Minas Gerais promove campanha de vacinação contra a febre aftosa
Estado possui 389 mil produtores rurais, sendo que 206 mil destes são pequenos produtores com rebanhos de até 25 animais
Começou na terça-feira, 01/05, a primeira etapa anual de vacinação contra a febre aftosa em Minas Gerais. Produtores rurais terão até 31 de maio para vacinar bovinos e bubalinos, independentemente da idade. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) é o órgão responsável pela gestão da campanha de vacinação em Minas Gerais e estima que deverão ser vacinados cerca de 23,6 milhões de animais.
De acordo com o responsável pelo escritório do IMA em Manhuaçu, Alessandro Ferreira, a vacinação do rebanho permanece obrigatória e é a principal forma de se prevenir contra a doença. Ele acrescenta que o produtor que não vacinar os animais estará sujeito a multa de 25 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal, o equivalente a R$ 81,25 por cabeça.
Alessandro Ferreira destaca que o mês de maio traz uma boa notícia para os pecuaristas de todo o país, tendo em visto que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) irá certificar como área livre de aftosa com vacinação os estados do Amapá, Amazonas, Roraima e a parte restante do Pará, últimas regiões que ainda não eram certificadas no país. “Com isso, todo o território brasileiro terá o status de área livre de aftosa com vacinação, o que impulsionará as exportações brasileiras de carne bovina, animais vivos e produtos da bovinocultura em geral”, afirma.
Minas Gerais possui o segundo maior rebanho nacional de bovinos, com cerca de 23,6 milhões de animais e detém o status de área livre de aftosa com vacinação desde 2008, concedido pela OIE. Em 2017, o estado ocupou o quarto lugar no ranking nacional das exportações de carne bovina com US$ 598 milhões, ou 10% do total nacional. A China é o principal comprador do produto mineiro, com 41,4% do total das vendas externas. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior exportador mundial de carne bovina, com receita de US$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre deste ano, aumento de 22,9% em relação ao mesmo período de 2017, quando o país alcançou faturamento de US$ 1,3 bilhão, de acordo com dados da Seapa. O estado possui 389 mil produtores rurais, sendo que 206 mil destes são pequenos produtores com rebanhos de até 25 animais
O responsável pelo escritório do IMA em Manhuaçu lembra que a vacinação é fundamental para manter o rebanho saudável e livre de focos da doença. “É importante continuar imunizando os rebanhos, pois o Ministério da Agricultura planeja retirar a vacinação até 2021. Para isso, continuamos contando com a parceria dos produtores e das entidades representativas do setor para que todo o rebanho seja vacinado e, com isso, o estado continue livre da doença”.
Precauções com a vacinação
Para garantir a eficácia da imunização dos animais, o responsável pelo escritório do IMA em Manhuaçu, Alessandro Ferreira, explica que são importantes alguns cuidados em todo o processo. “A vacina deve ser adquirida em estabelecimento credenciado para a revenda e conservada em temperatura entre dois e oito graus centígrados do momento da compra até a vacinação dos animais. Para conservar as vacinas os produtores deverão manter a seringa já com as doses para aplicação em caixa de isopor com gelo. Recomenda-se também programar a aplicação para os horários mais frescos do dia”, diz.
Declaração
Alessandro Ferreira reitera que a declaração de vacinação também é obrigatória e o produtor que não o fizer até o dia 10 de junho poderá receber multa de cinco Ufemgs, o equivalente a R$ 16,25 por cabeça. “O IMA estabelece que os produtores rurais proprietários de 150 ou mais bovinos ou bubalinos deverão declarar a vacinação do seu rebanho contra a febre aftosa exclusivamente por meio do site www.ima.mg.gov.br. A declaração de vacinação do gado para produtores com plantel de até 150 animais ainda poderá ser feita presencialmente no IMA, ou também via internet”.
O escritório seccional do IMA abrange a cidade de Manhuaçu e mais oito municípios no entorno. O instituto também possui convênio para atendimento a campanha de vacinação nas cidades de Matipó, Santa Margarida, Caputira, São João do Manhuaçu, Santana do Manhuaçu e Simonésia. Portanto, o produtor rural destes municípios pode procurar, na sede do município, o posto de atendimento do IMA para declarar a vacinação. “Ao produtor que estiver em dúvida quanto a vacinação e declaração, ele pode procurar diretamente o escritório seccional do IMA em Manhuaçu, localizado na rua Leandro Gonçalves, Nº 80, sala 104, ou entrar em contato através do telefone 33-33315460”, afirma o responsável pelo escritório do IMA em Manhuaçu, Alessandro Ferreira.
BOX INFORMATIVO
Estratégias de vacinação autorizadas pelo MAPA (IN 44/2007):
1 = vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino
2 = vacinação de animais com menos de 12 meses (não aplicada)
3 = vacinação de animais com idade até 24 meses
4 = vacinação anual de todo o rebanho bovino e bubalino
A doença
A febre aftosa é uma doença causada por um vírus, altamente contagiosa e que pode trazer grandes prejuízos econômicos para os produtores, pois afeta o comércio internacional e os impedimentos podem causar grandes prejuízos econômicos, principalmente em países como o Brasil que possuem uma exportação bastante expressiva de produtos pecuários. A doença é transmitida pela saliva, nas aftas, no leite, no sêmen, na urina e nas fezes dos animais doentes, e também pela água, ar, objetos e ambientes contaminados. O vírus ainda pode permanecer nas roupas e sapatos das pessoas que tiveram qualquer contato com os animais doentes. O animal doente pode apresentar febre, aftas na boca, lesões nas tetas e entre as unhas. Outros sinais são inquietação, salivação, babeira, dificuldade de mastigar e engolir alimentos e tremores, com queda na produção de carne e leite. A febre aftosa não é considerada uma zoonose, ou seja, não oferece risco de contaminar o homem nem pelo alimento e nem pelo contato com o animal.
Aquisição, transporte e conservação das vacinas:
Para comprar a vacina o produtor deve apresentar CPF e identidade nas lojas de revenda de produtos veterinários. Deverá adquirir a quantidade necessária para o montante do seu rebanho.
Do momento em que forem adquiridas na loja, durante o transporte e até o momento da aplicação as vacinas deverão permanecer em ambiente refrigerado.
É fundamental mantê-las em geladeiras ou em caixas térmicas com muito gelo, de forma que estejam armazenadas em temperatura entre 2 e 8 graus centígrados, inclusive no momento da aplicação.
Deve-se agitar o frasco da vacina antes de fazer a aplicação.
Cada animal deverá receber uma dose de 5ml de vacina
Deverão ser utilizadas seringas automáticas ou descartáveis e as agulhas deverão ser trocadas com frequência.
Danilo Alves