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Manhumirim: 75 anos do Patronato Santa Maria

O Patronato Santa Maria é uma obra da Congregação dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora. Foi uma das últimas ações do Servo de Deus Pe. Júlio Maria De Lombaerde, em defesa do público carente de Manhumirim-MG. Ele é seu filho casulo. Nasceu da necessidade de acolher, alimentar, educar e cuidar das crianças que ficavam soltas pelas ruas da cidade. Segundo Pe. Demerval Alves Botelho, na sua obra: História dos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora, Vol I, desde 1941 o poder público do município sensibilizado pela situação em que viviam as crianças e adolescentes, resolveu criar o “Patronato de Manhumirim”, a fim de responder esta situação. Mas, a coisa não passou de discurso acalorado, o plano que ficou apenas no papel.
Pe. Júlio Maria tinha acompanhado desde o início o debate sobre a criação de um ambiente de acolhida para estas crianças, como o projeto não se configurava, então ele mesmo resolveu topar o desafio, em novembro de 1943 fundou o Patronato Agrícola “Santa Maria”, sob a coordenação de uma comunidade de religiosos Sacramentinos, a saber: Fr.Camilo Estrela (Diretor); Fr. Adelino Alves de Oliveira e Fr. Agostinho Adão Silva.

Figuras inesquecíveis no Patronato

O Pe. Júlio Maria não teve tempo de acompanhar esta nova obra, devido suas inúmeras funções e seu falecimento no ano seguinte da criação desta instituição. Por isso, delegou esta função aos seus filhos espirituais. Ao longo da história do Patronato duas figuras ficaram na memória dos internos: o Fr. Paulo Fontes e a Ir. Eulina. É comum encontrar pessoas deste tempo que logo dizem: “Eu sou do tempo do Fr. Paulo”, “Eu sou do período em que a Irmã Eulina coordenava o patronato”. Estes dois religiosos se destacam devido sua presença junto às crianças, a forma como educavam, corrigiam e ao mesmo tempo o modo como transmitiam Deus para os internos.

Patronato Santa Maria hoje

O Patronato atende hoje 80 crianças em dois turnos intercalados com a escola. O trabalho nesta instituição é desenvolvido através das seguintes oficinas: artesanato, esporte, música, biblioteca, brinquedoteca, vídeo, dança, capoeira, pintura e crochê. Além dessas oficinas o patronato oferece duas atividades permanentes: o reforço escolar, banho e a higiene bucal.

Olhar das crianças para esta instituição

Conversando com as crianças sobre o Patronato elas destacam esta instituição como um espaço de acolhida, cuidado, aprendizado e de construção de amizade, deixemos elas mesmas falarem:
“Eu gosto muito do Patronato. Eu estou aqui desde os 03 anos, aqui é divertido, tenho amigos para brincar e conversar e tudo”(E.M – 11 anos).
“O Patronato é legal, recebo atenção e carinho” (E.D.L – 06 anos).
“Muito bom, gosto muito das oficinas e de brincar com os meus amigos no parque” (L.F.S.C. – 09 anos).
“O Patronato sempre foi muito bom, os educadores sempre respeitam o jeito das crianças e se eu precisar de ajuda eles sempre estão aqui para me ajudar. O Patronato é uma obra voltada para criar novas amizades. Aqui no Patronato você tem grandes oportunidades de conviver com outras pessoas diferentes e conhecer uma nova brincadeira e eu sei disso tudo porque fico há muitos anos aqui no Patronato”. (M.A.O. – 13 anos).

A presença dos voluntários nesta obra

No Patronato Santa Maria temos vários voluntários que ajudam com sua dedicação a enriquecer nosso trabalho. Elas destacam não só o trabalho prestado na instituição, mas ressaltam o bem que recebem ao realizar suas tarefas em nosso estabelecimento. Aqui se cumprem as palavras da oração de são Francisco de Assis: “É dando que se recebe”.
“O Patronato é uma obra muito bonita, principalmente quando conhecida e vivida de perto. Contribuir com ele é evoluir na vida a cada dia, sentindo o chamado de Deus na doação e no amor ao próximo” (Arianna França da Silva Contrim).
“Poder desenvolver os talentos recebidos de Deus e colocá-los a serviço de nossos pequenos é uma satisfação! Colaborar com esta grande obra, idealizada pelo Pe. Júlio Maria, é uma experiência gratificante e também uma fonte de aprendizado sem igual!” (Cira Maria Silva).
“Para mim significa colocar em prática o segundo mandamento da lei de Deus: ‘amar o próximo como a si mesmo’, assim contribuindo com as sementes do futuro de nossa humanidade” (Solange da Conceição Emerick Rabelo).

Ser educadora junto às crianças

Ser funcionária nestas intuições de assistência e acompanhamento das crianças e adolescentes em estado de vulnerabilidade é treinar a atenção e sensibilizar o coração para se inclinar na realidade onde os atendidos estão. Os funcionários do Patronato demonstram esta atitude em suas palavras vejamos:
“Trabalhar no Patronato significa participar de uma realidade social fragilizada, mas com um potencial de mudança e de transformação na vida dos atendidos e suas famílias. É missão, é desafiador, mas também é um sonho de uma realidade melhor” (Kelly de Souza Silva- funcionária).
“Eu só tenho a agradecer por trabalhar no Patronato, sinto como se aqui fosse a minha casa, onde criei os meus filhos e ajudei a criar muitos outros. Tenho orgulho de fazer parte desse serviço” (Luciléia de Oliveira Bernardo- funcionária).

A presença das Mães dos assistidos no patronato

Toda boa mãe procura ou escolhe para seus filhos aquilo que se tem de melhor. O amor de mãe é pura doação e entrega. É interessante, porque as mães dos assistidos procuram o Patronato:
“O Patronato é um lugar de segurança para minha filha, ela aprende muito com as oficinas oferecidas” (Silvana da Silva de Souza).
“O Patronato é o lugar onde eu deixo o meu filho parte do dia para que possa trabalhar. Se não fosse essa instituição onde ele é bem acolhido e cuidado, seria muito complicado para mim, pois os motivos vocês já sabem quais”. (Marcos Botelho).
“Minha filha é muito feliz aqui. O que eu tenho para falar é que vocês são nota mil. O Patronato é uma instituição de grande valor para as famílias e para as crianças, onde todos têm o carinho de vocês educadores e coordenadores. São muito bem alimentados tudo de primeira qualidade as famílias são bem tratadas e se ela está feliz eu também estou, e eu só tenho a agradecer, parabéns para toda a equipe do Patronato”. (Maria Aparecida Barbosa).

Acolher a criança é acolher a Deus

Esta obra expressa muito bem o coração bondoso e amoroso do missionário belga. Deus seja louvado por ter inspirado no Pe. Júlio o desejo de iniciar esta obra, que chega aos seus 75 anos de história. Também queremos agradecer aos Missionários Sacramentinos de Nossa Senhora que dirigem esta casa, como os funcionários, voluntários e toda a comunidade que abraça esta causa. O Patronato expressa o braço de Deus que acolhe e defende os pequeninos do reino de Deus.

Pe. Marcos Antônio Alencar Duarte, SDN

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