A Campanha da Fraternidade (CF) se realizará mais intensamente no período da Quaresma, que tem início na Quarta-feira de Cinzas, dia 6 de março, e vai até dia 21 de abril, dia em que se celebra a Páscoa de Jesus Cristo. O tema da CF 2019, escolhido pelos bispos brasileiros, a partir de sugestões vindas de organizações sociais, governos e de organismos da própria Igreja, vai refletir sobre o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”. Com esta campanha a Igreja quer: “estimular a participação em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade”.
Todos os anos a Igreja do Brasil nos convida a aprofundar a experiência de conversão quaresmal através da Campanha da Fraternidade (CF). A cada ano ela nos confronta com um tema desafiante da nossa realidade, e este ano propõe avaliar e aprofundar a fraternidade diante das Políticas Públicas. O manual da Campanha da Fraternidade 2019, tem por objetivo geral estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade.
A Campanha da Fraternidade deste ano quer ajudar as pessoas a compreender e a participar mais ativamente das Políticas Públicas que devem ser desencadeadas para favorecer a todos, principalmente os mais pobres, daí a necessidade de entender bem o que vem a ser as questões pertinentes as Políticas públicas. É necessário superar os preconceitos que levam as pessoas a se fecharem a tudo o que diz respeito à política, por entenderem que se trata de coisa suja, de corrupção e desvios. Portanto, somos convidados a abraçar com carinho e dedicação a CF 2019 para refletirmos e produzirmos frutos que a Igreja deseja e que sociedade necessita em vista de uma maior participação dos cristãos nos destinos da sociedade.
Curso em Manhuaçu
Lideranças da Paróquia São Lourenço participaram do curso “Campanha da Fraternidade 2019”, para ser ministrado em todas as comunidades. O curso aconteceu no último final de semana como momento preparatório a todos os líderes leigos, que ficarão responsáveis a ministrá-lo nas comunidades firmes no compromisso de construir a fraternidade, a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus como um grande caminho para novas políticas públicas em nosso país.
Irmão Denílson Mariano, SDN, responsável por ministrar o curso da “Campanha da Fraternidade 2019”, explica que entre as muitas ferramentas que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Edições CNBB, disponibilizou para que cristãos melhor se preparem para a Campanha da Fraternidade 2019 está o curso “Campanha da Fraternidade 2019”. Ele esclarece que o roteiro pedagógico é organizado em três aulas que seguem os três momentos contemplados pelo método utilizado pela Igreja no Brasil: ver, julgar e agir.
O primeiro passo dedica-se ao “ver”. Nesta parte, Irmão Denilson Mariano, retomou o conceito de políticas públicas, expresso no texto base. “São ações e programas que são desenvolvidas pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis”. Além de explicar o que são políticas públicas, o sacramentino faz uma distinção entre “Estado”, composto pelos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e “governo”, autoridade que faz a gestão do Estado em determinado período. Da diferenciação acima, o clérigo também pontuou que existem “políticas públicas” de Estado e políticas de governo.
Na segunda aula do curso, que corresponde ao momento do “julgar”, Irmão Denilson Marinao começou falando da inspiração bíblica da CF 2019 extraída do livro de Isaías capítulo 1, versículo 27: “Será libertado pelo direito e pela Justiça”. “Ao olhar para a realidade é difícil acreditar na justiça e no direito, mas o cristão se inspira em Jesus e em seus sinais de vida para superar as dificuldades”, disse. Ele explica também como a Doutrina Social da Igreja Católica, fruto de séculos de reflexão e sistematização do magistério da Igreja, pode ajudar a iluminar o papel dos cristãos no campo das políticas públicas.
Na última aula, Irmão Denilson Mariano fala das pistas de ação incentivadas pelo texto base. A primeira delas é a indissociável separação entre fé e vida. “A fé precisa se manifestar em ações concretas”, disse. O texto base, explica o religioso, incentiva a participação na vida da Igreja e na sociedade. Um ponto que destacou do texto base é o “humanismo solidário”. Tudo isto, reflete, busca levar à construção do “bem comum”.
Danilo Alves – Tribuna do Leste