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Dia dos pais: data é celebrada neste domingo

Não importa a maneira que se homenageia o pai, o importante é manter valores como respeito, honra e amor a eles

O Dia dos Pais é celebrado neste domingo, 13/08, e a data consiste em uma grande reflexão acerca da relação entre pais e filho(a)s. Apesar das estruturas familiares terem se modificado muito ao longo do tempo, a importância do pai na vida e na educação de uma criança não mudou. Em muitas famílias, os pais têm se envolvido cada vez mais na criação dos filhos e dispondo mais tempo para estar com eles, até mesmo porque hoje em dia temos muitas crianças que são criadas apenas por pais.

Embora a gravidez esteja diretamente ligada ao corpo da mulher, a experiência da gestação é compartilhada também com o futuro pai — mesmo sendo vivida de formas completamente diferentes pelos dois. Na maioria das vezes, porém, é o homem que sente mais nervosismo durante esse processo por não saber como se comportar nesse período tão especial e, ao mesmo tempo, tão delicado para o casal. Sentir esse nervosismo é um ponto positivo, pois indica que o futuro pai entende a importância de seu papel durante a gravidez da mulher e que está interessado em desempenhá-lo corretamente, com cuidado e atenção.

Origem da data

Atualmente, tal como o dia das mães, a data é uma das mais prestigiadas no mundo. O dia dos pais passou a ter repercussão mundial a partir do início do século 20, quando foi institucionalizada nos Estados Unidos da América. No Brasil, o dia dos pais só foi comemorado pela primeira vez em 1953, no dia 16 de agosto. Ao contrário do que ocorreu nos EUA, essa data não foi pensada como forma de homenagem local e simples, que se alastrou depois, sem planejamento. Na verdade, ela foi pensada por um publicitário chamado Sylvio Bhering, à época diretor do jornal O Globo e da rádio homônima. O objetivo de Bhering era tanto social quanto comercial. A tentativa inicial foi associar a data ao dia de São Joaquim, pai de Maria, mãe de Jesus Cristo, que é comemorado em 16 de agosto, no calendário litúrgico da Igreja Católica, já que a população brasileira era predominantemente constituída de católicos. No entanto, nos anos seguintes, a data também foi deslocada para um domingo, o segundo domingo do mês de agosto – e assim permanece até hoje.

Presença afetiva dos pais na vida dos filhos

A sociedade sempre apresentou uma tendência patriarcal. O pai sempre foi responsável por sustentar a família, tomar decisões importantes e impor a lei dentro de casa. Enquanto isso, a mãe assumia uma posição de dona e cuidadora do lar e das crianças. Assim, os pais não estavam acostumados a demonstrar afetos, fazer carinho e participar ativamente na educação de seus filhos.

Porém, esse cenário mudou. A família se tornou mais assimétrica e dinâmica. Os papéis na educação e na participação ativa na vida criança estão bem diluídos de forma equilibrada entre mães e pais. Mesmo com todas as mudanças sociais, a figura paterna é essencial para o desenvolvimento moral, social, emocional e psicológico do bebê. Sem ela, a criança desenvolve problemas de insegurança – falta de autonomia e independência -, tornam-se indivíduos hostis, agressivos e com grandes problemas de sociabilidade.

A psicanalista de Desenvolvimento Humano, Andreia Rego, diz: “Independente da visão da sociedade atualmente, a psicanálise afirma que a mulher e o homem possuem papéis distintos e igualmente importantes na vida das crianças. Infelizmente, um não é capaz de compensar a falta do outro completamente. E as consequências dessa ausência serão sentidas na vida adulta”, completa.

Segundo a especialista, de uma maneira geral, a figura paterna – seja ela o próprio pai, ou avô, irmão mais velho, tios, etc – é responsável pela formação da independência e da autoafirmação das pessoas. “Todos os bebês já nascem com uma ligação fortíssima com a mãe e vão crescendo dependentes dela. O pai é quem corta um pouco essa ligação, porque, afinal, ele também tem uma relação com a mãe. Então, ele quer que a criança não dependa tanto da mãe, para que ele também possa se ter o seu espaço”, afirma. A “não” quebra dessa ligação faz com que o indivíduo cresça, na maioria das vezes, incapaz de tomar decisões e seja inseguro com tudo o que faz, pessoal e profissionalmente, segundo a especialista.

Homenagem

Apesar de todas as explicações acerca da figura do pai perante os filhos, o Dia dos Pais demonstra que não importa se a pessoa foi pai cedo, em uma situação adversa; se cuida dos filhos sozinhos, se dividindo entre o papel de pai e mãe; ou se é o maior exemplo de vida para eles. O relacionamento entre pai e filho é essencial para crescimento e desenvolvimento pessoal dos dois, como mostra a história de vida de Rômulo Santos e sua família.

Ele é pai de duas meninas, Sara Gonçalves Santos de 10 anos e Emilly Gonçalves Santos, de 8 anos, e recentemente recebeu em seus braços o pequeno Fillype Gonçalves Santos, de apenas 6 dias. A sensação em ter mais um membro na família é indescritível, segundo Rômulo Santos, pois o sentimento em relação aos filhos não se compara a nenhum outro tipo de sentimento, tornando o amor por eles puro e totalmente desprovido de sentimentos insatisfatórios. “Inicialmente pensávamos em adotar um menino mais para frente. Passamos oito anos sem ter um bebê e nem imaginávamos ter mais filhos. Entretanto, minha esposa conversou comigo sobre tentarmos ter mais um filho ou filha. E a partir desse dialogo veio o Fillype, que é um presente de Deus para nós”, enfatiza.

Sobre a emoção em ter um filho pela terceira vez, Rômulo Santos diz que o sentimento é o mesmo, pois não existe distinção de afeição pelos filhos. “Você ama os filhos da mesma forma, você não altera o sentimento, ele só cresce”, reflete. Segundo ele, o entusiasmo em ver os três filhos nascerem não foi diferente em nenhum aspecto. “Quando vi minhas filhas nascerem e agora meu filho, na ocasião em que os encontrei no berçário, e, posteriormente, tive o primeiro contato com eles, senti vontade de pular, chorar, gritar. É uma alegria inexplicável, somente quem é pai entende o que eu senti naquele momento”, destaca.

A preocupação do pai se estende aos desafios do mundo atual, a violência, corrupção, a sexualidade desregrada, entre outros fatores que afetam a sociedade são motivos de cautela por parte do pai em relação aos filhos. Rômulo Santos explica que os métodos para proteger os filhos e auxiliá-los na vida adulta consiste em diálogos e direcionamentos sobre os caminhos que eles irão percorrer, mas cabe aos filhos decidir por qual trilha prosseguir, mas eles irão lembrar da raiz que os pais plantaram desde o início de suas vidas.

 Danilo Alves – Tribuna do Leste

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