Associação busca promover melhorias na acessibilidade em Manhumirim
Em uma país com quase 200 milhões de pessoas, cerca de 45,6 milhões têm algum tipo de deficiência, o que corresponde a 23,91% da população brasileira, os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar desse grande contingente, constatou-se que há uma carência na padronização dos processos de atendimento às pessoas com deficiência e/ou em vulnerabilidade social, impactando na qualidade e gestão dos serviços prestados, além das dificuldades de inserção social, e exercício de uma função profissional, que pode ajudar a ultrapassar as dificuldades.
Algumas dessas questões motivou Remisson Cunha e seu amigo Daniel Correia a criar em Manhumirim a Associação Para Valorização de Pessoas Com Deficiência (AVAPE), uma instituição que tem por finalidades estatutárias: promover, gratuitamente, assistência social, educacional ou de saúde; promover a habilitação, reabilitação e inclusão, por meio do desenvolvimento de programas voltados para prevenção, capacitação e inserção profissional e promoção de atividades culturais e esportivas a pessoas com deficiência visando sua inclusão social.
Ao longo da última década, o movimento de inclusão das pessoas com deficiência ganhou importância no Brasil, repercutindo em avanços sociais para todos. Ter os vários grupos de pessoas com deficiência na linha de frente das reivindicações políticas foi um marco decisivo na história desse movimento. “E com o lema: “Nem toda deficiência é visível”, a associação busca efetivar a participação de pessoas com deficiência na definição de políticas públicas de Manhumirim, denotando um aumento na maturidade social em torno da temática”, afirma Remisson Cunha.
E para compreender a importância da valorização humana e como a inclusão social é necessária no combate às desigualdades, é de extrema relevância entender alguns conceitos que se aprimoraram, devido às mudanças ocasionadas na sociedade através de iniciativas como a AVAPE, e entre eles está o projeto social “Adolescentes Velozes – Mudando os passos dos adolescentes”, desenvolvido pela associação. “Nosso ´projeto conta com esportes, práticas de atletismo, fomentação da cultura e promove um café da manhã com os adolescentes nas comunidades. Neste encontro, unem-se a nós palestrantes, Corpo de Bombeiros Civil de Manhumirim e outras entidades do município, que possuem o mesmo proposito nosso – incluir o jovem no convívio social”, afirma.
O direito a acessibilidade é um meio de garantir que as pessoas com deficiências ou com mobilidade reduzida possam desfrutar do direito de circularem e se movimentarem pelos espaços da cidade de forma plena e livre de barreiras. O direito de acesso ao meio físico da cidade, sobretudo para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida foi assegurado na Constituição Federal brasileira e em diversas normas infraconstitucionais, todavia, o que se constata ainda é a existência de inúmeras barreiras físicas que impedem que essas pessoas usufruam do direito fundamental de se locomoverem livremente pelas calçadas, praças, edificações públicas e de uso coletivo. Entretanto, segundo o fundador da AVAPE, essas prerrogativas não enquadram a cidade de Manhumirim. “A parte da acessibilidade em Manhumirim é muito difícil. Aqui possui uma sujeira urbana intensa, e as cadeiras ficam na calçada. Essas situações se devem a falta de um Código de Postura para Manhumirim. Por isso, vamos procurar as autoridades para tentar resolver as situações que atrapalham a acessibilidade das pessoas com deficiência. Temos em nossa cidade 26 pessoas com deficiência visual. Ao todo, pessoas com deficiência motora, auditiva, entre outras, são 46. E precisamos da ajuda da comunidade de Manhumirim para reconhecer e ajudar a obtermos os nossos direitos. É uma situação de cidadania no qual todos nós pertencemos”, finaliza.
Danilo Alves – Tribuna do Leste