Sociedade Defensora de Animais de Manhuaçu pede ajuda para não fechar as portas
A Sociedade Defensora de Animais de Manhuaçu se dedica a cuidar de cães abandonados no município. Cerca de 90 já foram acolhidos, e geralmente são animais que foram retirados das ruas em situações precárias. Os representantes se envolveram tanto com a causa que culminou na quantidade de animais que necessitam de ajuda.
Segundo um dos representantes da instituição Admar Damasceno, o “Tuti”, não há apoio da municipalidade e isso deixa os trabalhos dos voluntários mais difícil de ser executado, tendo em vista a quantidade de produtos que são fundamentais para a recuperação e até mesmo a sobrevivência dos animais que se encontram sob os cuidados da Sociedade Defensora. “Não temos ração, remédio, material de limpeza e nem pessoal para trabalhar. E na chácara, até mesmo para pagar a conta de água e luz temos que nos empenhar, porque não disponibilizamos de recursos nenhum. E como manter noventa animais sem dinheiro”, informa.
Para Admar Damasceno, os gestores desconhecem que se trata de uma questão de saúde pública e a situação chegou a tal ponto que se não houver uma ajuda, a organização será forçada a encerrar as atividades. “Estamos pedindo para a sociedade que nos ajude. Qualquer quantia que possa depositar em nossa conta no Sicoob em nome da Sociedade Manhuaçuense Defensora de Animais. Infelizmente os animais não podem falar e nós estamos falando por eles. E hoje nós estamos em uma situação difícil porque não podemos socorrer mais nenhum animal. Temos que cuidar dos cachorros que estão sob a nossa proteção. E são animais que nem tem condições de serem doados porque a sociedade não absorve essa quantidade animal de rua. Estamos abertos a receber qualquer tipo de doação que possa ser convertida em ajuda”, finaliza.
As pessoas ou instituições que desejam obter mais informações e ajudar a causa podem entrar em contato através do telefone (33) 9 8411 8138.
Ajuda para manter abrigo
Não há um só dia em que andar pelas ruas de Manhuaçu não ocasione o encontro de alguém com algum animal. Eles são muitos. Os pedidos de ajuda e resgate abarrotam as páginas na internet, principalmente daqueles que acompanham grupos de proteção aos animais. Ajudam um, outros cinco aparecem em caixas de papelão ou jogados na rua. Isso se tornou uma situação tão comum, que passa despercebida pela sociedade e, principalmente, pelo poder público, conforme informações de Ronaldo Knupp, outro representante da Sociedade.
“O poder público deveria implementar políticas públicas para o controle da reprodução desses cães. Mas, infelizmente, esse compromisso com os animais de rua e até com a população, considerando ser uma questão de saúde pública, não é cumprido. E os parlamentares que querem levantar essa bandeira junto conosco tem que propor uma emenda destinando alguma verba para que a prefeitura conduza uma ação no sentido de ajudar a causa animal, tendo em vista que se trata de questão de saúde pública e a grande quantidade de cães que estão sob nossa responsabilidade”, afirma.
A chácara que a entidade utiliza para manter os cuidados com os animais fica localizado perto da Usina da Sinceridade – saída para Simonésia. Entretanto, o local necessita de melhorias para atender a demanda que não para de chegar ao local. De acordo com o caseiro, Jânio Paulo de Melo, não é só nos grandes centros que os animais são mortos covardemente. Em Manhuaçu isso ocorre com bastante frequência. “Aqui perto, uma cadela foi baleada com dois tiros na cabeça. E não foi este caso apenas. As pessoas passam e jogam veneno tarde da noite. Já aconteceu de sair no portão tarde da noite e encontrar pelanca de açougue cheia de veneno”, alerta.
Vale lembrar que praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar e inclusive abandonar animais implica em detenção de três meses a um ano e multa que pode chegar a R$ 3 mil por animal. A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Para Ronaldo Knupp, é preciso educar a população de que um animal não é um brinquedo que pode ser descartado de qualquer jeito. “Ele tem necessidades, fica doente e precisa de ajuda. E se a pessoa assumiu a responsabilidade de ter um animal, deve assumir também os custos disso. Para ter cachorro, gato, periquito ou qualquer bicho em casa você precisa ter tempo, dinheiro e espaço e não de maus tratos”, conclui.
Danilo Alves – Tribuna do Leste