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Lobo-guará aparece em cidades da região

Os primeiros registros do lobo-guará na região são datados de janeiro de 2000 em uma propriedade rural próximo a Matipó. Desde então, houve diversos outros casos de pessoas que avistaram esses animais, principalmente se movimentando em lavouras cafeeiras ou em áreas de pastagens. Considerado um fenômeno ainda a ser definido por se tratar de um exemplar da fauna do Brasil original do cerrado, sua migração para a Mata Atlântica tornou-se comum em diversas cidades como Manhuaçu, Caputira, Matipó, Luisburgo, Manhumirim, Alto Jequitibá, Carangola e outras.

Trata-se de uma espécie de hábitos noturno-crepusculares, pesa cerca de 20 a 23 quilos, medindo de 1,45 a 1,90 de comprimento e 80,0 cm de altura. É solitário e territorial, podendo ocupar uma área de 25 a 30 km conforme a abundância de alimentos e seu período de gestação é de cerca de 65 dias. Seus rastros podem ser confundidos com o de um cão doméstico grande. É um animal relativamente tranquilo que não oferece riscos a população, porém é sempre prudente manter uma distância razoável quando avistado.

Os relatos mais comuns na região são de ataques a galinheiros, e por isso a Associação dos Amigos do Meio Ambiente (AMA), busca apoio de uma empresa para a confecção de material educativo e placas a serem afixadas em cinco pontos nas BRs 262 e 116, alertando aos motoristas sobre a travessia de animais silvestres. “Podemos considerar a continuidade do projeto ‘O Lobo não é Mau”, que a AMA desenvolveu há alguns anos”, cita Eduardo Bazém, membro da entidade. Recentemente o morador de Santo Amaro de Minas, Walcimar Dutra, informou sobre uma ocorrência ao lado do aeroporto e outra em Caputira, provavelmente da mesma prole. Segundo Eduardo Bazém, todos esses dados são importantes porque em uma época de tanta informação, é prudente que principalmente as pessoas da zona rural saibam como proceder ao avistar um determinado animal, e o lobo-guará pode ter seu espaço sem ser abatido. “As aparências enganam, e os lobos-guarás são animais bem tranquilos. Eles não vivem em matilhas, mas sozinhos, e só se encontram com outros da mesma espécie na época da reprodução. Além disso, enquanto seus “primos” lobos-cinzentos podem caçar grandes presas, os lobos-guarás preferem comer pequenos animais como roedores, e, acredite, muitas frutas”, salienta o membro da Associação dos Amigos do Meio Ambiente.

Danilo Alves
Fotos: Eduardo Bazém

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