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Reflexão: Fake News e suas consequências 

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Pe. Mundinho, Sdn

Um novo termo da língua inglesa e um hábito novo do mundo moderno invade nosso universo da comunicação e faz um estrago considerável na vida da sociedade tanto nacional quanto internacional. Depois da eleição do Donald Trump, virou moda o termo Fake News. Afinal o que é Fake News? É a tradução de notícia falsa. Luciano Pires, do portal Café Brasil, bem descreveu seu significado: “… o termo diz respeito a sites e blogs que publicam intencionalmente notícias falsas, imprecisas ou simplesmente manipuladas, com a intenção de ajudar ou combater algum alvo, normalmente político. Eles também copiam notícias verdadeiras de outros veículos, mas mudam as manchetes, alterando o sentido ou colocando algo sensacionalista para atrair leitores”.

Nos Estados Unidos, um mega empresário, Paul Horner, proprietário de um império de sites que publicam notícias falsas no Facebook, concedeu entrevista ao jornal The Washington Post onde chegou a afirmar que foi o responsável pela vitória das eleições de Donald Trump porque com suas notícias falsas publicadas ajudaram Trump a vencer a eleição presidencial americana.
Segundo o The Guardian, o uso de fake news tem crescido rapidamente para desqualificar, de forma exagerada, todo tipo de notícia. Pessoas inescrupulosas, com aspirações políticas, sobretudo, usam e abusam de tal artifício.
Um alerta se acende: é necessário atenção redobrada para reconhecer e combater esse tipo de ação. Muitos usuários são facilmente enganados e chegam a retransmitir essas falsas notícias, achando que estão fazendo o bem. Quantas pessoas que detêm a autoridade e o poder, por causa de suas funções ou cargos, se tornam vítimas destes falsários interesseiros, porque se lhes atribuem falas e discursos que não são seus.

Alguns especialistas dizem que é quase impossível acabar com o fenômeno, mesmo com todo o trabalho dos órgãos judiciários, de tecnologia e das polícias especializadas para enfrentar a divulgação de notícias falsas. O problema dificilmente será superado. Segundo analistas as fake news são sintomas de um comportamento de intolerância que cria um ambiente polarizado em que adversários políticos são tratados como um a inimigo a ser derrotado ou derrubado. Somente com uma grande mobilização e ampla participação da sociedade civil é que se pode combater e erradicar o mal.
Hoje já se registram ações contra este “movimento do mal”. O Facebook, principal veículo onde as fake news são disseminadas, anunciou a criação de projeto para combater a notícia falsa e promover o jornalismo. Agências de checagem têm sido criadas para trabalhar a veracidade das informações fazendo a conferência de notícias que são divulgadas e, principalmente, de discursos de políticos.

Aqui no Brasil os membros integrantes do Conselho Consultivo do Tribunal Superior Eleitoral já se mobilizam promovendo reuniões com seus membros e estabelecendo regras para acompanhar e supervisionar o processo eletivo de 2018. Representantes da sociedade civil foram convocados para debater as regras para a propaganda eleitoral na internet nas Eleições Gerais de 2018, especialmente no que se refere às fake news. De acordo com o secretário-geral da Presidência do TSE, Luciano Fuck, que conduziu a reunião, o foco do Conselho Consultivo não está na punição, mas na prevenção do que pode ser feito para coibir a utilização das fake news durante as Eleições Gerais 2018, para um público de 145 milhões de eleitores.

O papa Francisco, atento à realidade, já acenou que pretende dedicar a próxima Jornada Mundial de Comunicação, a ocorrer em maio, à luta contras as notícias falsas, as fake news. Inspirado por um versículo do Evangelho, “A verdade o libertará”, o Papa quis abordar o fenômeno das “falsas notícias, a informação infundada que contribui para gerar e alimentar uma forte polarização das opiniões”, informou o Vaticano em comunicado. O Pontífice também quer contribuir para “analisar as causas, a lógica e as consequências da desinformação na mídia”, explica a nota. A Igreja quer “promover o jornalismo profissional, buscar sempre a verdade, um jornalismo de paz que promova o entendimento entre as pessoas”, insistiu a Santa Sé.
O Papa frequentemente se refere à responsabilidade da mídia: “A informação adequada pode derrubar paredes de medo e indiferença” disse. Com um tom mais firme, ele denunciou em dezembro passado que a informação errada era provavelmente o maior dano que um meio poderia causar.

Atenção e cuidado. Alerta e olho vivo para não nos deixar influenciarmos pelas Fake News. É “a verdade que nos libertará”!

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