IF Manhuaçu: topografia inviabiliza projeto em Realeza
Sonho inacabado se arrasta desde 2012
Desde 2012, lideranças, estudantes e entidades passaram a sonhar com uma estrutura invejável do Instituto Federal (IF) em Manhuaçu. Depois de várias visitas técnicas realizadas por representantes da instituição, a Administração Municipal, à época, iniciou o esforço para a escolha de um terreno, onde comportaria toda a estrutura do IF. O município decidiu adquirir uma área nas proximidades do distrito de Realeza, para a implantação do tão sonhado instituto para oferecer novos cursos para os jovens de toda a região e, futuramente, uma Universidade Federal.
Vários terrenos foram oferecidos, mas nenhuma das negociações avançou. A partir daí o então prefeito realizou várias viagens a Brasília e temendo que o município viesse a perder o empreendimento, adquiriu um terreno em frente à antiga Copareal, que consiste em quase 1 milhão de m². Foram doados para a construção do IF exatos 100.000m², oito vezes maior do que o solicitado.
O terreno adquirido pela Prefeitura de Manhuaçu é muito íngreme e desde o início não era visto como um lugar adequado para a execução do projeto. Na análise, para ser utilizado, os trabalhos de sondagem apontaram que em alguns pontos o solo firme foi encontrado a 15 metros de profundidade. Para tanto, os gastos para executar a obra tornariam o projeto quase inviável e muito oneroso.
Em outubro de 2013, houve a informação de que o IF Manhuaçu seria construído no antigo terreno do DNER, em Realeza. À época, a negociação foi feita pela reitoria da instituição diretamente com a Secretaria de Patrimônio da União, para transferir o terreno do antigo DNER para o IF Manhuaçu, onde atualmente são ministrados alguns cursos técnicos, nas áreas da cafeicultura, finanças e segurança do trabalho.
Sonho no meio do caminho
Todos os esforços para ter o empreendimento em Manhuaçu parecem que continuam sendo um grande sonho. Em visita à Câmara Municipal de Manhuaçu, o diretor do IF Sudeste, José Geraldo Soares conversou com a reportagem “Tribuna do Leste” sobre os projetos para 2018 e o que está em execução. Ele ressalta que estão em andamento os cursos de técnico em cafeicultura e informática. Para meados desse ano, terá início uma nova turma para o curso de técnico na área da cafeicultura. José Geraldo Soares explica que está sendo trabalhado o projeto para a ampliação do Campus Manhuaçu, para que tenham novas salas de aula, laboratório e aumento do número de cursos para a região.
No entanto, o campus do IF que seria construído em uma área de aproximadamente 8 mil metros quadrados foi antecipado “para nunca”. O diretor do IF Sudeste, José Geraldo Soares detalha que coincidiu com a falta de recursos para executar a obra. Ele diz que nos idos de 2014, perdeu-se uma ótima oportunidade, com recursos liberados pelo Governo Federal e MEC, que queriam fazer o investimento necessário, porém, por ser montanhosa a área tornou-se inviável. Mas continuaram trabalhando para a execução do projeto, principalmente a ampliação de cursos técnicos. Agora a situação é outra. Na gestão anterior, as dificuldades financeiras travaram a viabilidade do projeto. “Temos dificuldade para levar ao local a energia, água e realizar o serviço de terraplenagem. Os gastos serão muito altos. Precisamos repensar o que fazer com aquela área que foi disponibilizada, porém, de difícil acesso para viabilizar a construção”, explica José Geraldo Soares. Segundo ele, agora será repensado o que fazer com aquele espaço, já que em 2013 foi destinado para a construção. Como nada avançou a reitoria pensa em estabelecer um novo diálogo com o Executivo e Câmara de Vereadores no sentido de tentar um local, que seja mais próximo da cidade a fim de viabilizar o ensino integrado, médio e superior. O contrato da área de Realeza foi firmado em 2013, com prazo para a execução da obra até 2016, mas como nada foi feito, automaticamente retornou para o município.
Em 2017, o vereador José Geraldo Damasceno, “Zé Rolinha” fez uma reivindicação na Câmara para que o Executivo doasse o terreno comprado próximo a Ponte do Silva, para a construção do presídio que não se concretizou, para instalar o IF Manhuaçu. O terreno está à margem da rodovia e oferece topografia excepcional. Linha de ônibus até 23h diariamente pode ser outro atrativo, que venha atender as exigências. Mas, de acordo com o vereador, até hoje não obteve nenhuma resposta concreta. “Certamente esse terreno de 1 alqueire serviria tranquilamente para as instalações do Instituto Federal. O Executivo certamente não será contrário a essa condição. A comunidade precisa se mobilizar novamente para que esse projeto se concretize. A reitoria sinaliza a vontade de reestabelecer o diálogo”, disse o vereador à reportagem.
Reitor visitará a cidade nessa quarta-feira
O reitor do Instituto Federal estará vindo à Manhuaçu para uma reunião com a prefeita Cici Magalhães, nessa quarta-feira, 03, a fim de uma conversa para saber a pretensão de cursos, locais a serem oferecidos para instalar a Unidade Manhuaçu. José Geraldo Soares conta que o terreno onde está funcionando o matadouro municipal foi citado pela chefe do Executivo. “Vamos agora esperar a presença do reitor, para a definição exata do que o município, para evitar ansiedade. A área que visitamos possibilita 50% ao serviço de terraplenagem.
O vereador José Geraldo Damasceno reforça a ideia para que o empreendimento seja instalado no distrito de Ponte do Silva devido à localização. O vereador já fez indicação na Câmara solicitando a doação, para a construção do IF Sudeste. “Sabemos da forma singular com que a prefeita analisa algo benéfico à coletividade. Certamente, fará a melhor escolha para atender a demanda, pois, em Ponte do Silva a área é perfeita para o empreendimento”, afirma José Geraldo Damasceno.
Eduardo Satil – Tribuna do Leste
