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Dezembro Laranja: a marca de proteção

Laranja é a cor que remete ao sol e ao tom dos corpos bronzeados. Laranja é também o símbolo da luta contra o câncer da pele. Com o slogan ‘Se exponha mas não se queime’, a campanha nacional de prevenção à doença, conhecida como Dezembro Laranja.

Dermatologistas e várias instituições ligadas à saúde se unem para orientar e alertar sobre a necessidade de se proteger contra a radiação solar. Quanto mais precocemente a doença for detectada, maior é a chance de cura. “As pessoas demoram a descobrir o problema porque ele é silencioso. Um sinal que cresce pode ameaçar a vida se não for cuidado. Quando se deixa passar muito tempo, há risco de o tumor invadir áreas nobres dos tecidos ou comprometer órgãos vitais”, enfatiza o dermatologista Joaquim José Teixeira de Mesquita Filho, coordenador nacional da Campanha de Prevenção ao Câncer da Pele da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Nosso país tropical tem uma alta incidência dos raios solares. Nosso litoral é extenso com 7.367 km, banhado a leste pelo oceano Atlântico. O contorno da costa brasileira aumenta para 9.200 km se forem consideradas as saliências e reentrâncias do litoral. Daí o cuidado com o contato com o sol.
O câncer da pele não melanoma é o câncer mais comum em humanos. Em geral, ele se manifesta como uma pinta ou mancha acastanhada ou enegrecida (com alteração de cor) assimétrica, de bordas irregulares e diâmetro maior que seis milímetros. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima o surgimento de 176 mil novos casos só neste ano. Para se prevenir, além da aplicação do filtro solar, é recomendável usar chapéus, óculos escuros e roupas que cubram boa parte do corpo, assim como evitar atividades ao ar livre entre 10h e 16h.

Entre o total de tumores malignos registrados no Brasil, Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 30% correspondem ao câncer de pele – 180 mil ocorrências anuais, dentro de um patamar de 600 mil, para as condições de câncer em geral. Para 2018 e 2019, são esperados 165.580 mil novos casos do tipo não melanoma, índice que representa uma diminuição de 10 mil episódios com essa característica de um biênio para outro. Um dado inédito é que, comparado ao último levantamento do Inca, o quadro sobre a doença dá conta de que mais homens (85.170 mil), em relação às mulheres (80.410 mil), serão acometidos.

Fator de proteção
No verão o sol brilha forte e os cuidados com a pele devem ser redobrados. A atenção com o maior órgão do corpo humano é necessária durante o ano inteiro, é sabido, mas no período que se anuncia é preciso ainda mais cautela.
* Independente do tom de pele o fator de proteção solar (FPS) mínimo deve ser 30. A melanina produzida na pele é uma defesa natural do organismo à incidência de luz. Quanto maior a exposição, mais melanina e, consequentemente, maior o bronzeado. Por isso, quem tem a pele mais clara está mais exposto. Para cada cor e tipo de pele, há o filtro mais indicado.
* Quem tem manchas causadas por motivos diversos, deve aplicar produtos com FPS50 ou 60. Crianças abaixo de 12 anos precisam de FPS de no mínimo 40, mas bebês de até seis meses não podem usar protetor solar e, por isso, recomenda-se que tomem apenas 10 minutos de sol por dia, antes das 9h da manhã.
* Para quem utiliza regularmente hidratantes, bases e cremes anti-idade, o mais recomendado é optar pelos que contêm filtro. Na praia, areia e sal potencializam o efeito dos raios ultravioleta (UV). As diferentes apresentações farmacêuticas são outro diferencial que varia pelo tipo de pele. Os produtos sem óleo, sérum e gel, são ideais para a pele mista, oleosa ou com acne. Mousse e creme são mais indicados para pele seca ou sensível, e as versões em aerossol são recomendadas para as áreas com pelos e o couro cabeludo.

Campanha
Quem não se cuida está correndo risco de contrair o mal. Um câncer pode agravar com o tempo, em sentido cumulativo, pela exposição rotineira ao Sol. O objetivo da Campanha do Dezembro Laranja é fazer a população compreender os riscos da exposição solar sem a proteção certa, o que pode levar ao aparecimento desse câncer. O principal intuito é ensinar sobre como evitá-lo, medidas de diagnóstico e acesso às terapias adequadas. A conscientização pública é uma das formas de reduzir o número de novos casos e, pensando assim, desde 1999 é realizado o mutirão de médicos dermatologistas voluntários, que prestam atendimento e orientação às pessoas.

‘Se exponha mas não se queime’

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