Presídio de Manhumirim: mudanças na gestão garantem melhorias
Aconteceu na manhã de quarta-feira (03), no CVT – Centro Vocacional Tecnológico, em Manhumirim a chamada geral dos Agentes Penitenciários, que prestam serviço no Presídio de Manhumirim e para quem achava que seria uma reunião comum do dia a dia foi surpreendido com uma série de homenagens.
Desde o início deste segundo semestre, a presidio de Manhumirim está sob nova administração e a gestão de Antônio Pataro proporcionou uma série de mudanças na unidade prisional, o que foi visualmente percebido e aceito por todos.
A privação de liberdade tem como objetivo permitir que o indivíduo que ofendeu a ordem pública possa refletir e ponderar sobre o erro e receber do Estado orientações que possibilitem o seu retorno à sociedade, conforme rege a Lei de Execução Penal que assegura aos detentos todos os seus, mas fora do papel a realidade é outra.
“Além da falta de recursos financeiros para investir no sistema penitenciário, qualquer ideia no sentido de melhorar a situação do recluso é vista com antipatia por parte da sociedade. Some-se a isso ainda a má vontade política e fatores externos que tendem a dificultar a ressocialização do detento. Então pensamos numa forma de mudar esse estigma, como forma de proporcionar aos encarcerados condições mais humanas de cumprir suas penas e para os servidores condições dignas de trabalho”, disse Pataro.
Natural de Caputira, Antônio Pataro passou antes pelos municípios de Itabirito e Mariana, onde após realizar várias mudanças e implantar melhorias na Unidade Prisional daquela cidade recebeu o convite da Secretária do Estado de Segurança para assumir a Unidade de Manhumirim. “Trabalhar perto da minha terra natal e de meus familiares sempre foi uma vontade minha, mas confesso para vocês, quando cheguei a Manhumirim deu vontade de voltar pra trás. Além dos problemas estruturais haviam muitos problemas internos e reflexo disso tudo era o servidor desmotivado, o serviço não rendia e quem mais sofria com isso eram os detentos que chegavam a ficar em condições sub-humanas”, ressalta Antônio Pataro.
Superar as dificuldades e vencer os desafios, assim o novo administrador deu inicio à sua gestão. “Primeiramente foi montar uma equipe administrativa com a participação de todos, ouvindo os agentes, pois eles vivenciam e participam de tudo que acontece dentro do presídio e ouvir até mesmo os detentos, eles estão presos, mas não esquecidos e através de parcerias com instituições públicas, iniciativa privada e associações conseguimos em apenas pouco mais de dois meses, melhor um pouco as condições da Unidade, mas muito há de se fazer ainda”, completa.
Homenagens
O nível de satisfação dos servidores da Unidade Prisional de Manhumirim mudou tanto que eles próprios tomaram a iniciativa de prestar uma homenagem ao novo diretor e ao Conselho da Comunidade de Execução Penal da cidade de Lajinha, que muito tem feito em prol do presídio.
Presidido pelo servidor do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Lajinha, Zaire Lage Brandão Filho, o Conselho da Comunidade de Execução Penal de Lajinha é um dos grandes parceiros da Unidade Prisional de Manhumirim, desde de 2015. “Um dos objetivos do Conselho da Comunidade é ser uma estrutura de apoio à Execução Penal que visa auxiliar o Juiz e a Administração com o objetivo de reduzir os efeitos danosos da marginalização decorrente da condenação criminal. E como reduzir esses feitos, criando projetos junto à Justiça para destinação de verbas pecuniárias para melhorias na estrutura do presídio e nas condições de trabalho dos agentes penitenciários e receber essa homenagem vem fortalecer ainda mais essa parceria”, disse o Presidente.
Antônio Pataro também recebeu uma homenagem e se diz surpreso e agradecido pelo reconhecimento. “Realmente eu não esperava por isso, pensei que seria apenas mais uma reunião, mas só tenho a agradecer a cada um dos colegas de trabalho, pois estou na administração, mas como eu disse a eles, eu também sou um agente penitenciário e juntos vamos fazer deste lugar, onde passamos mais tempo que nas nossas próprias casa, no mínimo um lugar prazeroso para se trabalhar, com harmonia, sabedoria e serenidade”, conclui.
Atualmente Manhumirim conta com 250 presos, na Unidade Prisional, oriundos das Comarcas de Manhumirim, Espera Feliz e Lajinha devido à política do Estado em fechar as cadeias que existiam no interior
Jailton Pereira