Reflexão: São Lourenço, o padroeiro
Pe. Mundinho, sdn
São Lourenço, o padroeiro
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Diante da perseguição do Imperador Valeriano, o prefeito local exigiu de Lourenço os tesouros da Igreja, para isto o Santo Diácono pediu um prazo, o qual foi o suficiente para reunir no átrio os órfãos, os cegos, os coxos, as viúvas, os idosos… todos os que a Igreja socorria, e no fim do prazo – com bom humor – disse: “Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem, e podem ser encontrados em toda parte”.
Sentindo-se iludido, o prefeito sujeitou o santo a diversos tormentos, até colocá-lo sobre um braseiro ardente; São Lourenço que sofreu o martírio em 258, não parava de interceder por todos, e mesmo assim encontrou no Espírito Santo força para dizer no auge do sofrimento na grelha: “Vira-me que já estou bem assado deste lado”.
A Roma cristã venera o santo espanhol com a mesma veneração e respeito com que honra seus primeiros Apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estevão em Jerusalém, isso mesmo o foi São Lourenço em Roma.
Em Manhuaçu São Lourenço é também venerado e honrado como padroeiro. Todos os anos se elabora uma programação para festejar o patrono, como modelo de fé e de comprometimento com Jesus Cristo e a Igreja. A Igreja Primitiva, ou seja, dos primeiros séculos enfrentou situações difíceis, de perseguição, de martírio. Muitos exemplos de santidade, ousadia, sofrimento, oração, fraternidade e união. Das principais características da igreja primitiva, narrada no livro de Atos dos Apóstolos a evangelização. A essência do Cristianismo é comunicar o Evangelho, as mensagens de amor, fraternidade e esperança do Cristo. Os apóstolos, depois do próprio Cristo, foram os primeiros a evangelizar. Esta missão continuou nos sucessores a um preço alto de doação da própria vida por pessoas individualmente e por comunidades de cristãos. A proclamação da verdade era parte essencial da vitalidade da Igreja de Cristo.
Outra característica, a espiritualidade levada a cabo com muita seriedade. Era uma Igreja em constante oração. A oração foi a atitude dos cristãos diante das decisões a serem tomadas (At 1.14), a atitude da liderança da igreja em situação de crescimento (At 6.4) e a prática da igreja quando estava em situação de perigo e perseguição (At 12.5).
A igreja supria os necessitados. A igreja supria toda necessidade de órfãos e viúvas. Alguns irmãos chegaram a vender suas propriedades para socorrer os irmãos necessitados.
Com São Paulo, a Igreja nascente entrou de cheio na dimensão missionária. Liderados por ele, o cristianismo estendeu seus braços fora da Palestina, entrando e prevalecendo na Grécia, em Roma, na Ásia Menor.
Até o Século IV a Igreja foi duramente perseguida pelos judeus e sobretudo pelo Império Romano. Prisões e sofrimento fizeram parte da vida dos apóstolos e dos primeiros cristãos. Dados históricos e informações preservadas pela tradição antiga mostram que o compromisso com o caminho da cruz foi levado até as últimas consequências. Muitos foram submetidos ao martírio por causa do evangelho de Cristo. Faz parte deste grupo São Lourenço que também foi cruelmente martirizado em meados do Século III. Viveu uma vida de profunda oração, interessou pelos pobres de seu tempo e era o responsável pela administração dos bens da Igreja que sustentava muitos necessitados.
Hoje recorremos a São Lourenço para que interceda por nós e nos ajude a sermos uma Igreja evangelizadora, missionária, orante, servidora e comprometida com os necessitados.
São Lourenço, rogai por nós!