Professor Eduardo Portilho salienta que as pessoas que mantém a Academia e a Fundação são seus próprios acadêmicos motivados em prosseguir com os trabalhos das instituições e promover a história e cultura da cidade. Ele espera que o poder público se sensibilize pela importância da Fundação e da Casa de Cultura e possa promover um auxílio mensal para que as pessoas pudessem ser tratadas com mais integridade. “Nós que assumimos as despesas da instituição e a pretensão é que haja um auxílio público para termos condições de receber com dignidade todos aqueles venham até a Casa de Cultura assimilar um pouco da nossa cultura”, enfatiza.
Licitação
O diretor de patrimônio da Secretaria Municipal de Cultura, Fabrício Santos, explica que tem que ser feito um laudo técnico dos bens tombados do município e o Palácio da Cultura faz parte deste processo. Segundo Fabrício Santos, foi constatada a necessidade de uma segunda etapa de reforma no local, em especial no piso da Casa de Cultura, tendo em vista que na primeira ação feita em 2016 e concluída em 2017 ocorreram pinturas do local e troca do forro. Entretanto, o orçamento aprovado na época foi encaminhado para os reparos citados e não contemplava a segunda etapa da reforma como o reparo do piso. “Quando levamos os técnicos da Prefeitura – o engenheiro e a arquiteta, para avaliarem a situação do piso verificamos que os cupins juntamente com a umidade haviam danificado toda a parte da madeira estrutural, e o piso já estava afundando”, explica.
De acordo com o diretor de patrimônio a primeira constatação foi observada pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Manhuaçu – e entre as atividades exercidas, o conselho atua na formulação e aprovação de propostas para o fortalecimento da política cultural, o fomento às artes e a promoção do patrimônio cultural, a definição de prioridades na consecução da política municipal de cultura e na aplicação dos recursos públicos destinados à cultura, além de fiscalizar atividades culturais promovidas pela Prefeitura, bem como pelas entidades culturais conveniadas.
“Nesta segunda etapa, verificamos que além do piso deve haver reparos no telhado em função de infiltração, na própria pintura que não foi a adequada ao período de tombamento do ano 2000, e por isso vai ser feita uma nova revitalização da pintura, além de uma parte nova de jardinagem”, explica.
Segundo Fabrício Santos, a arquiteta responsável precisou de dois meses para proceder com o levantamento acerca das necessidades e, consequentemente, dos materiais necessários para o reparo da Casa de Cultura. Em seguida ao trabalho da profissional, um levantamento de preços é realizado com o intuito de ser encaminhado para licitação – procedimento administrativo formal regra que se estabelece de forma prévia às contratações de serviços, aquisições de produtos, ou até mesmo para registrar preços para contratações futuras pelos entes da Administração Pública direta ou indireta, que também pode ser considerada como pré-contrato, que tem como objetivo principal a obtenção das propostas mais vantajosas e justas.
“Ao fazer o processo licitatório e já ter marcado para o dia 16 julho, infelizmente não apareceu nenhuma empresa para apresentar proposta e ganhar o processo licitatório para a reforma da instituição. Portanto, estamos retomando o processo por meio de um novo levantamento de documentação e prontos para entregar novamente a licitação com o objetivo de reabrir o processo licitatório. E dentro de um mês, ou um pouco mais, vamos ter a possibilidade de uma empresa vencedora e que possa executar os serviços de reforma da Casa de Cultura”, finaliza
Danilo Alves – Tribuna do Leste