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Reflexão: A Justiça, a Política, a Democracia, a Cidadania… no Brasil

Pe. Mundinho, sdn

A mídia nacional e internacional se ocupou da demorada sessão (11horas de duração) do Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (4) que julgou o pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva para impedir a prisão do ex-presidente, condenado em janeiro a 12 anos e 1 mês pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Com 6 votos a 5, a maioria dos ministros votou contra o ex-presidente.

Tal decisão teve repercussão em todos os níveis, além do político, na economia, no mercado, na bolsa de valores, na sistema monetário: o dólar abriu em queda na quinta-feira (5), a moeda foi negociada na casa de R$ 3,30.

A Justiça e o Estado de Direito da Democracia Brasileira são vistos com opiniões diferentes. Os políticos ficaram divididos. Parlamentares ligados ao ex-presidente disseram que o Supremo não levou em consideração o princípio da presunção de inocência. Já adversários políticos do petista elogiaram a decisão da Suprema Corte.

A divisão de opiniões não se restringe ao momento do julgamento do STF, mas uma semana antes já se verificava em alguns segmentos do público brasileiro a grande polêmica que tem gerado o seriado da Netflix intitulado “O Mecanismo” que trata de fatos envolvendo a política nacional, de modo específico a operação policial e jurídica denominada “Lava-Jato”.

Netflix é uma provedora global de filmes e séries de televisão via streaming, atualmente com mais de 100 milhões de assinantes. Fundada em 1997 nos Estados Unidos, a empresa surgiu como um serviço de entrega de DVD pelo correio. A expansão do streaming, disponível nos Estados Unidos a partir de 2007, começou pelo Canadá em 2010. Hoje, mais de 190 países têm acesso à plataforma. No Brasil, a empresa iniciou os seus serviços em setembro de 2011 e já conquistou cerca de 2, 5 milhões de usuários. Atualmente, o serviço conta com um catálogo de milhares de filmes e séries de TV que podem ser acessados através de várias plataformas, como notebooks, tablets, smartphones, videogames, e claro, pela TV.

O Mecanismo, a série cinematográfica, dirigida pelo cineasta José Padilha, lançada na sexta-feira (23/03), tem como base para seu roteiro, assinado por Elena Soárez, o livro Lava Jato – O Juiz Sergio Moro e os Bastidores da Operação que Abalou o Brasil, escrito pelo jornalista Vladimir Neto. A série de oito episódios, entretanto, destaca como protagonista não o juiz, mas o delegado da Polícia Federal Marco Ruffo (Selton Mello), que cumpre uma gincana de gato e rato para prender um amigo de infância, o doleiro Roberto Ibrahim (Enrique Díaz), tipo envolvido na remessa ilegal de dólares para o Exterior e íntimo de empreiteiros e políticos graúdos. Ruffo é inspirado no policial aposentado Gerson Machado, e Ibrahim faz às vezes do doleiro Alberto Youssef.

Assim que episódios foram disponibilizados pela Netflix, teve início um caloroso debate — com opiniões de quem a viu e, sinal desses tempos, de quem não a viu —, sobretudo nas redes sociais. O debate esquentou quando se colocaram na linha de frente a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o criador da série, o cineasta José Padilha (conhecido por assinar os sucessos Tropa de Elite 1 e 2 e por sua participação na série Narcos, sobre o traficante colombiano Pablo Escobar, também uma produção da Netflix).

O ponto central da beligerância, afora a atuação avaliada de forma quase unânime como letárgica e sussurrante de Selton Mello, está no quanto o conceito de “inspirada livremente” pode permitir, por exemplo, alterar cronologias de acontecimentos e, mais ainda, colocar falas que ficaram famosas na boca de uns saindo da boca de outros.

O debate continua!

Posicionamentos divergentes, pontos de vista diversificados vão desenhando a realidade do mundo atual em que se é permitido demonstrar as várias opiniões sobre a vida do cidadão (ã) dentro do universo que um regime democrático permite. Portanto, a Justiça, a Política, a Economia, a Religião não estão fora das opiniões e críticas do povo. A Rede Social sobretudo facilita a interação dos cidadãos (ã) com reações imediatas ao que se faz e ao que se ministra nos campos da organização sócio-política de uma nação democrática.

Obs: artigo produzido dia 05/04

Fontes: Gaúchazh TV; Correio Brasiliense.

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