Usuários questionam reajuste na conta de água
A conta de água de Manhuaçu sofreu reajuste médio torno de 32,27%. Moradores e empresários estão questionando o aumento. Jouber Barros, usuário da área central, diz que ao receber a conta não conseguiu entender o que está sendo cobrado por falta de informação. “Eu pagava em torno de 20,00 pela taxa mínima, pois uso em média 3 m³, acontece que nesse mês de janeiro com vencimento em fevereiro, veio cobrando uma taxa de 16,00 mais a tarifa de água. Além de não saber pra onde essa taxa vai, antes eu pagava 20,00 e agora conta ficou em 26,00”, destaca.
Ouça o depoimento de Jouber Barros
O proprietário de um estabelecimento comercial, Márcio de Paula Santos conta que o valor de sua conta teve um aumento significativo. “Meu consumo mensal varia de 28 a 30 m³ e o valor que eu pagava era em torno de 80,00, nesse mês estão me cobrando 220,00, além disso ainda tem uma taxa de 32,00 sem explicação na conta”, questiona.
Ouça o depoimento de Márcio de Paula
SAAE
De acordo com Projeto de Lei aprovado na Câmara dos Vereadores, o SAAE iniciou neste mês de janeiro a nova cobrança no serviço de abastecimento de água em Manhuaçu.
De acordo com Áureo Adriano, responsável pelo setor de contabilidade da autarquia com reajuste nos valores que variam em média de 30%. “Apesar do estudo apontar a necessidade de 70,78%, o GTR entende que o índice médio de acréscimo na receita apurado nas simulações (32,27%), com o devido esforço e gerenciamento dos gestores, serão suficientes para equilibrar as contas da autarquia e permitir que sejam implementados os investimentos necessários com base na elaboração do estudo”, disse.
De acordo com o contador, a proposta sugerida é adequada e justa. “Buscamos contemplar e implantar uma estrutura e política tarifária em conformidade com as doutrinas e normas brasileiras que disciplinam a matéria, além de despertar aos usuários dos serviços a prática do uso racional da água, penalizando aquele que desperdiça e contemplando aquele que faz o uso adequado”, explica Áureo – “Com o novo sistema de cobrança, em alguns casos houve redução no valor da conta. Pois a partir de agora a pessoa vai pagar pelo consumo real, ou seja, se ela consumir mais, vai pagar, o mês que ela economizar no consumo terá uma redução no valor da conta”, completa.
Uma mudança que também irá afetar no valor da conta de água é a cobrança da Tarifa Básica Operacional por Unidade Econômica. “Chamamos de Unidade Econômica cada residência ou comercio ligados ao hidrômetro. Anteriormente era cobrada uma taxa única por hidrômetro independentemente do número de residências abastecidas por ele, agora, após a realização de um levantamento, foram cadastrados todos os imóveis ligados a cada hidrômetro e para cada um, é cobrada uma TBO”, destaca Áureo Adriano.
De acordo com a proposta do SAAE se o consumidor possui uma casa e um comércio no mesmo lote e apenas um hidrômetro era cobrado anteriormente apenas a taxa relacionada ao consumo. A partir de agora será cobrada uma TBO por residência ou comércio. “O mais sensato e até mesmo como medida de economia e pedir uma ligação para cada casa, pois se a pessoa tem um consumo baixo e a outra consume muito, quem tem um consumo menor está pagando para a outra pessoa e com medidores independentes, você só vai pagar aquilo que consumir”, explica.
Comparativo Tarifa Residencial
Antes X Depois
5m³
Antes era R$ 19,89 – Agora pagará R$ 18,43 = Diferença – R$ 1,47
10m³
Antes era R$ 19,89 – Agora pagará R$ 26,09 = Diferença – R$ 6,20
15m³
Antes era R$ 31,13 – Agora pagará R$ 40,84 = Diferença à R$ 9,70
20m³
Antes era R$ 54,45 – Agora pagará R$ 71,84 = Diferença à R$ 17,39
TBO Social
A TBO Social, segundo o diretor da autarquia, Luiz Carlos de Carvalho, é voltada para consumidores cadastrados em programas sociais. “Toda pessoa cadastrada nos Programas Sociais do Governo Federal, sendo o mais conhecido como Bolsa Família terá um desconto de 50% na TBO, ou seja, de R$ 16 reais, o consumidor beneficiado pagará apenas R$ 8 reais. Da mesma forma a cobrança pelo m3 de água tem um valor menor também”, destaca o diretor.
Segundo ele, a nova metodologia visa proporcionar um consumo consciente e racional. “Não justo um morador da parte alta da cidade numa casinha humilde, que sofre pra receber água em casa pagar a mesma coisa que um comerciante, um lava a jato que usa água pra lavar, calçadas, vidraças, lava dez carros por dia ou mais. Então essa cobrança tem que ser diferenciada, quem usa mais tem que pagar mais”, finaliza.
Luiz de Carvalho disse que qualquer dúvida quanto à cobrança de água e outros assuntos podem ser dirigidas à sede da autarquia, no km 37,5 da BR 262, no bairro Bom jardim – Tel. 3339 3650.
Jailton Pereira – Tribuna do Leste