‘Petrobrás deve reajustar preço da gasolina diariamente’, diz economista
A Petrobras anunciou para esta terça-feira, 05/09, novo aumento da gasolina de 3,3% e do diesel de 0,1%. Nos últimos reajustes consecutivos, a gasolina acumulou acréscimo de preço de 11,2% desde o dia 31 de agosto e o diesel ficou 8,94% mais caro desde o dia 29.
Em menos de 30 dias a Petrobrás já reajustou o preço dos combustíveis três vezes, isto porque, segundo o professor e economista Wilson Rocha, este comportamento faz parte da nova política de preços da companhia, que prevê reajustes quase que diários para as cotações dos combustíveis. “Precisamos levar em consideração a influência da cotação do dólar, a quantidade de combustível ofertado no mercado, a quantidade de produção de petróleo e o nível de consumo desses combustíveis”, aponta Wilson.
Ele explica que a companhia alterou sua política de preços após a diretoria executiva avaliar que os ajustes que vinham sendo praticados não são suficientes para acompanhar as variações da taxa de câmbio e das cotações de petróleo e derivados. “A Petrobrás vai tentar reajustar o preço da gasolina diariamente para ter uma adequação melhor ao cenário externo, e consequentemente, global”, frisa.
Ao operar preocupada com a estabilidade e geração de caixa, a Petrobrás atrai junto ao novo modelo de atuação uma imagem mais profissional dentro do mercado, depondo o rótulo de ‘estatal’ na tentativa de blindar a companhia de eventuais interferências do Governo. “Antigamente não era feito desta maneira. A Petrobrás sempre foi usada como um braço do governo para ajudar numa série de intenções políticas”, explica o economista.
Tendências do mercado
Segundo a diretoria executiva da Petrobrás, os reajustes diários banalizam os aumentos ou reduções dos combustíveis e “tiram a gasolina e o diesel da primeira página do jornal”. Mas para o economista Wilson Rocha, é preciso ir além e analisar as tendências mercadológicas e fatores políticos externos que podem elevar ou baixar o preço dos combustíveis. “É preciso estar atento a algumas preocupações externas, vindo principalmente dos EUA e da Coréia do Norte. Essa tensão tende a puxar o preço do petróleo para cima. Se nós tivermos um cenário externo mais tranquilo e produção constante, a tendência é que tenhamos um preço estável.”, conclui.
Livia Ciccarini – Tribuna do Leste