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Entidade regional participa de Fórum Mundial da Água realizado no Brasil

O 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília de 18 a 23 de março, propôs o debate sobre recursos hídricos no mundo. Em uma das primeiras sessões do dia, a Organização das Nações Unidas (ONU) – idealizadora da data – detalhou dados a respeito do “Relatório Mundial da Água 2018”, no qual aponta que a demanda por água das indústrias e das residências tende a aumentar “muito mais rápido” que a demanda da agricultura, embora o setor agrícola apresente indícios de maior consumo. “O aumento da demanda por água ocorrerá principalmente em países com economias emergentes ou em desenvolvimento”, diz o documento. O relatório também indicou que, até 2050, 5,7 bilhões de pessoas viverão em áreas com potencial de apresentar falta de água. Atualmente, o número é de 3,6 bilhões. E todas as prerrogativas dialogadas no evento ecoaram juntas ao Dia Mundial da Água, celebrado na quinta-feira, 22/03.

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Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília, propôs o debate sobre recursos hídricos no mundo

Representantes de diversos países debateram na quarta-feira 21/03, como tragédias ambientais ocorridas no passado ajudaram os governos a se preparar para evitar acidentes como o rompimento de barragens e represas. O assunto foi discutido na Sessão Especial sobre Desenvolvimento Econômico e Segurança de Bacias Hidrográficas: Riscos, Ações Preventivas e Monitoramento. Desde fenômenos ocorridos em 1970 nos Estados Unidos até o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015, as experiências internacionais costumam mostrar que os trabalhos de prevenção, monitoramento e correção de estruturas danificadas é a melhor estratégia para lidar com a segurança de barragens.

Em entrevista ao Jornal Tribuna do Leste,  a presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), Lucinha Teixeira, enfatizou que o Fórum serviu de oportunidade para compartilhar experiências e conhecer soluções alternativas já em execução em outras partes do planeta, além de motivar discussões no âmbito regional. Ela acrescenta que a visibilidade do evento e a repercussão dos temas debatidos são importantes para contribuir para a conscientização das pessoas sobre a necessidade de uso racional da água. “Durante o evento, apresentamos um relato sobre a situação da Bacia do Rio Doce, antes do rompimento da Barragem de Fundão, além dos resultados já alcançados com os programas e projetos executados pelos Comitês, para melhoria da qualidade e da quantidade de água. Entre os nossos projetos, destacamos o Rio Vivo – conjunto de ações ambientais com foco no incremento da disponibilidade hídrica, promoção do saneamento rural e diminuição da geração de sedimentos. Estamos em fase inicial de implementação, com ações já em execução nas bacias dos rios Piranga, Piracicaba/MG, Santo Antônio e Suaçuí. O projeto será estendido a toda a Bacia do Rio Doce, com previsão de investimentos de R$ 100 milhões, até 2020”.

Presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), Lucinha Teixeira (Foto: Isabela Lobo)
Presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), Lucinha Teixeira (Foto: Isabela Lobo)

Desastres ambientais

Em decorrência de Minas ter vivenciado, em 2015, o maior desastre ambiental do país, e três anos depois Santo Antônio do Grama sofrer com o rompimento de tubulação do mineroduto da Anglo American, a presidente do CBH-Doce reitera que lições devem ser tiradas dessas ocorrências, e por isso os Comitês da Bacia Hidrográfica do Rio Doce cumprem seu papel de interlocução entre os entes fiscalizadores/reguladores, de gestão e a comunidade. “Estamos em contato direto com a Copasa, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), o Ministério Público, a mineradora Anglo American e demais órgãos ambientais que estão atuando na região. Reiteramos a necessidade da junção de esforços para que as comunidades impactadas sejam devidamente atendidas, com o restabelecimento do abastecimento humano e reparação dos danos ambientais resultantes do despejo de minério”, disse.

Rompimento da tubulação do mineroduto em Santo Antônio do Grama (MG)
Rompimento da tubulação do mineroduto em Santo Antônio do Grama, também foi tema da discussão

Conscientização

Com a realização do 8º Fórum Mundial da Água e a celebração do Dia Mundial da Água potencializando as informações a respeito do recurso hídrico, cabe as pessoas se conscientizarem de que, apesar de possuir uma das maiores reservas de água doce do mundo, o Brasil também sofre com questões de disponibilidade hídrica e conflitos pelo uso da água, em diversas partes do seu território. “Assim, as pessoas devem fazer a sua parte, no seu cotidiano, contribuindo para o uso racional do recurso e a preservação dos mananciais e nascentes”, destaca a presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), Lucinha Teixeira.

Danilo Alves – Tribuna do Leste

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