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Gerência Regional de Saúde alerta quanto aos acidentes com animais peçonhentos

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Camila Gama, da Referência Técnica de Acidentes com Animais Peçonhentos da Gerência Regional de Saúde

A morte de uma criança de 04 anos ocorrida em Simonésia, no início de dezembro, picado por uma aranha marrom, nos alerta quanto aos cuidados para evitar acidentes com animais peçonhentos.

Segundo Camila Gama, da Referência Técnica de Acidentes com Animais Peçonhentos da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Manhumirim, acidentes com esse tipo animal têm aumentado consideravelmente em nossa região.

“Temos registrado em nossa região, onde a predominância de propriedades rurais é grande, um aumento considerável nos acidentes com animais peçonhentos. Na ocorrência deste tipo acidente, a pessoa deve imediatamente procurar uma unidade de saúde”, explica Camila.

A GRS/Manhumirim disponibiliza 15 unidades de soroterapia entre elas Simonésia que tem como referência a cidade de Manhuaçu. “Esse paciente deve ser avaliado pelo profissional da saúde que deve constatar a necessidade ou não, no caso do acidente”, disse.

Ainda de acordo com ela, o tempo de resposta é de fundamental importância na recuperação do paciente. “A partir de constada a picada pelo animal peçonhento, o início do tratamento dever ser o mais breve possível, pois quanto mais rápido o diagnóstico e administração do medicamento, mais chances de cura tem o paciente”, ressalta Camila Gama.

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Aranha armadeira

Acidentes

Os acidentes com animais peçonhentos mais comuns são as picadas de aranha, escorpiões e em nossa região as picadas de serpentes, principalmente durante a manutenção das lavouras, por isso o uso de EPI e alguns cuidados são fundamentais.

Dentre as principais espécies que causam grande perigo aos humanos, podemos citar a aranha-armadeira, aranha-marrom e a viúva-negra. Todas essas espécies são encontradas no Brasil, sendo assim, é importante ter alguns cuidados e bastante atenção.

Aranha-armadeira (Gênero Phoneutria): Apresenta coloração que varia do cinza ao castanho, pode atingir até 17 centímetros e não produz teias. Sua característica principal é levantar seu corpo e ficar em posição de ataque quando se sente ameaçada. É bastante agressiva e sua picada, bastante grave, causa dor intensa por um longo período de tempo, tontura, náusea, vômitos, queda de pressão e contrações involuntárias dos músculos. É encontrada embaixo de cascas de árvores, em alguns frutos, como nos cachos de banana, em palmeiras, bromélias, entre outros locais. Assim como a aranha-marrom, pode esconder-se atrás dos móveis, nas cortinas e em entulhos.

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Cobra surucucu

Viúva-negra (Gênero Latrodectus): Apresenta manchas vermelhas em seu abdômen e mede cerca de 3 centímetros. É encontrada em locais com vegetação baixa, em arbustos, embaixo de pedras, entre outros locais. Sua picada causa dor intensa, provoca contração nos músculos, aumento da pressão, mudanças no batimento cardíaco, aumento da produção de suor, entre outros sintomas.

Aranha marrom ou aranha violino: a menor entre as mais perigosas aranhas

A aranha marrom possui de 2 a 3 cm, não tem pelos, não é agressiva e passa facilmente despercebida pelas pessoas. Ao contrário da aranha caranguejeira, por exemplo, que assusta pelo seu tamanho e comportamento agitado, mas é praticamente inofensiva. A aranha marrom ainda apresenta peculiaridades como: três pares de olhos em formato de triângulo e o corpo com a forma de um violino.

Apesar de viver em matas, árvores, barrancos, troncos e folhagens, atualmente, esta aranha tem se tornado cada vez mais urbana, com maior habilidade de se adaptar dentro das casas, onde acontece a maioria dos acidentes. Ela se esconde, principalmente, dentro de armários e móveis, atrás de quadros, entre roupas e sapatos. A picada acontece quando a aranha é comprimida contra o corpo e reage, quando se calça um sapato, por exemplo.

“A vítima da aranha marrom não percebe, de imediato, a gravidade do acidente. Normalmente, confunde o edema com uma picada de mosquito, farpa ou outro pequeno ferimento. Porém, cerca de seis horas depois, o local começa a doer, a ficar vermelho, inchado e com bolhas, semelhante a uma queimadura. A lesão pode evoluir até chegar a necrosar o membro atingido. A pessoa ainda pode ter febre, mal-estar e apresentar urina de cor escura, entre outros sintomas”, explica Camila.

Escorpiões

O escorpião é um animal que tem um ferrão na ponta da cauda e cujo veneno pode causar acidentes graves em crianças e idosos.

Os escorpiões não gostam de claridade. Durante o dia procuram lugares escuros e úmidos para se protegerem.

Os escorpiões vivem em terrenos baldios com mato e lixo, embaixo de pedras, pilhas de tijolos, telhas e montes de lenha. No campo vivem sob as cascas das arvores, cupinzeiros, barrancos e troncos apodrecidos.

Dentro das casas são encontrados em lugares escuros e úmidos (buracos e frestas nas paredes, muros, rodapés soltos e forros de madeira).

Os escorpiões se alimentam de aranhas e insetos (baratas, grilos, cupins entre outros). Para caçá-los, eles se utilizam das grandes pinças e do veneno que trazem na ponta da cauda.

Como prevenir acidentes:

Mantenha sua moradia sempre limpa, livre de lixo acumulado e entulho. Tape os buracos e frestas das paredes, janelas, portas e rodapés. Verifique também o telhado.

Sacuda roupas, sapatos e toalhas de banho antes de usá-los. Verifique colchões e roupas de cama antes de deitar, afastando sempre as camas da parede. Cuidado ao mexer em caqueiros e xaxins.

Sapos e galinhas são inimigos naturais dos escorpiões. Esses animais comem os escorpiões e contribuem para a prevenção de acidentes.

Serpentes

Camila Gama faz outro alerta quanto às picadas de serpentes, o aumento nos casos ligados a esse tipo de acidente tem sido uma constante na GRS, principalmente envolvendo trabalhadores rurais. “Por isso o uso de EPIs é muito importante, fazer uma varredura do local antes com o uso de ferramentas e um detalhe muito importante, ao se deparar com uma serpente, nunca tente manuseá-la ou matá-la, afaste-se e espere o animal sair do local. Já se for picado pelo animal é muito importante observar as características da serpente e procurar de imediato uma unidade de saúde. O soro antiofídico está à disposição da comunidade” finaliza.

Caso de Simonésia

O garoto Arthur Rodrigues Sathler, 04 anos, morador de São Vicente, zona rural de Simonésia morreu no dia 19 de dezembro, após ser picado por uma aranha, enquanto brincava na casa da família.

De acordo com informações, a picada teria ocorrido na segunda-feira, 18/12, por volta das 9h. Após o fato a criança teria ido a um evento na escola e, quando retornou, já apresentava os sintomas: mancha vermelha e inchaço no pescoço. Inicialmente, acreditava-se até que pudesse até ser caxumba.

Por volta de 15h, teria dado entrada no SUS em Simonésia, sendo encaminhado já no início da noite para UPA em Manhuaçu. Arthur faleceu no início da manhã do dia 19/12.

Jailton Pereira – Tribuna do Leste

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