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Protagonismo dos leigos

protagonismo leigos

No último domingo de novembro, dia 26, a Paróquia do Bom Pastor do Manhuaçu reuniu toda sua liderança para a Assembleia Paroquial. Foram mais de uma centena de líderes, da zona urbana e rural, que se reuniu para avaliar o ano de caminhada e planejar o 2018. Neste dia e nesta Assembleia, último domingo do Ano Litúrgico, Solenidade de Cristo, Rei do Universo, se iniciou o Ano Nacional do Laicato na Igreja do Brasil, com o tema: Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino e o lema: “Sal da terra e luza do mundo”(Mt 5, 13-14).

O Ano do Laicato vai estimular protagonismo dos Cristãos leigos e leigas. Pretende-se trabalhar a mística do apaixonamento e seguimento a Jesus Cristo. “Isto leva o cristão leigo a tornar-se, de fato, um missionário na família e no trabalho, onde estiver vivendo”, disse o bispo bispo de Caçador (SC), Dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato,

O Ano do Laicato terá como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.

A ideia e o ideal do protagonismo do leigo na ação evangelizadora da Igreja nasceu no Concílio Vaticano II, ocorrido na década de 60 (1962-1965). Os bispos ali reunidos, em várias sessões, tiveram a clareza e a coragem de concluir que sem a ação do leigo, os clérigos (bispos e padres) não dariam conta de exercerem o serviço de evangelização no mundo. Cada fiel, batizado testemunha por sua vida e palavra a fé em Jesus Cristo, faz a Igreja se tornar presente em todos nos ambientes que os clérigos não conseguem chegar. Tornam-se o braço da hierarquia estendido às várias realidades do mundo e da vida.

O número, cada vez mais, reduzido de ministros ordenados obrigou a Igreja aprender e proceder com olhar diferente para os fiéis leigos e leigas. A Igreja não é feita somente de padres ou bispos, de religiosos ou freiras, mas do Povo de Deus que constitui a grande massa de cristãos que habita o mundo e professa a fé em Jesus Cristo. Vive sua vida fundamentada nos princípios cristãos que vão fermentando a massa populacional.

Por séculos, a Igreja valorizou mais os clérigos, em detrimento dos cristãos leigos e leigas. Com o Concílio Vaticano II, estes recuperaram sua identidade e sua importância como membros de um mesmo corpo, que é a Igreja, constituída por batizados, como uma única categoria de cristãos. Os cristãos leigos e leigas passaram a ser entendidos como partícipes do sacerdócio comum dos fiéis, fundado no único sacerdócio de Cristo, conferido pelo batismo.

Dom José Reginaldo Andrietta, bispo diocesano de Jales, SP, escreveu que a ideia do Concílio Vaticano II, recordada pelo Papa Francisco por ocasião da Assembleia da Pontifícia Comissão para a América Latina, em 2016, dizendo que “a Igreja não é uma elite de sacerdotes, consagrados, bispos, mas que todos formamos o povo santo fiel de Deus”. Por isso, os cristãos leigos e leigas devem participar plenamente da vida da Igreja, priorizando sua missão nas realidades em que se fazem, quotidianamente, presentes. Sua índole secular lhe é própria, pois estão no mundo. Desde e nessa realidade exercem a sua missão.

A Igreja Católica tem um papel importante e significativo no desenvolvimento da história e na vida da humanidade. Seus membros atuam com diligência nas várias áreas e segmentos da sociedade. Não há como negar uma presença, ainda que tímida, mas respeitosa e respeitada de fiéis leigos e leigas que levam a sério o compromisso cristão.

A índole secular dos cristãos leigos e leigas além de ser importante, se mostra agora, urgente, devido, sobretudo ao déficit de sua presença e atuação na vida pública. Por isso a Igreja, através de seus membros, deve ser a ativista do bem e a denunciadora do mal e das situações de pecado no mundo.

 

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