Violência Doméstica: o mal que acontece dentro de casa
Fruto de parceria entre Polícia Civil e Secretaria de Políticas para as Mulheres, campanha promove alerta contra relacionamentos abusivos, a partir da hashtag #NãoéAmorQuando
Uma campanha lançada pela Polícia Civil de Minas Gerais e a Secretaria de Políticas para as Mulheres em meados de agosto está sendo difundida em meio às redes sociais com a hashtag “NãoéAmorQuando”, como uma forma de alerta contra os relacionamentos abusivos.
Criada em junho deste ano pelo Governo Federal, a ação chega a Minas Gerais em razão de uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) – com a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Academia da Polícia Civil (Acadepol) – e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, órgão da União.
De acordo com a delegada titular da Delegacia Especial de Crime Contra a Mulher, Dra. Adline Ribeiro, “a campanha alerta para os relacionamentos abusivos nos quais, muitas das vezes, as vítimas sofrem caladas, por medo ou por não saberem seus direitos. Por isso a importância de divulgar cada vez mais os diretos das mulheres e, principalmente, a lei Maria da Penha”, aponta.
Ouça a entrevista com a delegada titular da Delegacia Especial de Crime Contra a Mulher, Adline Ribeiro:
Ainda segundo ela, a violência doméstica não é marcada apenas pela violência física. “Ela pode ser também violência psicológica, sexual, patrimonial, moral dentre outras, que em nosso país atinge grande número de mulheres, adolescentes e até mesmo crianças, as quais vivem estes tipos de agressões no âmbito familiar, ou seja, a casa, espaço da família, onde deveria ser “o porto seguro” considerado como lugar de proteção, passa a ser um local de risco para mulheres e crianças.
O que fazer em caso de violência doméstica
O primeiro passo é ligar para o número 180 e entrar em contato com a central telefônica para atendimento às vítimas, criada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). A linha é colocada à disposição das mulheres brasileiras para que denunciarem seus agressores. O serviço é gratuito, funciona 24 horas por dia (inclusive fins de semana) e orienta as mulheres a buscarem o apoio necessário, explicando os passos que devem ser tomados para resolver o problema.
Você pode também recorrer ao Disque Direitos Humanos, através do Disque 100. A central também funciona 24 horas por dia, durante todos os dias da semana, inclusive feriados. Basta ligar de qualquer cidade para o número 100, para denunciar violações aos direitos de crianças, adolescentes, idosos, portadores de deficiências físicas e de grupos em situação de vulnerabilidade, ou ainda para obter informações. A pessoa não precisa se identificar.
O alto índice de conflitos domésticos já detonou o mito de “lar doce lar”. As expressões mais terríveis da violência contra mulher estão localizadas em suas próprias casas onde já foi um espaço seguro com proteção e abrigo. “Às vezes por medo ou insegurança, as vítimas desse tipo de crime se omitem e não denunciam, mas é muito importante que essas informações cheguem até às autoridades. Quando a vítima é uma criança e sofre a violência por partes dos pais ou tutores, a denúncia pode vir através de uma parente, um professor, um vizinho, até mesmo de forma anônima via 180, 181 ou para a Polícia Militar no 190”, ressalta Dra. Adline.
Jailton Pereira – Tribuna do Leste