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DAREI: uma alternativa de proteção para crianças e adolescentes

O acolhimento de crianças e adolescentes que vivenciam violação de direitos tem sido discutido no âmbito do desenvolvimento de políticas públicas e no meio social. Tais discussões visam elaborar diretrizes que garantam o direito à convivência familiar e comunitária e evidenciam um campo em reordenamento. E a Divisão de Assistência, Recuperação, Educação e Integração (DAREI), contextualiza o acolhimento familiar no cenário nacional, considerando-o como uma medida de proteção possível para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Ao longo dos seus 33 anos de fundação a instituição abrigou mais de 900 crianças em situação de vulnerabilidade social e neste ano acolheu cerca de 45 crianças, sendo que 26 seguiram para suas famílias de origem, 11 foram para um lar substituto ou adotivo – como os membros da unidade dizem e 10 estão sob os cuidados da instituição.

O diretor da DAREI, Pastor Sérgio Veiga explica que a instituição acolhe crianças de zero a doze anos, que sofreram os mais diferentes tipos de maus tratos e abandonos, e trazem a dor por estarem afastadas de seus núcleos familiares originais devido a determinação da justiça, como medida protetiva as suas vidas. “Durante estas décadas em que se mantém ativa, a entidade necessitou da ajuda de instituições, doadores regulares ou anônimos, para continuar o trabalho em prol das crianças que residiam no local. As doações crescem durante o período natalino, tendo em vista que o clima festivo envolvendo o nascimento de Jesus Cristo provoca nas pessoas uma reflexão, e muitas delas, lembrando dos três reis magos que levaram presentes para Jesus, comparecem a entidade com alimentos, vestimentas, calçados e brinquedos”.

Segundo Sérgio Veiga, a DAREI vive um momento muito especial em virtude de um aumento do convênio estabelecido com o município e a continuidade das doações dos que ajudam a manter a instituição. Ele acrescenta que o número de funcionários aumentou para 16 e as cuidadoras atualmente cumprem uma carga horária de 12×36 horas, estabelecendo o sistema de plantão e não as sobrecarregando-as, em cumprimento com as normas estabelecidas pelo Ministério Público Estadual.  “Temos hoje assistente social, uma coordenadora recém contratada, cozinheira, faxineira e o rapaz que faz serviço interno e externo. Estamos agradecidos a Deus e todos aqueles que nos ajudaram em todas as etapas por quais passamos”, afirma o diretor.

Acompanhamento

 Quando uma criança chega à DAREI ela pode permanecer na instituição por alguns dias, meses ou anos. Ao sair, ela recebe acompanhamento por um período de seis meses a um ano. Sérgio Veiga reitera que entidade segue levando alimentação, vestuário e brinquedos, pois existem famílias carentes que necessitam de um apoio. “A exemplo de uma família que mora próxima a Realeza, adotou três irmãos e não tem muitas condições. Então, nós continuamos assistindo essas pessoas. Também tivemos uma família de Manhumirim que ano retrasado adotou cinco irmãos. Entretanto é uma família em boa situação que não precisou de auxílio. Mas aqueles que necessitam de ajuda, continuamos assistindo”, explica.

Doações

As doações para a entidade podem ser realizadas pela sociedade civil e o empresariado, basta que cada um se mobilize e olhe com atenção o trabalho desenvolvido pela equipe multiprofissional e saibam reconhecer as necessidades que cada criança que ali se encontra possui. Em uma cidade que se orgulha se ser polo e de ter a maior concentração de renda da região, as doações para uma entidade que presta um serviço humanitário no município são consideradas pequenas. “Se as pessoas desejam contribuir, podem solicitar através do telefone (33) 3331-3783. Enviamos alguém à empresa ou residência para recolher a doação de acordo com aquilo que Deus colocar em seus corações”

A DAREI tem uma despesa de R$ 35 mil e recebe um repasse de R$ 20 mil do município. Os R$ 15 mil restantes são provenientes de resgate judicial que vem de fianças e alguns depósitos judiciais que são encaminhados para a instituição. A entidade também utiliza a opção de “carnês”, aonde os interessados podem doar qualquer quantia. Algumas pessoas também realizam o depósito na própria conta da DAREI. Outros entram em contato com a intuição para repassar o valor desejado. O diretor lembra que uma pessoa é responsável por recolher o dinheiro mensalmente dos doadores.

Agradecimento

 De acordo com o presidente da DAREI, a sociedade pode seguir fazendo a diferença no apoio e manutenção da entidade através de doações e parcerias que busquem a ampliação e dos serviços oferecidos as crianças necessitadas de acolhimento. Sérgio Veiga aproveitou a oportunidade para agradecer a benevolência de parceiros que caminham junto com a entidade, devido ao fato de conhecerem a valorização do ser humano que a DAREI carrega desde a sua criação. “Temos parceiros, mantenedores e instituições que contribuem com nosso trabalho. E doadores anônimos que trazem alimentos, brinquedos, fraldas descartáveis, materiais de limpezas e de higiene pessoal, entre outros. Existem escolas que fazem campanhas para arrecadar sabonetes, pasta de dentes, voluntários pertencentes a área da saúde, como médicos e enfermeiros, que nos auxiliam, além de comunidades que vem até a instituição e desenvolvem atividades educativas com as crianças. A DAREI não existiria se não fosse a contribuição voluntária dessas pessoas generosas, que durante esses 33 anos vieram até nós e manifestaram o interesse em ajudar. A todas essas pessoas, eu, em nome de todos os membros da DAREI, quero agradecer dizendo muito obrigado”, finalizou.

Danilo Alves – Tribuna do Leste

 

 

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