Reflexão: mundo virtual da economia
REFLEXÃO
Pe. Mundinho, Sdn
Existe em nossa realidade de século 21 o chamado mundo “virtual”, onde “navegamos”, negociamos, conhecemos pessoas, aplicamos as economias, geramos lucros ou temos prejuízos imensos. A internet revolucionou a comunicação e as relações. É por ela que entramos em contato com tudo e com todos.
No mundo econômico, dois fenômenos têm chamado a atenção dos navegantes e dos aventureiros empresariais. A primeira modalidade surgiu entre 1996 e 2001, nos EUA (época da bolha da Internet), com o nome de “startup”. Significava um grupo de pessoas trabalhando com uma ideia diferente que, aparentemente, poderia fazer dinheiro. Além disso, “startup” sempre foi sinônimo de iniciar uma empresa e colocá-la em funcionamento.
Segundo Yuri Gitahy, especialista em startups, o termo “startup” representa empresas – geralmente de tecnologia – que estão iniciando sua operação no mercado. Apresentam-se com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Uma “startup” é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza. Um exemplo é a Google, cujo modelo de negócios é cobrar por cada click nos anúncios mostrados nos resultados de busca – e esse modelo também é usado pelo Buscapé.com. Um outro exemplo seria o modelo de negócio de franquias: paga-se royalties por uma marca, mas tem acesso a uma receita de sucesso com suporte do franqueador – e por isso aumenta suas chances de gerar lucro. Outro modelo é o Uber, aplicativo que trabalha na locação de veículos semelhantes aos dos táxis para condução de passageiros.
A chave de uma “startup” é crescer cada vez mais, sem que isso influencie no modelo de negócios. Crescer em receita, mas com custos crescendo bem mais lentamente. Isso fará com que a margem seja cada vez maior, acumulando lucros e gerando cada vez mais riqueza.
Outro fenômeno é a criação e circulação de uma moeda dentro da modalidade virtual. Segundo a definição da jornalista Rita Azevedo, a bitcoin é uma moeda, assim como o real ou o dólar. Ela não existe fisicamente, é totalmente virtual. Ela foi criada em 2008. Não é possível mexer no bolso da calça e encontrar uma delas esquecida. Sua emissão não é controlada por um Banco Central. Ela é produzida de forma descentralizada por milhares de computadores, mantidos por pessoas que “emprestam” a capacidade de suas máquinas para criar bitcoins e registrar todas as transações feitas.
O ”Bitcoin” deixou de ser algo somente dos “internautas” , mas conquistou pessoas que pouco entendem de tecnologia ou de aplicações mais arriscadas, como a bolsa de valores. Só neste ano, a moeda virtual subiu cerca de 900%. O “bitcoin” pode ser usado para comprar produtos e serviços físicos. Mas também pode ser trocado em casas de câmbio por outras moedas. Quem investiu em “bitcoin” conseguiu multiplicar seu capital e isso atrai novos investidores para a moeda virtual.
A primeira transação no mundo real a usar “bitcoin” ilustra bem a escalada de preços da moeda virtual. Em 2010, um entusiasta comprou duas pizzas por 10 mil “bitcoins”. Na época, pareceu um bom negócio: a soma não passava de US$ 40. Na cotação atual, as duas pizzas custariam quase US$ 100 milhões. A valorização dos “bitcoins” divide opiniões: – tem quem veja nisso um indício de formação de uma bolha especulativa e; quem acredite ser efeito do aumento da confiança na tecnologia que sustenta o “bitcoin”. Para alguns economistas e para o Banco Central brasileiro, o “bitcoin” é uma bolha financeira sim, um investimento não recomendado e com riscos imponderáveis.
Estamos vivendo novos tempos, tempos de “startups”, de “bitcoins”. Tudo é novidade para a maioria da população. Não podemos desconhecer estes fenômenos. Não temos a inda a certeza de que são coisas boas, ou que mais cedo ou mais tarde podem apresentar seus malefícios.
Temos que ficar atentos!