Comunidade Terapêutica celebra conquistas de 2017
A Comunidade Terapêutica Santa Mãe da Providência realizou no dia 17/12, festa de confraternização que envolveu os residentes e seus familiares, parceiros e apoiadores do projeto. O evento contou com almoço aos participantes e interação entre familiares dos residentes, com base nos preceitos do verdadeiro espirito de Natal.
O segundo diretor da Comunidade Terapêutica, Júlio Villaça, conta que a instituição é formada dentro de uma concepção filosófico-religiosa onde aprende a valorizar o ser generoso, aquele que oferece toda a sua disponibilidade e bens para o outro, sem pedir. “Só podemos oferecer o que temos, a generosidade é uma capacidade emocional que se relaciona ao desprendimento e a autoestima”. Ele acrescenta que o Natal traz a gratidão, que nos leva ao sentimento da partilha, um dos segmentos inerentes a Comunidade Terapêutica. “A partilha não é apenas uma troca de presentes feita no popular “amigo secreto”. Do sentimento que nos leva à partilha, nasce uma postura, aquela da comunhão. Muitas vezes, no Natal temos mais comunhão com as pessoas que estão conosco nas filas gigantescas das grandes lojas, do que com aquele que realmente nos chama à verdadeira comunhão, que nada mais é que um pertencer a um outro, e isto experimentamos maravilhosamente na comunhão de Natal. Esta iniciativa com Deus nos convida à uma integridade com os irmãos pertencente a nossa instituição”, destaca.
Comunidade Terapêutica
A instituição conta com quatorze residentes, e desenvolve um trabalho de reintegração do dependente químico à vida social, proporcionando a inserção em oficinas profissionalizantes e trabalhos ocupacionais e, posteriormente, ao convívio social. Para Júlio Villaça, a participação familiar é imprescindível no tratamento de recuperação de um ente que se encontra imerso no vício das drogas. Segundo ele, a família é peça chave no tratamento em função do apoio que ela pode proporcionar. Entretanto, se não houver disposição dos familiares em mudar alguns hábitos em benefício de determinado parente que necessite de ajuda, mesmo que este venha a ter causado tristeza e revolta no convívio familiar, a perda para o mundo das drogas será inevitável. “Se a família achar que aqui é um depósito, aonde está jogando uma pessoa para ficar livre dela por um certo período, todo o tratamento que for feito com este individuo poderá se perder. E hoje nós temos um trabalho com as famílias. Esta iniciativa consiste na visita da nossa equipe aos familiares que possuem um parente que está ingressando na Comunidade. E também temos a Pastoral da Sobriedade, pertencente a Paróquia do Bom Pastor, que foi criada em prol da Comunidade Terapêutica e faz um trabalho contínuo com as famílias”.
Júlio comenta que a força de vontade é fator primordial para começar o tratamento, e a iniciativa em busca do livramento do vício passa pela mentalidade do cidadão. “A pessoa deve se conscientizar que está doente e procurar melhorar. Aliás, a nossa única exigência é o desejo da pessoa em querer se tratar. Mesmo que a família queira que a pessoa se trate, se a intenção de se recuperar não partir dela, o tratamento não resolve. Toda a nossa estrutura em nada irá ajudar se a pessoa não quiser se livrar do vício das drogas. 99% depende da força de vontade do indivíduo em se curar das amarras impostas pelas drogas e o outro 1% é composto pelas iniciativas que a casa oferece”.
Danilo Alves