DestaqueEconomiaRadio AM710Radio FM

Pãozinho mais caro: reajuste de até 15% em algumas panificadoras 

Presença garantida no café da manhã dos brasileiros, o tradicional pão francês está mais caro a partir desse mês de julho. O reajuste em torno de 15% é provocado pela alta do dólar, que tem impacto direto no preço do trigo e da farinha, especialmente no Brasil, que importa 63% do cereal necessário para abastecer o mercado interno.
O aumento ainda não havia chegado ao bolso dos consumidores, de acordo com o Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria. O trigo teve um reajuste médio de 8% em maio de lá pra cá os reajustes acompanharam o preço do dólar.

Donos de panificadoras não estão conseguindo mais absorver o aumento e devem repassar o custo ao consumidor. Nos últimos 12 meses o pão francês acumulou alta de 5,05%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em Manhuaçu, o pão francês estava sendo vendido em média a R$ 12,90 o quilo, mas outras especialidades já sofreram reajuste de 5 a 10%. No entanto, algumas panificadoras anunciaram um reajuste médio de 15,5%, podendo chegar ao preço de R$ 14,90 o quilo.

O principal motivo para o reajuste segundo os panificadores é a alta do dólar. Quando o dólar está acima de R$ 3,00 o segmento de panificação é impactado, e muito, com os custos de matéria-prima que vem sofrendo pequenos reajustes desde o início do ano.

Sem saída

O economista Ênio Arêa Leão afirma que o preço precisa realmente ser repassado ao consumidor. “Ou isso acontece ou o empresário vai quebrar ou ele vai deixar de produzir. Esse tempo de repasse varia de acordo com a eficiência desse mercado. Se é um mercado muito competitivo o repasse tende a ocorrer de maneira mais apertada, mas não tem como não repassar esse custo. Mais cedo ou mais tarde ele vai ser repassado”, reforça.

Ele também explica que todo custo precisa ser pago por um agente, seja ele o governo, o consumidor ou o empresário. No entanto, ele diz que o Estado é ineficiente e que esse custo não reflete na qualidade de vida das pessoas. “O Estado gasta muito mais do que deveria. Cada vez mais isso vai ficando mais caro e ineficiente. E todo o custo realmente é do contribuinte. O problema é que parte desse dinheiro se perde no meio desse processo”, completa.

Jailton Pereira

Comentários

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo